Instituto Federal de Rondônia

Acadêmicos do Calama realizam atividade prática para solução de problemas sociais

Estudantes do Curso de Engenharia de Controle e Automação do IFRO (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia), Campus Porto Velho Calama, realizam atividade prática para solução de problemas para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/RO), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa/RO) e Grupo Rovema.

A atividade prática da disciplina de Linguagem de Programação do Curso de Engenharia de Controle e Automação foi realizada nos dias 07 e 08 de setembro, na fazenda do Grupo Rovema. Foram apresentados os problemas e gargalos tecnológicos de diversos setores da sociedade, colocando os acadêmicos em contato com as demandas de instituições públicas e privadas, de modo a viabilizar a prospecção de protótipos para a resolução de problemas reais.

Tais ações tiveram como finalidade introduzir os alunos numa proposta educativa inovadora que enfoca a solução de problemas e o desenvolvimento tecnológico. Participaram das atividades os professores Artur Vitório, Carlos Bauer, Kaio Alexandre, Laffert Gomes, Marcio Rodrigues e Rodrigo Brasil. Os discentes Rafael Pissinati (monitor) e Osni Brilhante (Extensionista Iniciante em Nível Superior) foram colaboradores no desenvolvimento das ações.

Na ocasião, as turmas do 2° e 4° período do curso de Engenharia de Controle e Automação foram protagonistas do desenvolvimento das soluções propostas pelas instituições. Eles utilizaram o conhecimento integrado das disciplinas Linguagem de Programação, Física, Geometria Analítica, Álgebra Linear e Desenho Técnico.

Nas palavras de Jordana Siepamann, do 4° período: “foi uma experiência de interação aluno-empresa, na qual o discente obteve oportunidades de criar e desenvolver um projeto voltado à necessidade de empresas locais. Durante o evento, tivemos a oportunidade de vivenciar a rotina do campo, o que auxiliou, e muito, a entendermos de fato os problemas apresentados. A fazenda trouxe uma nova perspectiva para que entendêssemos inclusive a nossa importância no novo cenário rural, com menos trabalho braçal e mais tecnológico. Achei a experiência incrível, pois trouxe mais interação entre os alunos e o aprendizado do trabalho em equipe”.

Ao final do encontro, foram apresentados os delineamentos preliminares para a solução dos problemas apresentados pela Embrapa Rondônia, Fiocruz Rondônia e Grupo Rovema. Ao todo foram propostos sete desafios, sendo eles: Sistema de Limpeza Automatizado Modelo Balde ao Pé, Conforto Térmico do Rebanho, Manejo de Forrageira, Fotoperíodo para Camundongos, Controle de Volume de Tanque de Nitrogénio, Sistema de Limpeza de Placas Solares e um Cocho para Alimentação Bovina Automatizado.

Os problemas apresentados consistiam da manipulação, controle e leitura de diferentes tipos de variáveis, tais como: controle de temperatura de água, monitoração de incidência luminosa em plantas forrageiras, controle de humidade do solo e medição de volume em tanques de nitrogênio. Além de problemas mecânicos/estruturais como o caso dos grupos para conforto térmico do rebanho, cocho para alimentação bovina e limpeza de placas solares que precisavam de estruturas para acoplamento dos equipamentos mecânicos para movimentação. As soluções propostas pelos acadêmicos se basearam em técnicas de desenvolvimento de produto, os quais verificaram as restrições econômicas e tecnologias da região e particularidades dos problemas apresentados. A conceituação da ideia foi realizada com materiais de fácil acesso, dando uma perspectiva realística do problema apresentado.

Para representante da Fiocruz, Alice Sabatino, o evento realizado proporcionou as instituições participantes, como é o caso da Fiocruz, a possibilidade de solução de problemas por meio das expertises dos estudantes e professores. Ela ainda complementa que “essa relação de parceria será muito marcante, tanto no avanço das ações demandadas como problemas a serem resolvidos, quanto na proposição das instituições de avançarem juntas para favorecer o desenvolvimento regional. Ter a possibilidade de participar dessa iniciativa e abrir as portas da Fiocruz nos deixa muito honrados e alinhados aos novos rumos que a saúde pública – nosso objeto de trabalho – pode tomar com a quarta revolução”.

A relação didática-pedagógica proporcionada com a atividade possibilitou o desenvolvimento dos conteúdos abordados em sala de aula em uma dimensão na qual o professor passa ser o intermediador do conhecimento, sendo os alunos solucionadores dos problemas de forma ativa. Essa é uma perspectiva que já vem sendo adotado nos cursos do Instituto Federal, em especial o Curso de Engenharia de Controle e Automação.

Conforme o Professor da disciplina de Física I, Carlos Bauer, “é o primeiro passo de uma ação que traz a teoria de algumas disciplinas para a prática, provocando nos alunos a condição de buscar resolver problemas que vão provavelmente encontrar quando estiverem exercendo sua profissão”.

Já para o Professor da disciplina de Geometria Analítica e Álgebra Linear, Rodrigo Brasil, essa ação vai ao encontro das políticas que estão virando tendência no Brasil. “O projeto alia a teoria e prática bem antes do que estávamos acostumados aos finais dos cursos de graduação, onde essas ações são desenvolvidas nos últimos períodos”, avalia o docente.

O encontro ainda faz parte de uma das etapas do projeto “Observatório Tecnológico: Soluções inovadoras para problemas que não tem nada de novo”, que tem como objetivo o desenvolvimento de soluções inovadoras para o setor produtivo envolvendo a automação de processos, e assim estreitar as relações interinstitucionais, criando redes de contato. O Grupo Rovema além de disponibilizar o espaço, também concedeu alimentação e hospedagem. E os servidores da Fiocruz e da Embrapa levam mais conhecimento técnico aos estudantes.