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Atividades artístico-culturais marcam finalização do projeto Cine Itinerante Do mar do Caribe à beira do Madeira no IFRO Campus Calama

Publicado: Quarta, 16 de Outubro de 2024, 16h31 | Última atualização em Quarta, 16 de Outubro de 2024, 16h33 | Acessos: 308

Exibição de documentários, apresentações literárias e musicais e lançamento de livro infanto juvenil fizeram parte da programação  Campus Calama Cine Itinerante Do mar do Caribe a beira do Madeira 32

“Avalio como altamente positiva a conclusão do projeto. Alcançamos nossa meta de levar essas ações culturais para alunos das escolas municipais, para o público externo, pesquisadores, professores da Unir, professores do IFRO, técnicos e alunos”, disse a bibliotecária/documentalista Cledenice Blackman, ao final da última etapa do Projeto “Cine Itinerante Do mar do Caribe à beira do Madeira: Educação, Arte e Cultura cinematográfica em instituições de Ensino”. O evento, realizado no Campus Porto Velho Calama, durante o dia 27 de setembro (sexta-feira), contou com a exibição de documentários durante a manhã e apresentações artístico-culturais e lançamento de livro infanto juvenil no período noturno.

Segundo Cledenice, coordenadora do projeto, o Cine Itinerante, iniciado no dia 21 de junho na Escola Areal da Floresta, atingiu um público superior a 500 pessoas em suas etapas, com exibições do documentário “Festival do Mar do Caribe à Beira do Madeira 2022 (dia 1)” também nas escolas Pé de Murici (05 de julho), Escola Bilíngue Porto Velho (09 de agosto). O Cine Itinerante é um projeto de extensão do Campus Calama, institucionalizado via Edital nº 3/2024/PVCAL - CGAB/IFRO, de 23 de janeiro de 2024 - Edital de Institucionalização das Ações de Extensão - Fluxo Contínuo. Contudo, ele também foi submetido, aprovado e contemplado pelo Edital de Chamamento Público nº 001/2023/FUNCULTURAL para seleção de projetos artísticos culturais que contemplem o desenvolvimento e a produção de obras audiovisuais no munícipio de Porto Velho-RO, no âmbito da Lei Complementar nº 195 - Lei Paulo Gustavo, de 08 e julho de 2022, do Decreto nº 11.453, de 23 de março de 2023, e do Decreto nº 11.525, de 11 de maio de 2023.

Programação Cinematográfica  Campus Calama Cine Itinerante Do mar do Caribe a beira do Madeira 25

Pela manhã, os alunos do ensino médio integrado do Campus Porto Velho Calama assistiram dois documentários: “Festival do Mar do Caribe à Beira do Madeira 2022 (dia 1)” e “Resistência”, dirigido pelo produtor cultural, Juraci Júnior, que encaminhou um relato em vídeo comentando sobre a realização da obra audiovisual, que aborda a história da construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, por meio de vozes dos filhos e netos de trabalhadores da ferrovia, que recordam o violento processo de ocupação territorial, no final do século XIX. Os documentários foram intercalados por explicações de Cledenice Blackman, que também é professora de História e centrou suas pesquisas acadêmicas (graduação, mestrado e doutorado) na comunidade afro-antilhana presente em Porto Velho (RO). Para o estudante Ruan Caíque Lima da Costa, que cursa o 3º ano do curso técnico de eletrotécnica e estava colaborando na organização do evento no campus, a experiência cultural foi muito importante, pois ampliou seus conhecimentos sobre a história da região. “Através do documentário pude acompanhar um pouco da trajetória da vinda das famílias afro-antilhanas, dentre elas a da Cledenice, para Porto Velho, na época da construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré”, ressaltou.

Outra espectadora que estava atenta às várias informações apresentadas durante o fechamento do Cine Itinerante, foi a professora aposentada Andréia Barbosa do Nascimento, que já conhecia os livros escritos por Cledenice sobre os afro-antilhanos em Porto Velho. Sobre os livros e o documentário apresentado no Campus Calama, ela disse ter achado muito interessante o resgate feito pela proponente do projeto. “Resgatar essa história nas escolas é muito importante, como aconteceu aqui hoje no IFRO. Sempre fica algo do que a gente diz com os alunos, ainda mais da forma como foi apresentado no documentário, através de poesia, do repentista, porque quando começou Porto Velho, no Arigó (em referência ao bairro Arigolândia) eram muitos os repentistas, e o meu pai era um deles. Então através desses momentos, enriquecemos nossa história”, comentou.

