Campus Vilhena entrega projeto de panificadora para a Penitenciária Feminina e Regime Semiaberto de Vilhena
No dia 21 de maio de 2025, durante reunião realizada no Campus Vilhena do Instituto Federal de Rondônia (IFRO), foi entregue o projeto especializado da panificadora para a Penitenciária Feminina e Regime Semiaberto de Vilhena. A proposta tem como objetivo oferecer formação profissional e produtiva para mulheres privadas de liberdade, contribuindo de forma significativa para sua ressocialização.
Participaram da reunião de entrega do projeto o Procurador do Ministério Público Federal de Rondônia, Reginaldo Trindade; o Encarregado Regional de Rondônia da Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados (FBAC), Ramon Melo; o Promotor de Justiça do Ministério Público de Rondônia, Rodrigo Guimarães Leventi; a Diretora da Penitenciária Feminina e Regime Semiaberto de Vilhena, Cristiane Garcia da Silva; o Diretor-Geral do IFRO Campus Vilhena, Rodrigo Alécio Stiz; a Chefe do Departamento de Extensão, Maria Helena Ferrari; o professor do curso de Arquitetura, Sankeis Pacheco; e a acadêmica Geovana Laura dos Santos Silva.
O projeto foi desenvolvido pela acadêmica Geovana Laura dos Santos Silva com o apoio do professor Filipe Schockness. A estudante relata que o projeto teve início em uma disciplina acadêmica com foco na solução de problemas reais. "Foi solicitado que identificássemos um problema com um cliente real. Em conversa com o professor Filipe, ele me apresentou essa demanda, incentivando a sua realização e se propondo a auxiliar com seu olhar profissional. Assim, aceitei o desafio e comecei as etapas de levantamento", relata Geovana. A realização do projeto exigiu diversas etapas, desde a necessidade de realização de visita técnica ao local, até levantamento de dados e análise de normas específicas para ambientes prisionais.
Durante o desenvolvimento do projeto, Geovana buscou alinhar técnica e sensibilidade. "Refletimos profundamente sobre questões de segurança, fluxos de circulação, insolação, ventilação e normas vigentes. Foi um trabalho intenso e desafiador, mas extremamente enriquecedor", comenta. Para ela, a experiência teve um impacto pessoal significativo: "Esse projeto representou empatia, solidariedade e sensibilidade. A arquitetura também é sobre materializar sonhos com técnica e escuta."
A diretora da penitenciária, Cristiane Garcia da Silva, destaca o impacto da iniciativa: “O que mais nos chamou a atenção foi o comprometimento e a criatividade da aluna Geovana no desenvolvimento do projeto. Ela conseguiu pensar não apenas na parte técnica da panificadora, mas também na gestão, na sustentabilidade do projeto e no impacto social que ele pode gerar”. Segundo a diretora, esse projeto vai muito além da produção de alimentos: “Ele representa uma oportunidade real de transformação, gera ocupação produtiva, remição de pena, aumento da autoestima e profissionalização. Reeducandas saem daqui com uma profissão, mais chances de romper o ciclo da criminalidade e reconstruir suas histórias."
A ação conta ainda com o apoio do Ministério Público de Rondônia, que tem atuado na articulação institucional para viabilizar a implantação da panificadora. "O projeto representa uma ação concreta de reinserção social. Ele capacita e profissionaliza mulheres em situação de vulnerabilidade, revertendo suas qualidades ao bem comum. Os estudantes do IFRO são protagonistas dessa transformação”, afirma o promotor de Justiça Dr. Rodrigo Leventi Guimarães.
O projeto segue agora para as próximas etapas, que envolve o detalhamento técnico (instalações hidráulicas e elétricas), previsão de custos e busca por recursos para a construção. De acordo com o promotor, o envolvimento de jovens na formação é essencial: “A interação social é o mecanismo ideal para o crescimento conjunto. Envolver instituições de ensino público fortalece a justiça social e torna os serviços públicos mais acessíveis”.
Conforme a chefe do Depex, Maria Helena Ferrari, o projeto da panificadora se soma a outras iniciativas já desenvolvidas pelo IFRO na unidade, como o curso de corte e costura, contribuindo para promover a ressocialização e a dignidade das mulheres privadas de liberdade. “Mais do que uma estrutura física, a panificadora representa esperança, oportunidade e ajuda”, afirmou.
Para o Diretor-Geral do IFRO – Campus Vilhena, professor Rodrigo Alécio Stiz, a ação reflete a missão institucional do Instituto Federal. "Projetos como este mostram que o conhecimento produzido dentro do IFRO está comprometido com a transformação da realidade social. Parabenizo a aluna Geovana pela dedicação e sensibilidade com que contribuiu com o trabalho, e agradeço a todos os parceiros envolvidos por acreditarem no potencial da educação pública, gratuita e de qualidade."
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