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Campus Porto Velho Calama lembra Dia Mundial da Conscientização do Autismo

Publicado: Segunda, 01 de Abril de 2024, 15h40 | Última atualização em Segunda, 01 de Abril de 2024, 15h40 | Acessos: 570

Arte AutismoO Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Porto Velho Calama, lembra o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. Estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2007, a data de 2 de abril foi escolhida com o objetivo de prestar informação à população e conscientizá-la para reduzir a discriminação e o preconceito contra as pessoas que apresentam o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

O autismo é um transtorno de desenvolvimento neurológico que se apresenta de diferentes formas, podendo afetar a linguagem, a comunicação, a interação e o comportamento social. Os graus do transtorno podem ser diferenciados, sendo que algumas pessoas podem apresentar padrões de comportamento repetitivos, interesses fixos e hiperfoco, baixa ou alta sensibilidade a estímulos sensoriais. Os primeiros sinais podem ser percebidos nos primeiros meses de vida, contudo, o diagnóstico pode ser estabelecido entre dois a três anos de idade.

No Campus Porto Velho Calama, os alunos que apresentam TEA são atendidos pela equipe de profissionais do Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (Napne), que é coordenado pela Pedagoga Lívia Catarina Matoso dos Santos Telles, Doutora em Educação Escolar. De acordo com a Coordenadora, quando o aluno ingressa por meio de cotas, é feita a identificação, porque ele apresenta um laudo para confirmar o direito à cota. Logo quando inicia o ano letivo, o Napne é apresentado a todos os alunos. Aos que procuram o Núcleo, é feito um protocolo de entrevista. Muitas vezes, o laudo que o aluno traz já apresenta o nível do suporte do autismo, porém, nem sempre indica o nível da necessidade educacional específica, afirma a Pedagoga.

Segundo ela, esse protocolo é feito pelas profissionais do Núcleo, pedagogas e psicopedagogas que vão estabelecer uma avaliação psicopedagógica que indicará qual será a necessidade de aprendizado que o aluno terá e o acompanhamento necessário. Quando o aluno tem o suporte adequado e tem adaptação curricular, ele consegue evoluir no curso, exemplificando o caso de um estudante autista que terminou o Curso Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio, ingressou na graduação e hoje cursa Engenharia Civil.

Atualmente o Napne do Campus Calama presta atendimento a 21 educandos com TEA. A equipe do NAPNE é formada por Pedagogos, Tradutores e Intérpretes de Libras (Língua Brasileira de Sinais), Audiodescritores de Braille, Cuidadores, Psicopedagogo, Auxiliar Administrativo e Professores voluntários. O Núcleo faz um assessoramento para o atendimento educacional dos educandos com deficiência, transtorno do espectro autista e com altas habilidades ou superdotação. Tem por objetivo a promoção de ações educacionais, a partir do respeito às diferenças e à igualdade de oportunidades, que visem à superação das barreiras atitudinais, arquitetônicas, comunicacionais e de informação, tecnológicas, sistêmicas e educacionais. Ao todo, são atendidos 114 educandos nas diferentes categorias educacionais especiais.

O estudante Breno Pires Cavalcante nasceu no Distrito de Calama, mora com os pais em Porto Velho e tem um irmão mais velho. Ele cursa o 3º ano do Técnico em Informática. Breno disse que quando veio para o Campus Calama se sentia muito incomodado com o barulho, mas agora já está aprendendo a lidar com as pessoas. Ele estagiou e já trabalha como Jovem Aprendiz na Coordenação de Gestão e Tecnologia da Informação (CGTI) do campus, onde já está habilitado para fazer montagem e manutenção de computadores. Disse que gosta muito de pesquisar e pensa em continuar os estudos na área de saúde, pretendendo estudar medicina ou psicologia. Também pensa em cursar Análise em Desenvolvimento de Sistemas no próprio Campus Calama.

João Henrique Costa Fontele tem 18 anos e cursa o 2º ano do Técnico em Informática. Mora no Bairro Aponiã e tem uma irmã mais nova, com 15 anos. Sua mãe trabalha numa escola para adolescentes em conflito com a lei e seu pai trabalha numa casa de ração. Estudou nas escolas Major Guapindaia e 21 de Abril. Disse que acha a escola legal, com um método de ensino muito bom. Segundo ele, os professores sabem ensinar bem. Ele está sendo acompanhado pela Cuidadora Educacional Aline de Oliveira, que o auxilia nas atividades.

João Henrique disse que está conseguindo acompanhar melhor as aulas de matemática, física e química por causa da ajuda. Também disse que é boa a sua relação com os colegas. Afirmou que futuramente quer fazer um curso de Gastronomia, pois gosta de cozinhar e já sabe fazer tortas e bolos, bife, frango assado e estrogonofe. Não tem dificuldade porque pesquisa receitas na internet. Se for possível, quer ter um restaurante. Também gosta de desenhar personagens fictícios de história em quadrinhos. Gosta das disciplinas de História, Língua Portuguesa e de Ciências.

A Coordenadora do Napne, Lívia Catarina, disse que é surpreendente a evolução dos alunos acompanhados pelo núcleo, destacando ainda o talento de João Henrique com os seus desenhos.

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