Lançamento de livro infantojuvenil e Sarau

Campus Calama Cine Itinerante Do mar do Caribe a beira do Madeira 3Durante o período noturno, ocorreu no auditório do Campus Calama, a segunda parte do evento, o Sarau Cultural de Artes Integradas: Do mar do Caribe à beira do Madeira, com apresentações culturais e o lançamento oficial do livro infantojuvenil bilíngue “Do mar do Caribe à beira do Madeira: A travessia de uma família de Barbados para o Brasil/From the Caribbean sea to the Madeira’s bank: A family’s crossing from Barbados to Brazil (2024)”, de autoria de Cledenice Blackman. O evento foi apresentado pela mestre de cerimônia, Aldadina Miranda. Na roda de conversa sobre a obra, além da autora, também participaram a tradutora do livro, Wany Sampaio, o artista visual Flávio Dutka, responsável pelas ilustrações do livro, e a professora da Universidade Federal de Rondônia, Nair Gurgel, que fez a leitura de uma resenha sobre a obra lançada. “Neste livro há uma mistura de culturas, ele vai nos proporcionar saborear quitutes da culinária caribenha, conhecer os seus hábitos e costumes, como por exemplo, tomar o chá das cinco, e abre aspas sentir “o gosto de Barbados em meio à Amazônia” quando, por exemplo, a Cledenice nos apresenta no livro à senhora Constança Goodrich, uma doceira que vendia seus doces no primeiro mercado municipal de Porto Velho”, destacou a docente.

Wany Sampaio, que já havia trabalhado com Cledenice na tradução do livro “Do mar do Caribe à beira do Madeira II: a diáspora afro-antilhana para o Brasil”, destacou que por mais que o livro seja infantojuvenil, ele também é de história, e rendeu um certo trabalho para traduzir. “Foi muito fascinante, porque faz parte da nossa realidade tudo que ela traz nessa história, que é indicado tanto para crianças quanto para adultos. O que a gente tentou fazer foi trazer para a língua inglesa mais próxima das crianças que são descendentes dos ditos barbadianos, dos que vieram das ilhas que usavam esse inglês [mais britânico]. Foram idas e vindas, com consultas a dicionários, consultas a pessoas, até chegarmos em um consenso, em comunhão com o trabalho maravilhoso de ilustração do Flávio Dutka”, descreveu a tradutora. Campus Calama Cine Itinerante Do mar do Caribe a beira do Madeira 31

Os participantes do Sarau puderam apreciar as ilustrações feitas por Flávio Dutka para o livro, através de 15 telas expostas no corredor em frente ao auditório do Campus Calama, local onde também estavam ocorrendo atividades paralelas como as realizadas pela trancista Isabella Davis, exposição/venda de livros e artigos regionais da Baladeira, exposição/venda de livros da Temática Editora. Entre as telas, Flávio explicou como foi realizada a composição das obras visuais. “Foi a primeira vez que trabalhei nessa temática.  Ao longo de duas semanas executei todo o trabalho. Na medida que eu ia fazendo, ia encaminhando para a autora. Coube a mim a tradução da escrita para a linguagem visual. A Cledenice me entregou duas páginas de texto, e a partir delas realizei as ilustrações. A escrita dela é fluente, então não tive dificuldades para realizar o trabalho” comentou o artista, que optou por cores vibrantes em suas telas, para representar tanto o Caribe quanto “[...] a nossa região, que é uma luz que tem uma intensidade agindo em nossa terra de uma forma única, e tive o cuidado de trazer essas cores também pelo fato de ser um livro infantojuvenil”.

Campus Calama Cine Itinerante Do mar do Caribe a beira do Madeira 16Participaram também do sarau os artistas: Alice Maria Poltronieri (poetisa); Bira Lourenço (músico); Joeser e Ariana Boaventura (Coletivo Madeirista - audiovisual); Elisabete Christofoletti e Nilson Carolino (Imagem do Interior - audiovisual); Celeste Sousa (poetisa); Márcia Aguiar (cantora), dentre outros. O momento foi de se encantar com poesias, sons e afetos. Bira Lourenço apresentou uma musicalidade que integrou sons diversos do cotidiano portovelhense.  A noite foi também de improvisação e emoção, com Márcia Aguiar cantando “Triste, louca e má”, acompanhada de Bira e de Kaltman Shockness com sua flauta transversal. Durante a cerimônia, a professora Dra. Nair Gurgel e Leonilce de Nazaré Blackman, mãe de Cledenice, foram homenageadas, com flores, pela equipe do Sarau.

