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Festival de Cultura, Identidade e Meio Ambiente movimenta Campus Calama

Publicado: Quinta, 31 de Outubro de 2024, 12h05 | Última atualização em Quinta, 31 de Outubro de 2024, 12h05 | Acessos: 240

Festival 25O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Porto Velho Calama, realizou, de 21 a 25 de outubro, o I Festival de Cultura, Identidade e Meio Ambiente. Coordenado pelo Analista de Sistemas da unidade, Tiago Lins de Lima, o evento encerrou na noite de sexta-feira, 25, com a apresentação do cantor Écio Duarte, de Goiânia.

Segundo Tiago, a iniciativa é um Projeto de Extensão, idealizado ainda no ano passado, que era para ser uma exposição, porém, teve seu objetivo ampliado para oferecer maior diversidade de manifestações culturais, atendendo não só os estudantes, como também a comunidade local. Ele afirma que a intenção foi promover num mesmo espaço pintura, fotografia, audiovisual, música e literatura, todas essas artes dialogando para discutir questões relacionadas à identidade e educação ambiental.

“Entrelaçar isso porque a cultura é dinâmica e não pode ser negligenciada. Precisa caminhar junto com outras áreas do conhecimento”, destacou. A iniciativa reuniu vários parceiros e apoios, entre eles os Sindicatos Sindsef (Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Estado de Rondônia) e Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica); a Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé; a Ação Ecológica Vale do Guaporé – Ecoporé; o Núcleo de Estudos Históricos e Literários (Nehli); e o Grupo de Estudos Culturais e Amazônicos (GepCultura).

O Reitor Moisés José Rosa participou da abertura do Festival, acompanhado da Pró-Reitora de Pesquisa e Extensão, Xênia de Castro Barbosa, e da Chefe do Departamento de Extensão do Campus Calama, Monnike Yasmin Rodrigues do Vale. Durante a programação, foram realizadas quatro mesas temáticas que discutiram: Cultura, Identidade e Meio Ambiente; a influência dos modos de vida de povos tradicionais para a preservação da Amazônia; Brasil, Caribe e África: entre a história, a geografia e a literatura; Literatura e Filosofias indígenas e africanas: redescobrindo identidades; Agricultura familiar diante das mudanças climáticas. Justiça climática pra quem?; e o papel da Literatura na sociedade.

Ainda no primeiro dia do Festival, foi apresentado o Cine Ambiental “O Território”, que contou com uma roda de conversa com o elenco e a direção do filme. Entre os presentes, Neidinha Suruí e Bitaté, parte do enredo do documentário que conta o drama dos Uru-Eu-Wau-Wau, etnia que luta para manter a terra constantemente invadida por madeireiros e grileiros.

Foram realizados quatro minicursos: produção de composteira de baixo custo; Canva, arte e divulgação; Educomunicação socioambiental para cidadaneAR; Escrita Poética e Imagem; uma oficina sobre o funcionamento de bateria de Escola de Samba; e duas aulas de campo sobre Desenho urbano e Saúde mental.

As apresentações musicais ficaram por conta de artistas da cidade com Márcia Aguiar, Márcela Bonfim e Amazônia Negra, Ernesto Melo, Banda Beradelia, MC Geno, Ney Mura, com direito à canja de Carlos Guerra Júnior, coordenador do Curso de Jornalismo da UNIR (Universidade Federal de Rondônia). Na sexta-feira, dia de encerramento, ocorreram as apresentações da Banda Caiariver e Sarau Rimas, Ventos, Velas e Poesias; e encerramento com o servidor do Instituto Federal de Goiás, Écio Duarte.

Segundo Tiago, as mesas temáticas foram realizadas com vistas a conhecer os modos de vida das populações tradicionais, indígenas, ribeirinhos e quilombolas e o impacto do modo de vida dessas populações para a preservação da natureza. “Esse diálogo demonstra que o modo de vida dessas pessoas tem muito a nos ensinar – ensinar aos povos da cidade a preservar o meio ambiente que a gente precisa para sobreviver. As pessoas simples e seus modos de vida que não agridem a natureza têm muito a nos ensinar, se soubermos utilizar os recursos”, avalia.

Tiago estende agradecimentos a todas as áreas, técnicos, servidores e terceirizados do IFRO que colaboraram para que o Festival tivesse organização adequada para receber a todos os participantes. As obras dos artistas plásticos Flávio Dutka e Bototo ornamentaram o saguão do Campus Calama, trazendo cores, ânimo e reflexão ao público.

Flávio Dutka é artista plástico e visual, paranaense, formado em História, leciona Artes e História para as comunidades ribeirinhas do Baixo Madeira. Ilustra projetos, livros, discos e filmes, traduz em tintas a realidade amazônica com a exuberância da floresta e das águas.

E Bototo é o mais novo amigo do Campus Calama. Visitou a escola porque queria trazer mais cores e alegria para os estudantes, pois os achava tristes e com poucos sorrisos. Rondoniense de coração, veio do Piauí e fez da reciclagem a sua arte. Seguiu seu pai na vocação pelo desenho. Para o festival trouxe as obras: Combinado, Catador, Chuva de Letras e Nação Passarinho. Sua arte traz uma sensibilidade singular de amor à natureza.

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