Estudantes participam de sessão do Tribunal do Júri em Porto Velho e refletem sobre o papel da Justiça
Alunos dos terceiros anos dos Cursos Técnicos em Química e em Informática Integrados ao Ensino Médio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Porto Velho Calama, participaram na última semana de uma sessão do Tribunal do Júri. A visita técnica foi conduzida pelo Professor de Sociologia, Cassio Alves Lus, com o objetivo de proporcionar aos estudantes uma vivência prática sobre o funcionamento do sistema judiciário brasileiro.
A atividade fez parte das ações pedagógicas de campo da disciplina de Sociologia. Segundo o docente, o principal intuito da visita é mostrar como o Estado atua nos julgamentos de crimes dolosos contra a vida, como homicídio, feminicídio, induzimento ao suicídio e aborto fora das hipóteses legais.
“É importante que os alunos compreendam o funcionamento do Tribunal do Júri, uma instituição do Estado responsável por julgar esse tipo de crime com a participação direta da sociedade, por meio dos jurados”, explicou. Durante a sessão, os estudantes puderam observar o papel de diferentes instituições envolvidas no processo judicial, como o Ministério Público, a Defensoria Pública, o Poder Judiciário e os advogados de defesa.
Para o Professor Cassio, a atividade reforça a importância da cidadania ativa e desperta o interesse dos alunos por temas como o direito constitucional e o Código Penal. “Eles passam a entender como as instituições regulam a vida em sociedade e quais são os seus direitos e deveres enquanto cidadãos”, destacou.
A preparação dos alunos para a visita incluiu orientações sobre o teor delicado dos julgamentos. “Explico que podem haver imagens fortes, discursos acalorados e que tudo isso faz parte do processo. É preciso preparar o estudante para lidar com esse impacto emocional”, afirmou.
A experiência gerou reflexões profundas entre os participantes. Estéfany Simões de Almeida, do 3º ano de Informática, destacou o quanto a vivência despertou ainda mais seu interesse pelo Direito. “Foi uma experiência única. Ver o promotor e a advogada atuando me fascinou. Tivemos ainda a oportunidade de conversar com eles depois do julgamento, o que tornou tudo ainda mais enriquecedor”, disse.
Judson Gabriel Ferreira dos Santos, também do 3º ano B de Informática, contou que foi sua primeira vez assistindo a um julgamento presencial. “Foi transformador. Nunca tinha visto de perto, e essa vivência me trouxe uma nova visão sobre o sistema judicial”, relatou.
A estudante Angélica Bechara, da mesma turma, compartilhou da mesma surpresa. “Presenciar o julgamento reforçou minha vontade de seguir na área do Direito. Foi chocante, mas extremamente importante para mim e para meus colegas”, avaliou.
Para Ana Carrasco, do 3º ano B de Química, a atividade foi ainda mais impactante por se tratar de um caso de tentativa de feminicídio. “Ver de perto os relatos, a dor da vítima e a atuação das instituições foi muito marcante. Saí do Tribunal com outra perspectiva sobre o que é justiça”, afirmou.
Já Kétlin Clazer Scherer, do 3º ano A de Química, ressaltou que a sessão respondeu a várias dúvidas sobre o funcionamento de um julgamento. “Foi muito esclarecedor. Ter assistido ao julgamento ao vivo ampliou minha compreensão e despertou ainda mais o interesse pelo tema”, concluiu.
A atividade, na avaliação do Professor Cassio, reforça a formação cidadã dos alunos, ao aproximá-los de instituições públicas e promover o entendimento crítico sobre o papel do Estado na vida em sociedade.
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