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Público do Campus Calama debate aspectos urbanísticos da cidade de Porto Velho

Publicado: Quarta, 29 de Novembro de 2017, 11h34 | Última atualização em Quarta, 18 de Abril de 2018, 18h36 | Acessos: 2033

Seminário Calama 1

Um seminário de preparação para as discussões do Plano Diretor da cidade de Porto Velho foi realizado no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Porto Velho Calama. Intitulado “O Arquiteto, o Plano Diretor e as Cidades”, o evento foi realizado pelo Sindarq (Sindicato dos Arquitetos de Rondônia), com a colaboração do Departamento de Extensão (DEPEX/IFRO) e apoio da Coordenação do Curso Técnico em Edificações.

Com a atividade buscou-se incluir a comunidade escolar nas discussões de aspecto urbanístico na cidade, uma vez que o Campus Porto Velho Calama forma profissionais na área da construção civil (técnicos em Edificações e em Eletrotécnica) e em 2018 inicia o curso de Engenharia Civil.  Os debates foram realizados no Auditório do Campus Porto Velho Calama nos dias 23 e 25 de novembro, com objetivo de preparar os profissionais e os futuros profissionais para participarem das discussões e audiências públicas relacionadas à revisão do Plano Diretor municipal.

Segundo o arquiteto Allan Rodrigues Augusto, o seminário aconteceu em momento oportuno: “as discussões referentes aos processos urbanos se intensificam na medida em que os regulamentos dos instrumentos públicos de gestão territorial urbana estão em momento de revisão. Existe uma grande preocupação sobre o tema, pois os desdobramentos urbanos estão tomando as mais diversas proporções, de pequenas a grandes escalas e quem sofre nesse processo é sem dúvida aqueles que estão ‘reféns’ do estado, e necessitam de um suporte adequado, para conseguir progredir socialmente”.

Allan Rodrigues, que é professor do Curso Técnico em Edificações do Campus Porto Velho Calama, ainda destaca a preocupação da academia sobre o capital social urbano em Porto Velho, “nós pesquisadores ficamos contentes por sediar evento de tamanha importância”.

Para o presidente do Sindarq, Uéslei Saimon, o seminário atendeu as expectativas do sindicato, pelo conhecimento transmitido pelos palestrantes e pela participação do público. “Em dois dias mais 200 pessoas passaram pelo auditório do IFRO e foi grande a qualidade do debate pós-apresentação com a interação da plateia. Acreditamos ter contribuído com o tema. E que em 2018, nas audiências públicas do plano diretor, nós possamos ampliar ainda mais este debate e que poder público possa, de fato, colocar esse instrumento urbanístico em prática”, diz Uéslei.

Planejamento urbano

As palestras realizadas no IFRO foram ministradas pelo arquiteto Giovani Barcelos (Uma discussão urbanística a partir do Plano de Ação Imediata de 1972); Allan Rodrigues Augusto (Análise da Vulnerabilidade Socioespacial em Porto Velho, uma reflexão sobre o espaço urbano e suas propriedades); Giovanni Marini (Produção do Espaço Urbano em Porto Velho, a Interface entre a manutenção de vazios urbanos e o ordenamento territorial) e Erminia Maricato (Melancolia na Desigualdade Urbana).

Dos debates, verificou-se que como toda grande cidade brasileira, Porto Velho passou por um processo marcado pelo rentismo fundiário que ampliou a dispersão e a fragmentação do seu território. De 2007 e 2014, por exemplo, houve um número alto de investimento de obras do governo federal e também de investimento nos interesses privados, ligados ao mercado imobiliário e à propriedade da terra. Em semelhança com outras regiões do país, há criação de novos loteamentos ou condomínios fechados e conjuntos habitacionais, assim como questões ligadas a transporte e infraestrutura urbanos, coleta do lixo, entre outras que interessam aos urbanistas.

A arquiteta Erminia Maricato é ex-secretária executiva do Ministério das Cidades e explica que “todos os problemas de Porto Velho são conhecidos por arquitetos, engenheiros, advogados, professores universitários e estudantes. Vi muitos profissionais jovens debatendo a forma desvinculada de interesses pessoais e privados. Testemunhei o propósito de muita gente de debater e lutar pelo novo Plano Diretor. Cabe apenas fazer um alerta: Planos Diretores são fundamentais para orientar o crescimento urbano, mas não bastam, especialmente quando o Estado (no caso o município) não controla o uso e a ocupação do solo e a câmara municipal amplia, sem necessidade, o perímetro urbano”.

“O rumo é dado muito mais por investimentos que guardam relação com proprietários de terra, o que aconteceu no Brasil todo como mostram muitas pesquisas. Depois do que vi e debatemos estou esperançosa de ver Porto Velho resolver seus principais problemas. É fundamental hierarquizar os investimentos públicos e debater sua localização em busca de solucionar os problemas históricos”, conclui Erminia Maricato.

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