Calama tem debates transformadores na SNCT 2024 com o evento CLM: Conexão, Legado e Movimento
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Porto Velho Calama, inseriu na programação de abertura da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) 2024 o evento “CLM: Conexão, Legado e Movimento”, reunindo especialistas e professores do campus para discutir temas que unem ciência, tecnologia e educação à sociedade.
Ao longo do dia 09 de dezembro, painéis temáticos conectaram práticas acadêmicas e científicas às necessidades regionais e nacionais. “O CLM é mais que um evento; é um convite à reflexão e à ação. Queremos criar um espaço que inspire e mova pessoas, deixando um legado duradouro para nossos estudantes, professores e comunidade. Destacando que são professores pesquisadores do próprio campus que estão no centro das discussões” afirmou o organizador do evento, Vitor Viana, destacando a importância de integrar ciência e sociedade de forma acessível e reflexiva.
Moradia Digna por Gedeli Ferrazzo, do Projeto Saber Viver, e Daniela Giovanini do Projeto Morar+Rural, foi a temática do primeiro painel, que é um direito fundamental e um dos pilares para a construção de uma sociedade mais justa e sustentável. E para falar sobre “Arquitetura Popular”, foi o Coordenador do Curso Técnico em Edificações, Allan Augusto. O painel foi mediado pelo Diretor-Geral Leonardo Leocádio. Os painelistas abordaram as diversas dimensões da habitação como instrumento de inclusão, qualidade de vida e transformação social.
O painel “Mudanças Climáticas”, composto pela pesquisadora do Instituto Karolinska (Suíça), Nathalia Araújo, e os pesquisadores do Instituto Real Belga de Aeronomia Espacial, Carlos Augusto Bauer Aquino e Christiane Silvestini de Moraes, sob a mediação da Secretária-Geral da Associação Brasileira de Climatologia (ABClima), Graziela Tosini Tejas, trouxe uma análise aprofundada sobre os desafios ambientais e a necessidade de ações concretas.
A Professora Christiane Silvestrini apresentou dados alarmantes sobre a emissão de gases do efeito estufa, mas também destacou a possibilidade de mudança. “Conexão, Legado e Movimento: o nome do evento reflete o que precisamos fazer como sociedade. Tornar a ciência acessível é essencial para que todos compreendam seu papel nesse processo. Não se trata apenas de cobrar políticas públicas, mas de agir localmente para criar mudanças globais,” afirmou a docente.
O painel “Êxitos Acadêmicos”, composto pelos Professores Minelly Azevedo (Prêmio Solve For Tomorrow/Samsung), Eric de Castro (Olímpiadas de Conhecimento), Camila Serrão (OBR/OBI, mediado pela Professora Virgínia Amaral (Prêmio Desafio Liga Jovem/Sebrae), mostrou como projetos inovadores podem transformar a trajetória de alunos e professores.
Minelly Azevedo, vencedora do Solve for Tomorrow, destacou o impacto de sua participação em competições acadêmicas. “O CLM me fez refletir sobre o que significa deixar um legado. Nossas conquistas vão além dos prêmios; são inspirações para outros estudantes e professores que desejam inovar. A conexão criada aqui é uma prova do que podemos alcançar quando colaboramos”.
Virgínia Amaral, orientadora do Projeto AudioTrap, comentou que “eventos como este são fundamentais para incentivar nossos alunos a sonharem mais alto. Foi uma honra compartilhar nossa jornada e ver como ela pode inspirar novas ideias”.
No painel “Práticas Integradoras”, mediado pela Chefe do Departamento de Apoio ao Ensino, Fernanda Dias, a articulação entre ensino, pesquisa e extensão foi destaque. Professora Elisângela Bibá Gomes, apresentou o projeto “Mundo do trabalho, ética e responsabilidade social do técnico em informática”, destacando a relevância de integrar a formação técnica com valores éticos e sociais. “Foi uma oportunidade de aprendizado e troca com os outros painelistas e a plateia. Esses diálogos são essenciais para fomentar novos projetos e fortalecer a formação técnica e humana de nossos alunos,” afirmou Elisângela.
A Professora Maria Odaise Silva dos Santos, que liderou o projeto de combate à dengue com seus alunos de Química, destacou: “Integrar teoria e prática em projetos que impactam a comunidade é uma forma poderosa de inspirar os alunos a se tornarem protagonistas de suas histórias”. Conforme a Professora Gracilene Nunes da Silva, com o Projeto “Patrimônio material e imaterial como identidade cultural dos portovelhenses”, ressaltou que “estes projetos não apenas educam, mas também valorizam nossas raízes culturais, reforçando o senso de identidade dos estudantes”.
O painel sobre Igualdade Étnico-Racial discutiu as lutas e conquistas das comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas. A pesquisadora, das comunidades afro-antilhanas, mediadora do painel, Cledenice Blackman enfatizou a importância de promover o respeito à diversidade cultural e étnica no Brasil. “Quando falamos de igualdade étnico-racial, estamos tratando de construir um futuro mais justo e igualitário. É uma luta que começa na educação e se estende para toda a sociedade. Este painel é um espaço essencial para dar visibilidade a essas histórias e fortalecer o diálogo sobre pertencimento e identidade”, afirmou Cledenice, cuja fala emocionou o público.
Os painelistas Alyne de Fátima Lourenço dos Santos, pesquisadora dos povos indígenas; Iranira Geminiano de Melo, especialista nos povos ribeirinhos; e Cassio Alves Lus, defensor dos direitos quilombolas, enriqueceram o debate com suas vivências e pesquisas.
Como avaliação final, o CLM foi um marco na SNCT 2024, unindo ciência, educação e tecnologia em prol de um futuro mais sustentável e inclusivo. “Os debates mostraram que o verdadeiro legado está na inspiração que deixamos para as próximas gerações. Conexão, Legado e Movimento são mais do que palavras; são um chamado à ação”, concluiu Vitor Viana.
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