Palestra de Léo Péricles encerra atividades do Novembro Negro e destaca a importância da discussão sobre a população negra
Um evento que reuniu alunos, professores e participantes da comunidade externa debateu, na última quinta-feira, 28 de novembro, o tema “O negro na sociedade de classes”, ministrado pelo ativista e presidente nacional da Unidade Popular (UP), Léo Péricles. A atividade, promovida pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Porto Velho Calama, marcou o encerramento das ações do mês da consciência negra.
Léo Péricles enfatizou a importância da memória, da justiça de transição e da reparação histórica para superar os desafios contemporâneos em relação aos negros. Em sua palestra, foram apresentadas reflexões sobre a história da população negra no Brasil, explorando as conexões entre racismo estrutural e desigualdades sociais. O ativista também destacou questões históricas como o impacto da escravidão, a exclusão de negros no acesso à terra após a Lei de Terras de 1850 e as dificuldades enfrentadas no pós-abolição.
Os debates entre o palestrante e o público incluíram propostas de transformação social e o fortalecimento da educação pública, citando o IFRO como um exemplo de política pública educacional que precisa ser fortalecida. “Mesmo sendo uma instituição pública, o ingresso no IFRO, especialmente para alunos oriundos de escolas públicas, ainda é um privilégio para poucos. A classe mais pobre muitas vezes não sabe como chegar até aqui. Trata-se de investir no que já temos, construir novas escolas técnicas e universidades e, principalmente, descentralizar, levando-as para todos os rincões e interiores desse país”.
Joilson Arruda, Coordenador do Neabi, ressaltou que o evento, celebrado pelos participantes, foi uma oportunidade de aprendizado e de conscientização. “Discutir temas como esse nos ajuda a entender as raízes das desigualdades e a importância de construir uma sociedade com mais equidade social”, afirmou.
O Professor de História do IFRO Calama e um dos organizadores da programação, Uilian Nogueira, comenta a importância de reconhecer a continuidade da luta dos negros e a necessidade de promover políticas públicas. “O Novembro Negro é um marco, mas a reflexão sobre a população negra deve ultrapassar um único mês e ser integrada ao cotidiano da sociedade”.
Por fim, Léo Péricles reafirmou que temas sobre a historicidade social, incluindo os negros, devem ser discutidos ao longo de todo o ano. “O Novembro Negro deve ser lembrado todos os meses, e, para que a luta seja eficaz, é essencial que a educação, a cultura e a história negra sejam discutidas e valorizadas, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e consciente de suas raízes”, concluiu o palestrante.
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