Professores do Instituto Federal de Rondônia realizam visita técnica nos planetários do Estado do Paraná
Os professores Hualan Patrício Pacheco e Fernando Dall’Igna, do Campus Porto Velho Calama, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), realizaram no mês de abril visitas técnicas em planetários das cidades de Curitiba, Campo Mourão, Maringá e Londrina, no Estado do Paraná, com a finalidade de conhecer a estrutura, o funcionamento, parcerias com instituições privadas e sociais, mecanismos e formatos de projeção e construção de planetários para implantação do primeiro planetário fixo de Rondônia e o segundo da região Norte.
Em Curitiba, recepcionados pelo planetarista Amauri J. Pereira, os professores observaram o planetário do Colégio Estadual do Paraná (CEP), que possui uma estrutura baseada no estilo dos povos indígenas da América. Prestes a completar 50 anos, exibe ainda o projetor ótico mecânico de fabricação alemã (tipo ZIESSZKP1) da década de 1970. Atualmente, o planetário utiliza um projetor digital permitindo ampliar a diversificação de conteúdo para diferentes públicos. O planetário tem sessões regulares com até 62 espectadores e já foram atendidas aproximadamente 1,5 milhão de pessoas ao longo dos mais de quarenta anos de história de sua instalação. Foram observadas pelos docentes Hualan e Fernando ações de ensino no planetário, em que o docente ensinava os aspectos básicos do céu local, bem como as coordenadas geográficas e suas relações com os monumentos existentes em Curitiba.
Conforme o professor Hualan, “a construção de um planetário conectado com os aspectos geográficos da cidade permite ao estudante conhecer os monumentos, as formações montanhosas, as questões históricas e criar uma conexão com a cidade e o planetário, que é compartilhada ao longo de diversas gerações, tendo em vista que estas atividades atravessam o tempo e as gerações. Esta ação pode ser implementada em nossa cidade de Porto Velho e fazer com que o espírito de pertencimento seja estimulado nas novas gerações", destaca o professor.
Os professores também visitaram o planetário do Colégio da Polícia Militar, também em Curitiba, que foi construído por meio de ações realizadas pela associação de pais e mestres vinculada à escola. O planetário, que ainda está em fase de finalização, tem tecnologia mais atual, permitindo a projeção de filmes em formato ‘fulldome’ que abordam diversos temas associados às estrelas, ao cosmos e a tudo que está presente nele.
Na cidade de Campo Mourão, os docentes visitaram o Campus da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e conversaram com os professores Michel Corci Batista, que é responsável pela captação de recursos e instalação do planetário; Oscar R. dos Santos, responsável pelo desenvolvimento do Show da Física na instituição e pela coordenação conjunta do planetário e com a professora Camila Maria Sitko, responsável pela gestão conjunta do planetário e da condução do projeto ‘EstrELAS’.
Os docentes questionaram sobre o modo de condução das ações do planetário e sobre o impacto das ações daquele espaço na cidade ao longo dos dois anos de sua instalação. Segundo eles, houve uma mudança da mentalidade da administração quanto ao investimento em estruturas voltadas para o ensino de ciências, demonstrando que o espaço escolar e da universidade como um todo foi modificado com espaços de ensino de astronomia aos estudantes e à comunidade.
O professor Fernando destaca que a “astronomia é uma disciplina que pode ser integrada com outras áreas do conhecimento, enriquecendo o aprendizado dos alunos e estimulando o pensamento científico no ambiente educacional”.
Em Maringá, os professores conheceram a ação do professor Marcos Danhoni, que tem como principal característica o planetário a partir de lonas e estrutura metálica. O docente desenvolve suas ações há pelo menos 15 anos e destaca-se a improvisação e a persistência em suas atividades desenvolvidas mesmo com recursos mínimos. O professor Hualan destaca que: "a importância desta fase de nossa visita reside na busca por novas metodologias de ensino e ações que despertem o interesse dos estudantes. Foi como se estivéssemos em um grande workshop de ensino de astronomia onde compartilhamos nossas experiências no Campus Calama e buscamos outras inspirações para continuar a desenvolver nossas atividades. O professor Marcos foi um dos exemplos que mais nos chamou a atenção, tendo em vista a sua metodologia em que a Astronomia e a história da Ciência se entrelaçam para mostrar ao estudante que o cosmos é mágico e sua grandeza, apesar de ser assustadora, nos consome e nos mostra o seu brilho do qual nós fazemos parte. A inclusão de elementos de ficção científica nas aulas de planetário e a forma como interage com o público é algo que pretendemos adotar quando o nosso planetário estiver em funcionamento. Ação como a dele nos inspira e nos mostra que a ciência pode ser feita com materiais simples, mas que quando escolhidos de maneira pontual podem dar aos professores o poder de evocar a imaginação dos estudantes."
O planetário de Londrina, que é o terceiro planetário do estado, foi instalado no ano de 2007 e conta com um projetor opto mecânico e com uma organização impecável, de acordo com os professores. Eles conheceram as dependências e foram guiados pela professora Dra. Eliana Aparecida Silicz Bueno. Durante a visita, foi mostrada toda a metodologia de reserva de horários, os materiais disponíveis e a dinâmica de administração, visto que as dependências de instalação do planetário são pertencentes ao município, enquanto os materiais e os administradores das dependências são vinculados à Universidade Estadual de Londrina (UEL). Os docentes também conheceram o planetário da UEL, que está em construção pela própria universidade e o observatório que está em processo de revitalização.
O professor Fernando Dall'Igna demonstrou extrema satisfação pela recepção por parte da professora e comentou como foi esclarecedora a passagem pela cidade de Londrina com o intuito de conhecer as dependências voltadas ao ensino de astronomia local. “É de grande importância conhecer a estrutura, o funcionamento, os mecanismos e formatos de projeção e as estruturas de domos. Essas trocas de experiências são fundamentais para o desenvolvimento do nosso planetário e para o avanço de novos projetos que impactem a sociedade rondoniense”, destacou.
Os professores “esperam que durante as próximas semanas as ações resultantes da visita técnica possam dar prosseguimento ao projeto do primeiro planetário de Rondônia, colocando o nosso estado no mapa dos planetários fixos no país, trazendo para toda a comunidade o vislumbre do Universo que nos rodeia”.
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