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Equipe da Escola do Chocolate do IFRO Campus Jaru realiza intercâmbio tecnológico no estado do Pará

Publicado: Sexta, 10 de Mai de 2024, 14h34 | Última atualização em Sábado, 11 de Mai de 2024, 00h09 | Acessos: 435

Campus Jaru Escola do Chocolate Visitas Técnicas no Pará 3

O intercâmbio tecnológico, realizado pela equipe da Escola do Chocolate do Instituto Federal de Rondônia, no Pará, entre os dias 7 e 13 de abril, teve como objetivo aprimorar o conhecimento e a troca de experiências entre produtores, pesquisadores e empresários da cadeia do cacau. Na visita técnica, foi possível conhecer as lavouras e viveiros de cacau, cooperativas e agroindústrias de chocolate, buscando possibilidades de agregar valor ao produto e à pesquisa, desenvolvimento e inovação.

Participaram da comitiva o professor Renato Delmonico, coordenador-geral do projeto Escola do Chocolate do Instituto Federal de Rondônia - Campus Jaru, a professora Alana Mara Kolln, coordenadora do núcleo relações com a comunidade, do Campus Jaru e a professora Andreza Pereira Mendonça, do Campus Ji-Paraná, coordenadora do núcleo viveiro e produção de mudas, que serão distribuídas gratuitamente aos produtores rurais dos municípios de Cacoal, Jaru, Ariquemes, Theobroma, Nova União e Governador Jorge Teixeira.

Os integrantes do projeto Escola do Chocolate visitaram diversas propriedades rurais que cultivam cacau clonal e sementes híbridas, onde foram observadas as técnicas de manejo do cacaueiro, como a poda, adubação e manejo fitossanitário. Essas visitas às propriedades rurais permitiram ao grupo se familiarizar com técnicas agrícolas para atingir altas produtividades em lavouras de origem clonal e seminal, além de conhecer os clones mais cultivados no Pará.

 Para a professora Alana Mara Kolln, “o intercâmbio tecnológico proporcionou uma oportunidade única para o aprendizado e a troca de conhecimentos entre cacauicultores, empresários, cooperativas, extensionistas e pesquisadores da cacauicultura no Pará e Rondônia, possibilitando conhecer práticas de produção de cacau e chocolate, adaptadas à realidade da região amazônica. Essa experiência prática contribuiu para aprimorar as ações desenvolvidas pela Escola do Chocolate, permitindo a aplicação de novas técnicas e estratégias de produção e agregação de valor ao produto. Além disso, fortaleceu a conexão entre os diversos atores da cadeia produtiva, promovendo a integração entre pesquisa, extensão, educação e mercado. O intercâmbio também favoreceu a identificação de oportunidades de inovação e pesquisa e melhoria contínua nos processos produtivos, desde o cultivo até a fabricação de chocolate, visando ao desenvolvimento sustentável da cacauicultura na região amazônica”, destacou a docente.

As visitas permitiram, ainda, a compreensão dos métodos empregados em todo o processo de produção do cacau, do plantio à pós-colheita, como visto nas propriedades de José Lugli Garcia e Belmiro Faes. Destacam-se as visitas aos produtores campeões mundiais de cacau de excelência, Miriam Aparecida Federicci Vieira, vencedora da medalha de ouro no Cacao of Excellence 2023 e a de Robson Brogni, medalha de prata no Cacao of Excellence 2023, ambos de Medicilândia.

No sítio Ascurra de Robson e Sara Brogni, foi acompanhada a produção de chocolates “tree to bar” ou “da árvore para a barra”, que garante um controle maior sobre o plantio e cultivo das plantas e pós-colheita de cacau e resulta em um produto final de alta qualidade, utilizando as amêndoas de cacau provenientes da produção própria. Já no Sítio Lindo Dia do Sr. Elido Trevisan e família, observou-se a verticalização da produção, com agregação de valor aos derivados do cacau, como o mel, polpa, geleias, licores e chocolates.

As visitas aos viveiros de mudas de cacau, como o Agroplant do Sr. Ataide e Leonardo, e o viveiro do Igor no Sítio Capixaba, possibilitaram o entendimento dos processos e critérios de produção de mudas de qualidade, sadias e produtivas.

A professora Andreza Pereira Mendonça, coordenadora do núcleo viveiro e produção de mudas, falou da importância do intercâmbio. “Foi uma experiência riquíssima, onde pudemos visitar diversos viveiros e plantações de cacau, conhecer tecnologias de produção e processos importantes para serem implementados em Rondônia”, avaliou Andreza.

No escritório Regional da Emater Pará, os participantes da comitiva foram recebidos pelo gerente Sidevaldo Santana de Jesus, que explanou sobre as ações e projetos desenvolvidos em Medicilândia para o fortalecimento da cacauicultura na região. Ainda em Medicilândia, as visitas às cooperativas e agroindústrias de chocolate proporcionaram informações sobre o ciclo de produção do chocolate, desde o processamento da amêndoa até a embalagem do produto. Na visita à fábrica Cacauway, verificou a organização de uma cooperativa com produtores da agricultura familiar que produzem cacau de alta qualidade. E na Escola Indústria de Chocolate do Senar, o senhor Adailton Silva, destacou a importância da capacitação e geração de conhecimento para possibilitar a verticalização da produção de cacau, pois agrega valor ao cultivo e incentiva empreendedores em investir na fabricação de chocolates finos.

