Acadêmicos de Porto Velho realizam visita à Reserva Tupari para projeto de energia solar
Estudantes do bacharelado em Engenharia Civil do IFRO (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia), Campus Porto Velho Calama, visitaram duas aldeias da Reserva Indígena Tupari, na região de Alta Floresta d’Oeste (RO), entre os dias 25 e 28 de setembro. Participaram nove acadêmicos e seis servidores do IFRO, das áreas de Engenharia Elétrica, Mecânica, Arquitetura e Técnico em Edificações.
O objetivo da viagem foi aprender mais sobre a cultura indígena, bem como realizar análise de viabilidade para a elaboração de projeto de captação de energia solar. O Projeto, adaptado à realidade local, contará com uma planta de placas fotovoltaicas, uma subestação e uma área de beneficiamento de frutos. Segundo os professores, a proposta deve ser entregue neste ano aos representantes indígenas para futura instalação.
Solicitado ao Departamento de Extensão do Campus Porto Velho Calama (DEPEX), em visita realizada pelo Cacique Dalton Tupari, o projeto visa inicialmente levar energia elétrica limpa e renovável a aproximadamente 150 indígenas. O chefe do DEPEX, Rodrigo Martins, explica que está prevista ainda a instalação de uma área de beneficiamento de açaí e frutos coletados na região pelos indígenas, gerando renda sustentável através da venda de frutas pelas aldeias. Após dois meses de preparação, foi colocada em prática a transferência de tecnologia proporcionada pelo IFRO, contando com apoio das direções do Campus Calama e da Reitoria.
Tendo sido explorado previamente nas aulas da disciplina de Humanidades, ministradas pelo professor Rodrigo Martins, os alunos aplicaram o conceito de “Observação Participante”: “pudemos vivenciar diretamente a cultura e os costumes entre a população indígena, além do uso de objetos que necessitam de energia elétrica para seu funcionamento, bem como objetivos e anseios dos moradores, o que provavelmente não poderia ser adquirido somente através de relatos e depoimentos ou livros”, diz a acadêmica Stella de Souza.
A Professora Regina Morão conta que foram um pouco mais de três horas viagem de barco, “chegamos por volta das 16h30 na aldeia, onde montamos acampamento e iniciamos a pesquisa de viabilidade entrevistando os moradores, recolhendo dados a partir de visitas em suas residências e observação técnica dos espaços da aldeia. Enquanto realizávamos a pesquisa, as famílias organizaram um jantar na cozinha comunitária da aldeia para nos receber, que por sinal estava muito delicioso. Depois do jantar, ficamos na cozinha conversando e tivemos uma troca muito rica com alguns moradores, os quais nos relataram histórias da comunidade, histórias de superação de convivência em grupo, e também trocamos ideias sobre religião”.
“Observei que os moradores são todos extremamente unidos. Um exemplo foi uma senhora indígena que realizou um breve aviso convidando a comunidade a ajudá-la a buscar madeira na mata para construir sua casa. Também conversei com alguns Tupari jovens que relataram que tem vontade de fazer faculdade, recebendo total apoio da comunidade”, comenta o acadêmico Marcelo Resende. Para Samara Bonfin, também estudante de Engenharia Civil, a “viagem, embora cansativa por causa da distância, foi empolgante e divertida. A sensação de estar ajudando e aprendendo é inigualável”.
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