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Campus Ji-Paraná discute “A importância da demarcação das terras indígenas para o mundo”

Publicado: Quarta, 07 de Mai de 2025, 17h35 | Última atualização em Quarta, 07 de Mai de 2025, 17h36 | Acessos: 2370

Roda de conversa Demarcação das terras indígenas 03A importância da demarcação das terras indígenas para o mundo”, este foi o tema da roda de conversa realizada no dia 29 de abril, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Ji-Paraná. O debate ocorreu dentro da disciplina de “Ética, relação étnico-raciais e meio ambiente” do curso de ADS (Análise e Desenvolvimento de Sistemas), com o apoio do Neabi (Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas) do campus.

A atividade contou com a presença de convidados externos, de estudantes de ADS, Engenharia Florestal e do Neabi. Os palestrantes foram o Coordenador Regional da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), Leandro Arara; a Assessora de projetos do Comin (Conselho de Missão entre Povos Indígenas), Camila Puruborá; a jovem líder indígena, Jennifer Puruborá; e Jandira Keppi, advogada que atua com direitos indígenas há mais de 30 anos.

A roda de conversa abordou a importância da garantia das terras indígenas não apenas para a existências dos 305 povos contactados e dos inúmeros povos isolados do país, mas para o planeta, incluindo humanos e não-humanos. Camila apontou, por meio de imagens de satélite, a diferença entre uma área demarcada, no caso a TI Uru Eu Wau Wau e uma área ainda não demarcada, a TI Puruborá que está há 24 anos em processo de demarcação, mas que ainda não está em usufruto do povo Puruborá. E que é visível o avanço do desmatamento para a implantação da monocultura da soja na área ainda não demarcada. A consequência apontada é que todas as pessoas são prejudicadas pelo avanço das mudanças climáticas, pela perda de biodiversidade, pelas temperaturas extremas, pela alteração dos padrões dos períodos secos e chuvosos.

Leandro Arara enfatizou a importância de se proporcionar momentos como esse para que futuros profissionais de áreas estratégicas, como ADS e Engenharia Florestal, sejam sensibilizados para o tema. E Jennifer lembrou que desde que nasceu está lutando pela demarcação do seu território: “será que vou morrer sem que minha terra esteja demarcada?”. Jandira chamou a atenção para a importância do voto consciente porque as decisões sobre projetos que colocam em risco a existência das Terras Indígenas (Marco Temporal, mineração, hidrelétricas) são tomadas sobretudo no âmbito do Poder Legislativo.

Após as explanações houve duas rodadas de perguntas dos participantes. A Professora Lediane Felzke reforçou a compreensão que, cada vez mais, um futuro viável para a humanidade passa, inevitavelmente, pela defesa dos povos indígenas e dos seus territórios.

Para a acadêmica do curso de Engenharia Florestal, Kerollyn Custódio, a roda de conversa foi um evento rico e que trouxe várias reflexões sobre a luta dos povos indígenas para serem reconhecidos e respeitados. “Apesar dos povos indígenas serem os responsáveis pela preservação de 90% da biodiversidade do planeta, uma vez que não veem a terra como objeto de exploração, sua luta pela demarcação de terras continua sendo um processo exageradamente demorado e que questiona até mesmo a própria identidade dos povos indígenas, como o exemplo do povo Purubora que luta há 24 anos pela demarcação do seu território, precisando provar que ainda existem e que estão resistindo”.

Kerollyn ainda acrescentou que o evento proporcionou aos presentes a consciência de que existe a necessidade de as pessoas não indígenas se aliarem à luta pela demarcação, proteção das áreas de floresta do nosso país e também pela proteção dos direitos dos povos indígenas.

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