Instituto Federal de Rondônia

Coletivo de Estudantes Indígenas Bã Oiwã Bãj do Campus Ji-Paraná mostra variada programação para 2025

O coletivo de estudantes indígenas Bã Oiwã Bãj do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Ji-Paraná, vem desenvolvendo ações de grande relevância para a promoção da diversidade cultural e para a valorização dos conhecimentos ancestrais no espaço escolar.

As atividades do Bã Oiwã Bãj têm por objetivo proporcionar um espaço escolar de reflexão sobre questões indígenas, suas lutas históricas e práticas culturais, com foco na valorização dos saberes e fazeres ancestrais de povos indígenas de Rondônia. O Coletivo é Coordenado pelos estudantes indígenas Douglas Puruborá Sansão Justiniano (Técnico em Informática), Maristela Cleidiane Xawap Arara (Técnico em Informática), Ana Clara Ferreira Nakabiwaw Arara (Técnico em Floresta), com apoio voluntário dos estudantes Ronald Oliveira Campos da Silva (Técnico em Química) e Alexia Cibelle Pinheiro Theobald (Técnico em Floresta). A Professora Mônica Apolinário atua como tutora dos estudantes.

Eles explicam que o Bã Oiwã Bãj – que significa a nossa resistência na língua nativa do povo Puruborá – é o único coletivo indígena do IFRO. E listam que no ano letivo de 2024 foram desenvolvidas as seguintes ações:

- Roda de Conversa com Cacique Pedro Arara com participação ativa de membros do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) e estudantes dos cursos técnicos e graduação. Na ocasião, o cacique falou a importância da preservação da floresta para a sobrevivência de todos e destacou que as áreas preservadas de Rondônia são em sua maioria territórios indígenas. Relatou várias situações vividas pelo seu povo historicamente e evidenciou que a manutenção das práticas culturais são mecanismos para valorizar a ancestralidade indígena. Além de realçar a articulação junto a lideranças indígenas da região, para a promoção de conversas, debates e encontros, o coletivo tem como foco a desconstrução de estereótipos e a difusão de práticas culturais indígenas.

- Oficina de pintura corporal do povo Karo Arara. O objetivo da oficina foi de chamar a atenção dos estudantes não indígenas para essa prática cultural, além de proporcionar a vivência dessa prática intrínseca aos povos indígenas. A oficina foi ministrada por Ivan Arara, membro da etnia e pai da estudante coordenadora do coletivo Ana Clara Arara. Foi utilizada a pigmentação da seiva do jenipapo e do urucum e contou com significativa participação dos estudantes, curiosos por conhecer os significados de cada grafismo.

- Apresentação de Dança e Ancestralidade. Direcionados pela liderança Célio Arara, jovens a etnia Karo Arara apresentaram danças e cantos ancestrais aos estudantes do IFRO Campus Ji-Paraná. A apresentação foi bastante interativa, uma vez que os participantes foram inseridos na dinâmica da apresentação. O momento foi marcado por muita descontração e interatividade.

Para o ano de 2025 está previsto:

1 - Uma oficina de plantas medicinais utilizada pelos indígenas, que será ministrada pela liderança indígena Artemísia Puruborá.

2 - Cine debate: “O Território” Exibição do filme e, na sequência, discussão sobre a temática abordada.

3 - Visita técnica de estudantes na Aldeia Pay Gap, Linha 74, Terra Indígena Igarapé Lourdes organizada pela coordenação do coletivo em parceria com o Neabi/Jipa.

 4 - Roda de conversa sobre o livro: “Os Ikólóéhj Gavião: a terra e os outros” com a autora e antropóloga Lediane Fani Felzke.

5 - Lanche da tarde: “O sabor da floresta” para Promover uma confraternização a fim de ampliar a interação e laços de amizade entre estudantes indígenas e não indígenas.

As ações desenvolvidas pelo coletivo Bã Oiwã Bãj possibilitam o diálogo e a interação entre estudantes indígenas e não indígenas, de modo que o IFRO Campus Ji-Paraná vem se tornando num espaço escolar plural, diverso e, sobretudo, de respeito e reconhecimento dos saberes e fazeres indígenas. Os integrantes do coletivo ainda afirmam que a realização de atividades práticas, como oficinas e minicursos, com enfoque nas habilidades artesanais, artísticas e terapêuticas efetivadas por povos indígenas de Rondônia, contribuem para a disseminação e valorização dos elementos culturais dos povos indígenas, no âmbito do IFRO Campus Ji-Paraná.