Projeto Todo mundo lendo 2023 integra estudantes dos Campi Ji-Paraná e Jaru
Mais uma etapa do Projeto Todo mundo lendo 2023 foi concretizada, desta vez com a realização de um encontro de estudantes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO) dos Campi Jaru e Ji-Paraná. Promovida pelo GELLIC (Grupo de Estudos em Leitura, Linguagens e Identidade Cultural – Campus Ji-Paraná), a atividade ocorreu no dia 23 de agosto.
A ação reuniu estudantes dos 3º anos dos dois campi do IFRO. Além da interação entre os alunos de ambas as unidades, houve a análise da obra literária Torto Arado, do escritor Itamar Vieira Junior, e abordagem sobre técnicas de escrita para redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). O objetivo da ação foi fomentar práticas de leitura para processo de apropriação do conhecimento como mecanismo propiciador de reflexão e transformação do sujeito e, nessa ação especificamente, contribuir para a preparação dos alunos para o Enem.
As atividades do Projeto de Ensino Todo mundo lendo 2023 abordam possibilidades de desenvolvimento de práticas da leitura sob o viés da Teoria Histórico‐Cultural e da Filosofia da Linguagem, como mecanismo para ampliar a visão de mundo de cada sujeito (alunos e professores) e de potencializar sua capacidade de autorregulação, a fim de compreender a si mesmo e sua relação com a realidade e com as esferas que compõem a sociedade.
No início da ação intercampi houve recepção dos alunos de Jaru pelos estudantes membros do Grêmio Estudantil Paulo Freire e do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi/IFRO/Ji-Paraná). Em seguida foram divididos em grupos para conhecer as dependências do campus e parada musical no espaço alternativo. Depois disso, foram recebidos no auditório todos os estudantes dos terceiros anos e os visitantes para uma abordagem pelos Professores Luís Medeiros e Dioneia Helbel sobre a Redação para o Enem.
À tarde, após almoço, seguido de um momento de interação com karaokê, os alunos voltaram ao auditório para uma mesa redonda com Elisabete Ferraz, Mônica Apolinário e Robinson Schoaba. Os docentes fizeram análise histórica e sociológica da obra Torto Arado, a fim de ampliar o repertório cultural dos alunos.
Os organizadores lembram Mario Quintana com a frase: “Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas”. Considerando esse pressuposto, as práticas de leitura na escola são essenciais para a formação plena do aluno, mostram os professores. Torto Arado de Itamar Vieira Júnior é uma obra que traz a oportunidade de trabalhar distintos conteúdos que envolvem conhecimentos da História, Geografia e Sociologia desde o conceito de lugar e uso da terra até o ensino de África, e relações étnico-raciais e culturais.
Na aula, eles mostraram como o autor consegue trazer à tona toda a diversidade de conhecimento cultural, agrícola, e religioso desse povo negro do interior da Bahia, vinculando à escravidão, ao processo de dominação e uso da terra e às consequências até os dias de hoje. As propostas de atividades de ensino voltadas à leitura possibilitam ao aluno o conhecimento necessário para compreender o mundo de forma mais ampla.
Para a Professora de História Mônica Apolinário, o livro reflete conflitos étnico-raciais que perfazem a história do Brasil, e permite conhecer o Brasil de verdade. “A obra Torto Arado denuncia um Brasil que é invisível para muitas pessoas, permeado por relações de violência, intolerância e preconceito. Permite pensar sobre o processo de exploração humana e compreender um Brasil profundo. É uma obra ficcional, mas inspirada em uma realidade crua sobre o trabalho em paragens distantes e ruralizadas”.
Laura Kim, do 3 º ano do Curso Técnico em Segurança do Trabalho Integrado ao Ensino Médio do IFRO Campus Jaru, fala que “a atividade intercampi foi positiva em muitos aspectos: demos a devida importância aos conteúdos discutidos no evento, tanto de literatura quanto de redação; pudemos interagir com colegas de outro campus e criar laços de amizade; além de nos inspirar na realidade de outra unidade do Instituto para refletir sobre a nossa em Jaru”.
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