PIPEEX: Um mundo de possibilidades
Programa de Internacionalização da Pesquisa, Ensino e Extensão do IFRO proporciona experiências de intercâmbio a alunos da instituição há quatro anos
Imagine morar com pessoas de outras nacionalidades durante três meses, pesquisar assuntos de seu interesse ou estagiar em instituições de ensino de outros países, vivenciar as culturas desses locais, aprender na prática um novo idioma e outras inúmeras experiências. Imaginou? Pois essa foi a realidade de 65 estudantes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO) durante os quatro anos de existência do Programa de Internacionalização da Pesquisa, Ensino e Extensão do IFRO (Pipeex) que, em 2018, pretende ampliar suas parcerias com outros países e oportunizar a mobilidade de estudantes estrangeiros no IFRO.
Termos de cooperação com instituições de Portugal, Colômbia e Argentina já foram assinados, e a perspectiva, segundo o Reitor do IFRO, Uberlando Tiburtino Leite, é que mais compromissos sejam firmados com outros países. “O Pipeex é um programa extremamente importante, porque quando falamos de globalização, não nos referimos somente à economia, mas devemos considerar outros aspectos, como por exemplo a internacionalização das instituições, ou seja, as parcerias que a instituição tem nas áreas de ensino, pesquisa e extensão e até mesmo de gestão com instituições estrangeiras, fator considerado como positivo enquanto indicador institucional”, destaca.
Entre os objetivos da educação, da ciência e da tecnologia está o de encontrar soluções para os problemas que a sociedade enfrenta. “A educação tem a missão de ampliar a visão de mundo, para que as pessoas tenham conhecimento de como podem contribuir para melhorar o mundo em qualquer área do conhecimento. Quando internacionalizamos nossas ações, o nosso objetivo é compartilhar nossos conhecimentos com outras instituições, outros pesquisadores e outros professores para que o mundo se torne melhor”, reforça a Assessora de Relações Internacionais do IFRO, Laura Borges Nogueira.
Laura aponta o crescimento científico, a ampliação da visão de mundo, levando em conta a questão do respeito por outras culturas, como pontos de destaque no que se refere ao intercâmbio. “O IFRO dá oportunidade para os estudantes irem para o exterior e ver como o que eles aprendem aqui se insere no contexto mundial, e também como eles podem ampliar seus conhecimentos, não só na instituição onde estão fazendo mobilidade, mas também na volta deles para casa, nas pesquisas e nos projetos que eles realizam institucionalmente. Acreditamos que, cada um desses alunos, quando volta para o seu campus, cria um movimento de incentivo aos outros colegas, no sentido de se esforçar mais nos estudos, serem mais dedicados e persistentes”, explica Laura.
Conhecimento
Foram muitos os conhecimentos adquiridos pelos alunos intercambistas do IFRO em diversas áreas do conhecimento humano. Estudantes de cursos técnicos, tecnológicos e superiores puderam estagiar e pesquisar assuntos como o clima social no ambiente de trabalho, determinação dos aminoácidos presentes em algas marinhas, mídias sociais como ferramenta para a disseminação de competências, entre outros temas. “O intercâmbio proporcionou aprendizado em várias dimensões da minha vida. Academicamente, ter contato com um núcleo de pesquisa focado em Recursos Humanos, o que não é fácil de ser encontrado no Brasil, porque o mais comum são núcleos de pesquisa de psicologia que desenvolvem linha de pesquisa em psicologia comportamental no trabalho, proporciona ter uma visão e acesso de desenvolvimento estratégico para assuntos de RH e sem contar no quanto enriquece o currículo participar de uma oportunidade de mobilidade internacional”, descreve a discente de Tecnologia em Gestão Pública, do Campus Porto Velho Zona Norte, Kelly Catafesta, que participou do Pipeex em 2016, no Instituto Politécnico do Porto, em Portugal.
Além de participar de pesquisas em diversas áreas, alunos de cursos técnicos do IFRO puderam assistir aulas nas instituições em que estavam realizando as pesquisas ou estágios. “Participar das aulas e das atividades junto com a graduação foi uma das coisas que me deixaram muito satisfeita, pois ainda era aluna do ensino médio. Até aquele momento no Ifro o curso tinha sido muito teórico, e no IPB as atividades eram práticas”, diz Jocileila Lima Santos, que participou da primeira edição do programa, em 2014, no Instituto Politécnico de Bragança, em Portugal. Atualmente, a jovem, que estudou Edificações no Campus Vilhena, faz o curso de Engenharia Civil na Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Campo Mourão. “O intercâmbio foi uma luz que me permitiu ver outras possibilidades. Hoje eu acredito muito mais que sonhos não são bobagens e que é preciso ter ousadia. E uma coisa que tornou lição de vida é que todas as pessoas que estão em minha volta cooperam para a realização de meus objetivos”, explana a acadêmica.
