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NEABI/JIPA participa da Festa do Jacaré do Povo Karo Arara

Publicado: Quinta, 17 de Outubro de 2024, 16h14 | Última atualização em Quinta, 17 de Outubro de 2024, 16h14 | Acessos: 193

IFRO na Cerimônia Jacaré 20O Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (Neabi/IFRO), Campus Ji-Paraná, esteve presente na Festa do Jacaré, nos dias 27 e 28 de setembro. A atividade é realizada anualmente pelo povo Karo Arara, na Aldeia Paygap, na Terra Indígena Igarapé Lourdes, localizada no município de Ji-Paraná. O evento é uma celebração cultural que valoriza o conhecimento, a música, a dança e a culinária da comunidade.

A festa é aberta e permite a presença de outras comunidades indígenas e visitantes não indígenas. O Neabi/JIPA recebeu o convite das estudantes Sabrina Arara e Maristela Arara. Recepcionada com muita alegria, danças e cordialidade, a equipe composta pelas Professora Lediane Fani Felske e Mônica Apolinário, os estudantes Matheus Samasquini, Alessandra Ferreira Alves e Larah Schultes, vivenciou momentos de imersão na cultura do povo Karo Arara.

Larah destacou a receptividade do povo Arara. “O melhor de tudo na festa do Jacaré foi a sensação de acolhimento que senti durante todo o evento. Estar confortável na minha primeira visita a uma aldeia indígena e poder participar da cultura de forma ativa foi uma experiência memorável para mim. Em um momento, quando eles formaram a fila para passar pelo túnel durante uma das danças, tomei coragem para participar também. Fui um pouco tímida e sem jeito em relação a como as coisas funcionavam, porém, o Pedrinho, um menininho indígena, simplesmente segurou a minha mão e me acompanhou até o final da apresentação. Aconteceram vários outros momentos assim, mas esse foi o meu favorito, pois acho que não poderia ter sido mais singelo”, contou a estudante.

O ritual, realizado pelos membros da etnia, consiste em caçar, capturar e se alimentar do animal. A tradição é permeada de cantos e danças que evidenciam a cultura indígena e promove a aprendizagem dos mais jovens de modo que a tradição ancestral seja mantida.

O Cacique Pedro Arara tomou posse do microfone para externar aos presentes a importância da festa para seu povo. Em suas palavras: “essa festa é muito importante para o povo Arara. Faz parte da nossa cultura. Nós estamos realizando, para manter os rituais tradicionais e para que as crianças aprendam e continuem praticando. Para nós, a festa é mais do que aquilo que se vê, é aquilo que se sente, é o momento em que se juntam o material e o espiritual”.

 

O ritual

Os preparativos para a festa iniciam dias antes com a captura e apresamento. Primeiro os pajés, lideranças e membros da comunidade capturam os jacarés, trazendo-os vivos para um cativeiro próximo da aldeia Paygap. Lá os jacarés esperam até o dia da festa. Foram dois dias de festa animada com danças, cantos e macaloba (Chicha). Crianças, jovens, os mais velhos e os visitantes celebram alegremente. A maioria trajava roupas tradicionais feitas em fibras de babaçu, pintados com urucum e jenipapo.

No segundo dia de festa os jacarés são introduzidos na celebração. A presenças dos jacarés é acompanhada de muita animação, cantos e danças repletas de significados ancestrais. Os jacarés com as bocas amarradas são passados de mão em mão para mulheres, crianças, homens e especialmente pelas lideranças que lideram os cantos. Depois de muita celebração, o pajé escolhe as pessoas que vão abater os animais, que estarão também incumbidos de beber boa dose de macaloba. Ao final, os animais são cozidos e saboreados por todos que participam da festa.

A Professora do Campus Ji-Paraná, Lediane Felske, explica ter tido a honra de ser escolhida para abater um dos jacarés e participar ativamente da cerimônia. “A equipe vivenciou um momento farto de significados e ancestralidade indígena, externado na alegria, nos olhares, cantos, danças, adornos e pinturas corporais que embelezaram a experiência. Ninguém ficou parado, apenas observando. O evento promovia a integração, desde experimentar a macaloba e a sopa do jacaré, movimentar-se ao ritmo das danças e cantos, até fazer pintura corporal”, enfatiza.

 

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