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Estudantes do Campus Calama participaram de simulação da ONU em Brasília

Publicado: Segunda, 08 de Janeiro de 2024, 12h42 | Última atualização em Terça, 16 de Janeiro de 2024, 14h38 | Acessos: 542

David e Arantxa em BrasíliaArantxa Tanwing Saavedra, Isabele Costa Alves e David Henrique de Lima Oliveira, estudantes do Curso Técnico em Química Integrado ao Ensino Médio do Campus Porto Velho Calama, os três com 17 anos, tiveram a oportunidade de representar o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO) em uma simulação da Organização das Nações Unidas (ONU), realizada em dezembro de 2023, em Brasília.

A simulação das reuniões da ONU – entidade que reúne 193 países-membros para debater os problemas da humanidade, com a finalidade de definir e defender propostas de intervenção – contribui para o desenvolvimento acadêmico, pessoal e profissional dos estudantes, colaborando com a formação e desenvolvimento da cidadania. Os estudantes representam países como delegados dos Estados-membros da ONU e discutem possibilidades de soluções para os temas que lhes são colocados pertinentes à população global.

No Brasil, algumas universidades e organizações internacionais promovem essas reuniões com a participação de alunos do ensino fundamental, médio e superior, que desenvolvem debates relacionados a diferentes áreas do conhecimento envolvendo Economia, Política, Engenharia, História e Saúde. Durante as reuniões são apresentados aos alunos assuntos que simulam conflitos, catástrofes, guerras ou ameaças nucleares, desastres ecológicos globais, crise econômica internacional, entre outras intempéries, para os quais são estimulados a discutir e a buscar soluções plausíveis.

No contexto da discussão em que os alunos participaram, foram colocadas questões de como a comunidade internacional pode promover a cooperação acadêmica e científica para enfrentar desafios globais; a importância do investimento em educação e pesquisa para o desenvolvimento sustentável, e como seu país/representação contribui para isso; como as inovações tecnológicas desenvolvidas no seu país/representação podem contribuir para a resolução de problemas globais? Como o seu país/representação lida com questões de sustentabilidade ambiental e como isso pode servir como exemplo para outras nações?

David explica que é dado um tema para que os países em conjunto possam resolver. “Isso colabora com a nossa formação acadêmica através da pesquisa. A pesquisa e os debates proporcionam que se vá discutindo e buscando maneiras de resolução e a gente incorpora, realmente, como é ser um delegado. Como um delegado, você deve analisar a geopolítica do mundo em si, no aspecto atual, quanto aos aspectos históricos que a formou, sendo que você deve ser fiel à ideologia e aos preceitos do país que você representa. Isso nos dá um horizonte maior de pensamento, uma vez que você pode nem concordar tanto com determinado pensamento ou ideologia, mas ali você tem que defender”, esclarece o estudante.

Arantxa mostra ser necessário haver uma pesquisa constante sobre o posicionamento dos países, porque o debate muda de horizonte a cada momento. Segundo a estudante, nem sempre esse contato é feito em sala de aula. Nesse sentido, é necessário que se pesquise constantemente, que se escreva muito e que se tenha uma boa comunicação com os outros delegados para se ter uma noção do que está acontecendo ali. A postura também é muito importante e, segundo ela, isso foi muito tratado em sala de aula.

David acrescenta que o comportamento, a forma como se lida com as palavras, a redação de documentos, a forma de se interagir é bastante aprimorada, seu comportamento ético mesmo, lidando com pessoas fica mais “refinado”.  Arantxa afirma que a postura conta muito e diz que isso foi bastante tratado em sala de aula. “Nem sempre aquele que detém a maioria de informações será bem sucedido se ele não souber escrever, ter uma boa oratória e se comunicar bem com os outros participantes”. Ela também esclarece que durante o encontro, durante o desenvolvimento dos temas, aparecem as questões das desigualdades tecnológicas que se diferenciam entre os diversos países, refletindo que o desenvolvimento dos países não é homogêneo.

