Campus Calama - Especial Dia Internacional das Mulheres
Campus Porto Velho Calama destaca a participação das Mulheres na Ciência
Ainda falta muito a alcançar para que as mulheres tenham igualdade de condições e respeito por parte da sociedade. Contudo, é imperativo reconhecer que muitas delas já vêm há muito tempo rasgando preconceitos e quebrando barreiras para alcançar autonomia de direitos, visibilidade profissional e conquistando um lugar ao sol, abrindo caminhos para que muitas outras mulheres tenham melhores condições de vida, de acesso e de luta por uma sociedade mais justa, inclusiva e com menos violência. Assim acontece com as mulheres que atuam no Campus Porto Velho Calama, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO).
São todas professoras, mulheres, mães de família e esposas, que jogam em todas as pontas, colaborando para que mais e mais pessoas tenham todos os anos oportunidades para alcançar também um lugar ao sol. A todas essas guerreiras do dia a dia, destacamos nossa homenagem nessa semana da Mulher, especialmente no Dia Internacional da Mulher.
Entre as profissionais que atuam no Campus Porto Velho Calama, destacamos a atuação da professora Camila Carolina Salgueiro Serrão, que é formada em Informática, com Mestrado em Educação, leciona no Curso Integrado ao Ensino Médio em Informática e, às vezes, nos cursos de graduação. Ela atua em projetos nas áreas de Desenvolvimento e Educação, e destaca o Projeto de Robótica Educacional, voltado para a inserção dos alunos através das Olimpíadas, para aprenderem a mexer com Robótica Educacional, com Internet das coisas, placas e dispositivos. Outra iniciativa que ela ressalta foi o treinamento para a Olimpíada de Informática na área de Programação, que une alunos do ensino médio e da graduação. Também destaca o ‘Orgulho Nerd’, que acontece todos os anos no Campus Calama e o grupo de Informática, por ser uma área que acaba reunindo pessoas interessadas em tecnologia, jogos, filmes e séries. É um evento de Campus aberto aonde a comunidade externa vem e participa das atividades, oficinas, encontros para discutir a cultura nerd, tecnologias e outros atividades ligadas a essa área.
Camila diz que a Robótica e a Informática estão sempre auxiliando outras áreas, a exemplo do celular utilizado para gravar a conversa que originou essa reportagem, que foi feito com tecnologia, precisou saber sobre placas, dispositivos, censores, bluetooth, microfones, como se encaixa tudo isso à eletrônica, auxiliando, por exemplo, na nossa comunicação; os computadores que a gente utiliza para navegar, acessar as redes sociais, câmeras etc. A professora destaca também a Robótica, que auxilia a automação em trabalhos que antes eram muito pesados para os seres humanos, como também na inclusão de pessoas, mediando uma interação que o ser humano não teria facilidade sem a tecnologia.
A Engenheira Civil Valéria Costa de Oliveira é professora do IFRO desde 2010. Inicialmente foi engenheira da Reitoria e na sequência foi convidada para ministrar aulas. Fez outro concurso para docente em 2012, quando então começou a dar aulas nos cursos de Edificações. Cursou o Mestrado na Universidade de Brasília, na área de Construção Civil. Valéria disse que gosta das duas áreas, tanto de lecionar, quanto da engenharia. Formou-se em 1994 e até então, antes de entrar para o IFRO não tinha nenhuma pretensão em ser professora. Já tinha feito quatro especializações e não pensava em fazer Mestrado ou ser doutora, ou professora. Foi quando a professora Mércia a convidou para dar aulas e ela gostou. E hoje ela diz ser muito grata por aquele convite, pois gosta muito de ser professora, além de ser engenheira. De sua etapa profissional na engenharia civil diz que os projetos industriais foram os que ela mais gostou, porque eles apresentam muitos desafios para a engenharia, desde as obras de arte, até a interligação com equipamentos. Ela destacou um moinho que foi construído na cidade de Cabedelo, na Paraíba, do Grupo M. Dias Branco; a construção da fábrica da Esmaltec, no Ceará, porque ela se formou em Fortaleza e atuou muito tempo por lá e essas foram duas grandes obras em que atuou. Trabalhou na construção de prédios de empresas incorporadoras, edifícios e conjuntos habitacionais. Na Prefeitura de Porto Velho, Valéria trabalhou com pavimentação e drenagem, tendo também atuado na área de Planejamento e Orçamento de Obras. No Mestrado, trabalhou com argamassas estabilizadas, produtos que serão as argamassas do futuro. No doutorado, trabalhou com aderentes. Afirma que se encontrou como professora e a pesquisa para conhecer novos materiais e novas tecnologias para ela atualmente é o que a motiva. Tem grande felicidade em trabalhar com esses componentes. No campo da educação, diz que em 2023 trabalharam com as fibras vegetais e, buscando regionalizar, trabalharam com fibras de tucumã e de açaí. Também trabalharam com as fibras de sisal para incorporar em argamassas e concretos. Segundo ela, a tendência agora é a de dar continuidade a esses estudos com alunos que estão estudando fibras de vidro para incorporar em painéis de concreto, ligados à parte de construção de edifícios de Segurança Pública. Lembrou que quando fazia faculdade em 1994, tinha algumas turmas em que ela era a única mulher e hoje ela destaca a grande quantidade de mulheres na área da Engenharia Civil, afirmando que há turmas com mais de 70% com a participação de mulheres que estão atuando, destaca que a área tem um campo vasto e que, realmente, tem muito a se desenvolver para o próprio Estado, melhorar as condições de saneamento, de trafegabilidade e das edificações.
