Arte e Sustentabilidade ganham destaque na SNCT 2024 do Campus Porto Velho Calama
A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) 2024, realizada no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Porto Velho Calama, entre os dias 9 e 12 de dezembro, trouxe à tona não apenas discussões científicas, mas também um intenso diálogo entre arte, identidade e meio ambiente. Integrando a programação, o Festival de Cultura, Identidade e Educação Ambiental e a Exposição Artística dos discentes mostraram como a arte pode ser uma poderosa ferramenta de conscientização e transformação social.
Um dos destaques do evento foi a oficina “Patrimônio em cores: ação e criatividade”, conduzida por Telma Martins e Deny Ardaia. Desenvolvida dentro do projeto “Práticas integradoras sobre o patrimônio material e imaterial como identidade cultural dos portovelhenses”, a atividade uniu os alunos dos primeiros anos do Curso Técnico em Edificações para explorar a técnica da frotagem, que consiste em transferir texturas para o papel utilizando materiais simples.
“Os alunos tiveram a liberdade de escolher imagens de patrimônios históricos de Porto Velho, visitados previamente, e criar desenhos coloridos e autênticos. Foi fascinante observar como eles se apropriaram da técnica, imprimindo suas percepções sobre os espaços históricos que conheceram. Além disso, a oficina trouxe não apenas aprendizado técnico, mas também uma conexão com a história local, despertando nos estudantes um senso de pertencimento e valorização do patrimônio”, comentou Telma Martins, ressaltando a importância de integrar arte e educação técnica.
Durante a abertura da SNCT 2024, no dia 9 de dezembro, a banda Quilomboclada trouxe sua energia e identidade únicas para o palco. O nome do grupo reflete uma poderosa simbologia: a fusão dos termos “Quilombo”, representando resistência, e “Caboclada”, referindo-se aos habitantes locais da Região Norte. Essa união celebra a defesa da identidade beradeira e ribeirinha, características marcantes dos moradores do Norte do Brasil. Musicalmente, a banda se define pelo estilo MPBERA (Música Popular Beradeira), uma miscelânea de sons que mistura ritmos e influências em uma expressão cultural autêntica e vibrante, rompendo com rótulos tradicionais. A apresentação foi um convite para o público mergulhar na rica diversidade sonora e cultural da Amazônia.
No dia 10 de dezembro, a cantora Márcia Aguiar subiu ao palco com um repertório autoral e covers, proporcionando momentos de emoção e conexão entre os participantes. "É sempre um prazer participar dos eventos no IFRO. Já me sinto uma parceira da instituição. Neste evento, senti uma responsabilidade especial: levar música que não só entretém, mas também inspira. Em tempos de excesso de telas e consumo rápido de informações, acredito que a música, assim como outras formas de arte, nos convida a um estado de presença, a um momento de pausa para refletir, interagir e sentir. A arte transforma vidas. Ela ensina, inclui, resgata e cura. É algo que precisamos ter no cotidiano, seja em casa, na escola ou no trabalho”, afirmou Márcia, emocionada com a recepção calorosa do público.
O festival foi encerrado no dia 11 com uma apresentação vibrante da banda Caiariver, liderada pelo Professor de Língua Portuguesa, Deives Nascimento dos Santos, que trouxe um repertório variado para animar a comunidade acadêmica. “Participar da SNCT é sempre uma honra. Essa é uma oportunidade de não apenas mostrar nosso trabalho musical, mas também reforçar laços com os alunos e colegas. É uma forma de celebrar o que construímos juntos no IFRO. Tenho um carinho especial pelas turmas que acompanhei durante meu tempo como professor, e convidá-los para essa apresentação é uma maneira de fortalecer essa conexão. A música é uma ponte que une e transforma. Espero que todos venham prestigiar e se conectar conosco nessa experiência”, destacou o professor, reforçando o convite a toda a comunidade.
Para o servidor Tiago Lins, o festival desempenha um papel fundamental ao integrar arte e conscientização ambiental. “Por meio de exposições e performances, conseguimos abordar questões cruciais, como a preservação ambiental, de uma maneira acessível e cativante. A arte sensibiliza e toca as pessoas de formas que muitas vezes a ciência sozinha não alcança. Em um momento em que enfrentamos desafios ambientais significativos em Porto Velho, o Festival é uma maneira poderosa de engajar a comunidade e promover mudanças comportamentais que se refletem em práticas mais sustentáveis no dia a dia. Unir arte e sustentabilidade é um caminho essencial para o futuro”, ressaltou.
Para a equipe organizadora, a SNCT 2024 não foi apenas um espaço de aprendizado científico, mas também um palco para valorizar a diversidade cultural e integrar a comunidade acadêmica e externa. Sendo que as exposições artísticas, oficinas criativas e apresentações musicais marcaram um evento que reafirma o compromisso do IFRO com a formação integral e sustentável.
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