Após as apresentações no auditório do Campus Calama, os participantes foram convidados a participar de um coffee break no miniauditório, que tinha em seu cardápio algumas receitas barbadianas, como pão e pudim, preparados por Sarah Johnson e Leonilce de Nazaré Blackman, que sentiram nostalgia ao produzirem os alimentos para o evento. “Senti muito orgulho quando a Cledenice começou a mostrar nossa história. Minha avó, por exemplo, eu só conhecia por foto e as histórias que meu pai contava sobre a mãe dele e o pai dele. Então foi muito importante conhecer mais da nossa história”, disse Leonilce.

Uma das pessoas que participou do evento foi a professora de história do ensino fundamental II e mestranda em História, Camila Savegnago. Ela explicou a importância de ir além dos conteúdos propostos pelos livros didáticos. “Aí vem o papel do professor, de colocar outras narrativas, de apresentar outros mundos e eu tento fazer isso sempre, já que tem essa cobrança do livro didático, infelizmente, nos trabalhos onde eu os deixo como protagonistas, então eu sugiro autoras. Na semana passada dei um trabalho que era sobre pesquisadoras mulheres da história e aí eu deixo para eles pesquisarem.  Então eu sempre tento fazer esse jogo de despertar a curiosidade deles”, destacou durante a sessão de autógrafos dos livros de Cledenice.Campus Calama Cine Itinerante Do mar do Caribe a beira do Madeira 7

Para o professor de História do Campus Calama, Uilian Nogueira,  a importância da realização do evento para a comunidade acadêmica do IFRO e demais participantes externos surge de “misturar esse conhecimento acadêmico com a cultura, pra divulgar uma história que é dessa região, como é a migração desses afro-antilhanos, como coloca Cleide, para o estado que vão constituir a Estrada de Ferro e depois fazer parte da nossa própria história. Vão ser os primeiros professores, enfermeiros, então é como essa população que veio do Caribe se integra à sociedade local, cria também a sua história, a sua cultura, vai modificar a cultura local e vai ser modificada pela cultura local”, comentou durante o coffee break.

Após a sessão de autógrafos e fotos, a autora do livro “Do mar do Caribe à beira do Madeira: A travessia de uma família de Barbados para o Brasil” e proponente do Cine Itinerante, Cledenice Blackman, reforçou que o projeto “Do Mar do Caribe à beira do Madeira” veio trazer o protagonismo das várias identidades amazônidas que estavam à margem da história.  “Essa foi a minha primeira experiência de realmente institucionalizar um projeto de extensão no Campus, já tive outros projetos aprovados por lei de incentivo cultural pela lei Aldir Blanc, mas realmente eu nunca tinha trazido para o Instituto Federal de Rondônia. A gente percebe que se torna mais suave, pois a gente consegue agregar valor e trazer para o local onde trabalhamos a importância das pesquisas que desenvolvemos em nossa caminhada acadêmica. Eu tenho mais de vinte anos nessa trajetória, e não paro, pois sempre estou ressignificando e dando outros olhares sobre a questão. Hoje trabalho com essa produção bibliográfica integrada às várias linguagens artísticas, seja música, poesia, produção literária, performance teatral e outras, com o objetivo de ampliar a difusão sobre os conhecimentos produzidos enquanto pesquisadora”, explicou.

Campus Calama Cine Itinerante Do mar do Caribe a beira do Madeira 20Para além do Cine Itinerante

As telas produzidas pelo artista Flávio Dutka para ilustrar o livro infantojuvenil  foram expostas posteriormente na II Exposição de Fotografia e Vídeos: História dos bairros de Porto Velho, também projeto de extensão do Campus Calama e que teve sua abertura no dia 04 de outubro, no auditório da Biblioteca Municipal Francisco Meirelles, em Porto Velho. “Além disso, doamos 61 livros para crianças, idosos, bibliotecários(as), bibliotecas públicas, docentes, profissionais em educação. Membros da comunidade afro-antilhana (familiares Johnson, Blackman, Siqueira, Shockness, Davis) receberam como forma de doação o infantojuvenil: ‘Do mar do Caribe à beira do Madeira: a travessia de uma família de Barbados para o Brasil’”, destacou Cledenice, informando que a obra está disponível para consulta na biblioteca do Campus Calama.

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