Educação inclusiva aplicada à Química reuniu acadêmicos e comunidade externa
Entre maio e novembro deste ano foi desenvolvido o projeto “O ensino de Química e a educação inclusiva: o desafio da formação docente” no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Ji-Paraná. O projeto de extensão foi submetido ao Edital 19, do Campus Ji-Paraná, atendendo a alunos, professores e comunidade externa. O objetivo é oportunizar aos acadêmicos da licenciatura em Química, na disciplina de Educação Inclusiva, aliarem o conhecimento teórico com a prática pedagógica. Através de capacitações por meio de oficinas pedagógicas, eles produziram materiais didáticos destinados aos alunos da Educação Especial.
De acordo com a professora Alice Cristina Souza Lacerda Melo de Souza, ao propor discussões sobre Educação Especial numa perspectiva de Educação Inclusiva, buscou-se “sensibilizar acadêmicos do curso de licenciatura em Química quanto à responsabilidade deles enquanto educadores em realizarem uma educação que alcance os grupos historicamente marginalizados do ambiente educacional”. Ainda segundo a coordenadora do projeto, outra particularidade é fazer os acadêmicos “entenderem que dentro de uma instituição esta tarefa não deve ficar a cargo somente de núcleos ou profissionais específicos que discutam essa temática”.
O acadêmico Talisson Agustini da Silva comenta que uma das ações realizadas no projeto foi o desenvolvimento de um baralho químico para a aprendizagem da tabela periódica pelos surdos. “Produzimos o material e aplicamos para um grupo de alunos surdos. Essa ação fez com que esses alunos tivessem maior conhecimento sobre o funcionamento da tabela e também contribuiu para nós, futuros professores”, resumiu Talisson.
As oficinas pedagógicas envolveram público externo e interno. Duas dessas oficinas foram destinadas aos pais das crianças autistas, ocorrendo no Centro Municipal de Atendimento Educacional Especializado para Autismo de Ji-Paraná e na marcenaria do campus. Ocorreram também palestras educativas e a produção de material pedagógico para intervenção nas salas de recurso das escolas públicas estaduais. Além disso, houve intervenções pedagógicas na Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), no Centro de Autismo e em escolas públicas estaduais.
A acadêmica Francisca Laryssa Abreu Gonçalves participou das atividades no Centro de Autismo de Ji-Paraná: “nós acompanhamos como é todo o trabalho realizado com eles e também auxiliamos em sala. Gostei muito das atividades, achei uma excelente oportunidade para termos contato com uma educação especial, e, na prática, saber como que é a realidade. Traz outro olhar, outra perspectiva sobre a educação e com certeza agregou muito conhecimento, o qual levarei quando formada”.
O olhar diferenciado trazido pela disciplina de educação inclusiva despertou Weder Martins Naiman para a diversidade de alunos que uma sala de aula pode ter. “A proposta de desenvolver e aplicar um material didático, neste caso mais dois colegas e eu aplicamos para um aluno com baixa visão, foi totalmente inesperada e surpreendentemente incrível. Desde a concepção de qual material construiríamos até a aplicação final do mesmo mantivemos contato com ele e isso possibilitou que compreendêssemos algumas das dificuldades que um aluno deficiente encontra em relação aos conteúdos de Química. O fato de não ter um dos sentidos não impediu que o estudante aprendesse conceitos básicos dos modelos atômicos, bastou que a forma de apresentar estes modelos a ele fosse adaptada para a sua realidade”, concluiu o acadêmico.
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