Na área de Educação Física, a professora Iranira Geminiano de Melo, que está no Instituto Federal desde 2010, destaca sua atuação que se desdobra em Educação Física - Atividade física e saúde do trabalhador, Sociologia Ambiental, Práticas Integradoras, Orientação para a prática profissional e pesquisa. Atualmente, a professora Iranira coordena os projetos de pesquisa sobre “Análise de livro didático de Educação Física para o Ensino Médio”; Intencionalidades das práticas corporais de marca no currículo do Ensino Fundamental; O Tchoukball, enquanto ferramenta de promoção da cultura de paz; Desenvolvimento de um sistema para gestão dos Jogos Internos do Campus Porto Velho Calama; e Gestão de tecnologia da informação por descarte adequado de resíduos eletroeletrônico na cidade de Porto Velho-RO. A professora é também uma das principais incentivadoras dos alunos nos jogos promovidos pelo Instituto. Ela conclama ainda para que outras áreas participem dos jogos oferecidos como forma de enriquecer o potencial dos alunos nos esportes.
A Pedagoga Márcia Barbosa atua no ensino, pesquisa e extensão por meio do Projeto FisicAção, com produção e desenvolvimento de materiais com proposta para educação inclusiva para o ensino de Física. O projeto não se limita somente ao Campus Calama e desenvolve atividades junto a demais escolas do município como forma de popularizar e incentivar o aprendizado da Física, apresentando atividades por meio de peças teatrais.
A professora Minelly Azevedo da Silva atua nas áreas de Educação, Saúde e Meio Ambiente. Desenvolve pesquisa científica, tecnológica e/ou de inovação (PD&I) para desenvolvimento e aplicação em biotecnologia, com foco em novas tecnologias para drug delivery para doenças negligenciadas. Durante dois anos seguidos, Minelly e a professora Márcia Bay orientaram grupos de pesquisas que foram premiados na competição Solve For Tomorrow ‘Respostas para o Amanhã’, da Samsung, que incentiva alunos das áreas de Matemática, Física e Química a desenvolverem projetos de incentivo à Ciência. Em 2022, o grupo orientado obteve o segundo lugar na competição nacional, com o desenvolvimento de uma pomada para a Leishmaniose e, no ano passado, a dupla alcançou o primeiro lugar na competição nacional, com a orientação de alunas na produção de um creme multifuncional, hidratante, fotoprotetor e repelente, o ‘Nanofotocream’.
A Engenheira Eletricista Tayana Maria Tavares Marques é também Mestra em Educação Profissional e Tecnológica e atua na área de Eletrotécnica com projetos integradores, que aplicam metodologia baseada em projetos e utilizam a pesquisa como princípio pedagógico. Ela ministra a disciplina de Orientação para Prática Profissional e Pesquisa desde que entrou no IFRO. Tayana também é responsável pela Coordenação de Pós-graduação (CPOSG), dentro do Departamento de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação (DEPESP), contribuindo com a qualificação de profissionais, desenvolvimento de pesquisas em nível de pós-graduação e parcerias com instituições.
Christiane Silvestrini de Morais é professora de Matemática. Atualmente está trabalhando com os cursos de Informática, Química, Edificações e Engenharia Química. Veio para o IFRO em 2011 e é pesquisadora na área de Química da Atmosfera. Estudou o balanço do Metano na Amazônia nos últimos dez anos durante o Mestrado e faz parte do Grupo de Pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que estuda a mudança climática e gases de efeito estufa na Região Amazônica. Ela e o professor Carlos Bauer, que também tem pesquisa na mesma área, trabalham com dados de perfil de avião e infravermelho, no Laboratório de Estudos Atmosféricos que tem no Campus Calama e que dá base para comparação com dados de efeito estufa na atmosfera, comparados com o satélite e com o perfil de avião. No doutorado, também está estudando o mesmo tema e também faz parte do Comitê Científico da Organização Mundial do Clima (OMM), que é da ONU, junto com sua orientadora para estudar técnicas de medida para ter uma precisão melhor e também para ter uma linguagem acessível para que as pessoas entendam o impacto que está causando o desmatamento e o que está causando essa mudança climática tão rápido. Em outubro do ano passado ela recebeu um convite da ONU e esteve na Suíça, custeada pelo IFRO, quando participou junto a outros 200 cientistas do mundo inteiro, discutindo técnicas de medida e como ter uma linguagem acessível para que a comunidade entenda a importância de cada um assumir a sua responsabilidade enquanto cidadão. Segundo ela, este ano e no ano que vem o Brasil vai sediar os maiores eventos mundiais de mudança climática do mundo. O (ICDC), que é a maior Conferência Internacional do Dióxido de Carbono, vai acontecer em julho, em Manaus, e ela faz parte do Comitê Organizador. Esse é um evento técnico somente sobre medidas de CO2 e metano e em agosto vai acontecer o evento mundial de Gás e Efeito Estufa (Conferência Internacional de Gás e Efeito Estufa), em São José dos Campos, onde Christiane também faz parte do Comitê Organizador. No ano que vem, Christiane informa que o Brasil vai sediar a COP 30 (a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima), que será sediada em Belém (PA). Christiane também trabalha como consultora de imagem na área do empoderamento da mulher. Ela dá palestras na área Ambiental e estuda o impacto do lixo na moda, informando que a indústria da moda é a mais poluente do mundo, responsável por produzir 4% do lixo do mundo e as pessoas não têm ideia desse impacto negativo. Esse é outro projeto para conscientizar sobre o consumo consciente, o trabalho escravo e o impacto ambiental do lixo.
Redes Sociais