Representando a África do Sul, Arantxa diz ser um país que tem muito potencial em relação à tecnologia, mas conta com muitos problemas para se desenvolver em relação à sua economia, por isso também depende de muitas parcerias para alavancar seu desenvolvimento. Os alunos também tomam conhecimento sobre as possíveis catástrofes que poderia haver no mundo e num processo sobre pressão, como poderiam os países se comportar em um espaço pequeno de tempo para gerar cooperação e resolver problemas imediatos gerados por catástrofes, impactos ambientais, entre outros.

Isabele, que representou a Hungria, conta que a experiência foi muito boa, principalmente por reforçar a desenvoltura dos participantes. Disse que é impossível a pessoa não sair mudada após participar da atividade. “Durante o evento, a pessoa deve criar laços para a troca de informações, nesse sentido, não pode ser acanhada para poder desenvolver um relacionamento em grupo. Partimos do pressuposto de que somos delegados diplomatas e que estamos ali representando nossos países”. A participação reforçou o seu interesse pela carreira diplomática, uma vez que ali “você reconhece seus potenciais e percebe que pode ir muito mais além, no sentido de expor seus talentos para se expressar”, diz, informando que a experiência no Modelo Internacional Brasileiro (MIB) é uma prova do que é realmente a vida, na qual “na maioria do tempo devemos estar em alerta constante e nunca esquecer o nosso real objetivo”, afirma.

Exemplificando a condição dos países, David cita que diante de Rússia e Estados Unidos, os demais países têm recursos, porém, são recursos naturais, não processados, por isso têm dificuldades tecnológicas em comparação com os demais. Nesses casos, a desigualdade é visível. Geralmente, os emergentes são da América Latina, Caribe e África e um pouco da Ásia, que contam mais com recursos primários, não monetários. Ele citou, por exemplo, o país que representou, a Venezuela, que para se desenvolver precisaria de muito apoio e de parcerias, principalmente dos países que compartilham do mesmo pensamento, quanto de outros que possam auxiliá-la. Seria necessário, segundo David, compartilhar informações tecnológicas para geração de empregos à sua população.

No tocante à diplomacia, David destaca que se deve prezar primeiramente pela vida das pessoas para que tenham direitos humanos resguardados e garantidos. Os estudantes falam da importância de ter participado de um evento que colabora, sobremaneira, para a formação intelectual e resiliência, além da importância de se conhecer gente de todos os lugares e idades, além de prepará-los para negociação diplomática, oratória, dicas e etiqueta.

Isabele participou de um comitê relacionado ao desenvolvimento de redes tecnológicas, mas havia inicialmente pesquisado sobre o desenvolvimento espacial da Hungria. A atuação em grupo também é destacada por ela, afirmando que a articulação em grupo pode ou não referendar uma ideia apresentada. Nesse sentido, a empatia pode auxiliar no relacionamento do grupo para afirmação das ideias que são colocadas.

No IFRO, durante o ensino médio concluído no mês de dezembro, tanto Arantxa, como David, tiveram uma formação abrangente. Ela participou de vários projetos e diz que teve “voz e visibilidade não só como mulher, mas como pessoa”. David também teve a oportunidade de fazer um intercâmbio cultural no ano passado ao Egito após ter desenvolvido um protótipo de um filtro de água com carvão ativado feito à base de sementes de açaí. Eles prometem uma carreira brilhante e a continuar colaborando com o IFRO, participando como egressos em novos projetos da instituição.

Isabele diz que o “O IFRO foi uma abertura de muitas portas em minha vida”, afirma, declarando que sempre quis entrar para a instituição e é aqui que tem feito bons amigos, que a auxiliam a desenvolver os estudos, além de conhecer novos projetos e a possibilidade de participar das simulações. “Amigos são importantes, não nos deixam desistir”, afirma.  Agora, ela vai cursar o 3º ano em Química e pretende fazer Relações Internacionais, contudo, seu objetivo é o de prestar o concurso de admissão para a carreira diplomática. E deixa uma mensagem de incentivo aos novos alunos que chegam ao IFRO, para que enfrentem os desafios e estejam dispostos a participar dessas experiências. Uma das estratégias para custear sua participação foi feita com a venda de trufas na escola e em outros locais. Também conta que desde criança foi incentivada pela família a estudar.

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