Em Belém, capital do estado do Pará, a comitiva conheceu a Casa do Chocolate Filha do Combu, localizado na Ilha do Combu, onde é cultivado o cacau nativo e orgânico. Esse, apresenta um modelo de negócio que preserva a floresta e agrega valor aos produtos amazônicos, destacando a sustentabilidade.

No Parque Científico e Tecnológico do Guamá (PCT), visitaram o Centro de Valorização de Compostos Bioativos da Amazônia (CVACBA) vinculado à Universidade Federal do Pará (UFPA), coordenado pelo professor e pesquisador Jesus Souza. O Centro é referência em pesquisa e prestação de serviços na Amazônia, nas áreas de ciência e tecnologia de alimentos, farmácia, química, biotecnologia e cosmética. Nesse espaço são realizados pesquisas, desenvolvimento e inovação ligados à cadeia do cacau.

Dentro do CVACBA está o Labsenso que analisa a qualidade física, físico-química, funcional e sensorial de amostras de cacau e chocolate e emite certificações que atestam características como cheiro, odor, cor e textura dos produtos, além das análises exigidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o que permite que produtores de boas amêndoas possam conseguir preços mais justos por seus produtos no mercado nacional e internacional.

Ao visitar a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) de Marituba (PA), tiveram a oportunidade de conversar com os pesquisadores, Fernando, Carlos e Geraldo, sobre a pesquisa, a inovação e a transferência de tecnologias para o desenvolvimento sustentável da cacauicultura no Brasil. Foi discutida a produção de sementes híbridas, lavouras seminais de alta produtividade, as pesquisas em andamento na Ceplac e a importância dos bancos ativos de germoplasma.

Atualmente, na Ceplac de Marituba está o banco de germoplasma de Theobroma Cacao com a maior diversidade de materiais no mundo. “A visita ao estado do Pará, o contato com a região mais produtora de cacau do Brasil, bem como aos cacauicultores, entidades e instituições e agroindústrias, foi de suma importância para o planejamento e amadurecimento das ações previstas no projeto Escola do Chocolate. Como coordenador-geral do projeto, verifico que foram realizados diversos contatos para a realização de futuras parcerias que irão possibilitar ao projeto institucional alcançar suas metas no desenvolvimento de novos tecnologias, de novos produtos e acima de tudo de impulsionar a cadeia produtiva do cacau em nosso estado de Rondônia com qualidade e de forma sustentável, favorecendo principalmente a agricultura familiar e a bioeconomia”, comentou Renato Delmonico.

 Projeto Escola do Chocolate

A Escola do Chocolate surge a partir de parcerias institucionais firmadas inicialmente entre o Campus Jaru e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/RO), no ano de 2021, para o desenvolvimento de ações em prol do Projeto Cacau Sustentável de Rondônia, que é coordenado pela gerência local do Sebrae em Jaru e conta com outros parceiros como: Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), entre outros parceiros. Nesse sentido, os servidores Alana Mara Kolln, Marília Assis dos Santos, Regiane Pandolfo Marmentini, Andreza Pereira Mendonça (Campus Ji-Paraná) e Renato Delmonico, em conjunto com parceiros institucionais, reformularam o projeto e propuseram que, ao invés de adequar um espaço, era necessário construir uma edificação que comportasse a agroindústria, os ambientes administrativos e os espaços para capacitação da comunidade.

E para comportar tal construção, ofereceu o espaço do Campus Jaru para sediar este empreendimento e projeto, o que foi aceito por unanimidade pela Câmara Setorial do Cacau. Portanto, em maio de 2022, para subsidiar a elaboração do projeto e do layout dessa construção, os servidores fizeram uma visita técnica em conjunto com a Gerente Local do Sebrae, Marcileide Alves Zirondi, à cidade de Ilhéus na Bahia, onde se encontra o Centro de Inovação do Cacau (CIC), referência nacional sobre a qualidade do cacau no Brasil, bem como outras instituições como CEPLAC, Fazenda Capela Velha, Cooperativa de Cacau de Gandu e ao Instituto Federal Baiano - Campus Uruçuca. O campus de Uruçuca é referência também no trabalho com cacau e processamento de chocolate, possuindo inclusive uma pós-graduação em Chocolate. Com a proposta finalizada, ainda em 2022, começaram as tratativas para apresentação do projeto às instituições, autoridades e parlamentares, com intuito de angariar recursos orçamentários que subsidiassem o projeto, o Senador Confúcio Moura decidiu apoiar o projeto. Nesse caminho, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) também solicitou uma audiência para apresentação do projeto, que também culminou em um apoio institucional. E a partir dessas tratativas, foi indicado uma emenda parlamentar de R$ 10 milhões de reais, para custear o projeto, de autoria do Senador Confúcio Moura.

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