Idioma
O idioma foi um dos obstáculos a serem contornados pelos estudantes durante a estadia no exterior. “Nos primeiros dois meses foi difícil para conseguirmos nos adaptar ao idioma, alimentação e à cultura. Mas no término do segundo mês já não tínhamos tantas dificuldades com essas coisas, já compreendíamos muito bem o idioma, então o processo de comunicação com as pessoas locais era mais tranquilo. A oportunidade de trabalhar com pesquisadores diferentes, que têm um modo diferente de pensar, efetuar os processos de pesquisa, foi sem sombra de dúvidas algo muito especial, experiência única”, lembra o hoje acadêmico de Engenharia Agronômica do Campus Colorado do Oeste, Darllan Junior Luiz Santos Ferreira de Oliveira, que participou da mobilidade estudantil em 2015, na Universidad Nacional de Colombia – UNAL.
O conhecimento científico, a aprendizagem de um novo idioma, o contato com pessoas de todo o mundo, são algumas das experiências que a mobilidade estudantil proporcionou aos estudantes do IFRO. “Morar em outro país, longe da família e amigos, requer uma independência e autonomia que o estudante, mesmo que não possua a princípio, acaba por desenvolver com o tempo. Aprendi que uma das coisas mais básicas que existe é a comunicação e, que sem ela, não há como se chegar a lugar algum, pois a incapacidade de algo tão simples como se comunicar resulta na perda de grandes oportunidades, de novas relações sociais com as pessoas, conhecimentos e saberes, portanto o conhecimento em outras línguas dentro desse cenário globalizado é mais do que indispensável”, diz Gabriel Henrique Abrantes Holanda, do curso técnico em Química do Campus Porto Velho Calama, que participou de intercâmbio em 2016, no Instituto Superior de Engenharia do Porto, uma das escolas do Instituto Politécnico do Porto, em Portugal.
Compartilhamento
Quando retornam da mobilidade estudantil, os alunos do IFRO repassam os conhecimentos para os colegas de turma, para outros estudantes da instituição e público externo, através de seminários e participação de eventos científicos, como por exemplo, o Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão, realizado anualmente pelo IFRO. “O aluno, ao voltar, coloca em prática o plano de regresso para impactar positivamente o campus, através de eventos institucionais, monitoria, suporte em projetos de pesquisa e extensão em seu campus. Eles têm obrigação, compromisso e a missão de compartilhar o que aprenderam com os colegas e professores para que o conhecimento não fique restrito”, reforça Laura Borges Nogueira.
O estudante Darllan, que pesquisou tipos de pimentas e pimentões em quatro locais da Colômbia, ao chegar ao Campus Colorado Oeste, compartilhou os conhecimentos aprendidos com os demais colegas da unidade. “Quando retornamos ao Brasil, tentamos repetir o trabalho, testando os genótipos no campus para ver se eles iriam se adaptar às condições edafoclimáticas da região. Plantamos no campus e realizamos um dia de campo com produtores da região mostrando o material; e eles gostaram muito. Estamos coletando dados e sementes destes materiais para distribuir à sociedade”, conta o acadêmico.
Recordações
Durante o período de intercâmbio, os estudantes do IFRO adquiriram inúmeros conhecimentos, inclusive culturais. Na convivência com estudantes locais e de outros países, os intercambistas trouxeram na bagagem boas lembranças. “Uma curiosidade do Porto é que os universitários de lá são famosos pelos uniformes que usam e inspiraram a autora da saga Harry Potter, J. K, Rowling, que viveu alguns anos na cidade. Eles usam a toga com muito orgulho porque é tradição e representa ter acessado ao nível superior. A capa preta não deve ser lavada nunca, pois ela irá carregar todas as lembranças do período de estudante universitário”, compartilha a acadêmica Kelly Catafesta.
PIPEEX 2017
Em 2017 foram 13 alunos contemplados em mobilidade pelo Pipeex. Quatro alunos participaram de atividades de pesquisa e estágio no Instituto Politécnico do Porto (IPP) (vagas exclusivas para alunos do ensino médio, menores de idade, com acompanhamento de servidor tutor) e quatro alunos no Instituto Politécnico de Bragança (IPB), ambos em Portugal. Três acadêmicos realizaram intercâmbio na Universidad Nacional de Colombia (UNAL) e dois na Universidad Nacional de La Plata (UNLP), na Argentina. “Estamos fortalecendo as parcerias com países de língua espanhola, ou seja, as parcerias Sul-Sul, integrando o IFRO com instituições de ensino de excelência na América do Sul”, ressalta Laura.
Saiba mais sobre o Programa de Internacionalização da Pesquisa, Ensino e Extensão do IFRO (Pipeex) do IFRO nos seguintes links:
http://portal.ifro.edu.br/ultimas-noticias/4159-pipeex-um-mundo-de-possibilidades
http://portal.ifro.edu.br/ultimas-noticias/3621-estudantes-do-ifro-iniciam-estagio-internacional
http://portal.ifro.edu.br/ultimas-noticias/1841-pipeex-avanca-em-dois-anos-de-implantacao
Redes Sociais