Estudantes do Campus Calama discutem temas emergentes para a sociedade na Semana de Educação para a Vida
A Semana de Educação para a Vida foi realizada no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Porto Velho Calama. A ação ocorreu nos dias 30 e 31 de agosto e 1º de setembro, congregando todas as turmas dos cursos do ensino médio técnico. Os estudantes foram divididos em grupos e discutiram temas transversais propostos e que não integram o currículo obrigatório e que permitem valorizar a experiência e autonomia dos jovens.
A abertura da Semana foi feita pela Diretora de Ensino, Sari Possari Santos, e pela Chefe do Departamento de Assistência ao Estudante (Depae), Ana Cláudia Oliveira dos Santos. Em seguida, foi realizada a Palestra Resiliência Emocional pela Psicóloga Gláucia Linhares, que é especialista em Neurociências e Saúde Mental.
Sari Possari destacou a importância da semana para proporcionar reflexões e desenvolver o pensamento crítico dos alunos, que se reúnem em grupos para pesquisar, discutir e analisar sobre temas inerentes a toda a sociedade, envolvendo comportamento, saúde emocional, alimentação, religiosidade, inteligência artificial, distúrbios emocionais, exclusão digital, gestão financeira, entre outros. Durante os três dias de atividades, os alunos decoraram as salas e se dividiram em doze turmas que apresentaram os temas nos dias alternados, possibilitando que todos participassem das discussões.
O primeiro ano B de Informática tratou sobre o Lixo Eletrônico, da coleta ao descarte. Os alunos disseram que queriam fazer algo fora do comum, diferente. Segundo Judson Gabriel Ferreira dos Santos, “transformamos uma ideia num ‘escape room’ na sala, que é uma modalidade de jogo de desafio, que mistura aventura e raciocínio. A pessoa fica trancada na sala e só consegue sair após encontrar a pista certa que está no cofre. Procura dicas que estão espalhadas em lugares específicos da sala para chegar até a resposta e aí já pode sair”. Ele disse que a experiência foi muito boa e que, pela primeira vez, viu 40 pessoas trabalhando juntas num único objetivo. “Em nenhum momento houve discordância entre nós”, destacou.
Geovana Batista, do 3º ano do Curso de Informática vespertino, explicou que sua sala trabalhou o tema das Múltiplas Inteligências. Segundo ela, “basicamente todos nós temos oito tipos de inteligências, e aí cada pessoa consegue desenvolver uma modalidade melhor que as outras, seja musical, espacial, inter e intrapessoal, matemática, naturalista, num total de oito. “As pessoas entravam em nossa sala e assistiam a um vídeo de apresentação e, após isso, faziam um teste para ver qual é a melhor inteligência que ela consegue exercer. Ela entra por meio de um QR Code, que a leva para um site que vai lhe fazer questionamentos, conforme a pessoa vai respondendo, o teste vai identificando suas afinidades e identifica que tipo de inteligência ela aciona”, explica.
O primeiro ano B do Curso de Química trabalhou sobre a Saúde Emocional. Conforme a aluna Lívia Layne de Souza, “nós vamos falar sobre como aliviar a depressão e a ansiedade. Você pode descontrair cantando, pintando, manuseando aquelas bolinhas de borracha para descarregar a tensão, tem um espaço onde você pode se sentar e relaxar com os amigos.” O trabalho em grupo, segundo Lívia, foi tranquilo e todos ajudaram bastante.
Cursando o primeiro ano, Mariana Carvalho acredita que o trabalho é interessante, mas destacou que fica melhor quando se tem mais organização e mais tempo para planejar as atividades. Eli de Jesus, aluno do terceiro ano do Curso de Eletrotécnica vespertino, explicou que eles escolheram o filme da Barbie para tratar sobre o feminismo. Explicando que o filme traz uma crítica social que foi importante e chamou a atenção da sociedade, diz: “então, quisemos reproduzir essa questão na sala e deu certo, pois o filme traz essa discussão sobre feminismo e masculinidade, todo mundo assistiu e achou que realmente o filme trouxe essa mensagem que a gente quis transmitir”, destacou.
Lucas Tomaz Chaves, aluno do 2º ano B de Informática, explicou que o tema trabalhado por sua turma foi Assédio e Violência Sexual. “Nosso objetivo foi o de fazer um documentário curto sobre o tema. Coletamos relatos de três pessoas diferentes, que já haviam sofrido assédio sexual, como uma colega nossa que foi molestada num ônibus. Também assédio moral, no caso de um empregado que sofria assédio por sua chefe no trabalho, que abusava dos subordinados. Também conversamos com a Psicóloga Rosemari e fizemos o documentário baseado nesses relatos”, informou Lucas.
Jhenifer Carvalho, aluna do segundo ano de Informática vespertino, relatou que o trabalho de seu grupo tratou sobre a alimentação saudável. “O tema foi muito bom porque pudemos mostrar para as pessoas características sobre chás, águas, alimentos ultra processados que fazem mal para o nosso organismo. Também falamos sobre grãos como chia e linhaça que favorecem à nossa saúde”, pontuou. Na avaliação dela, a integração da sala foi muito boa, pois todos se reuniram e trabalharam em conjunto, tendo um resultado muito positivo, diferente do ano passado.
Lucas Farias Borges, do segundo ano vespertino de Eletrotécnica, disse que seu grupo tratou sobre Intolerância Religiosa. Segundo ele, foi mostrado um vídeo e “nós tratamos sobre muitos casos que ocorreram no Brasil de pessoas que sofreram violências por causa de sua religião e até casos de morte. Projetamos um documentário, decoramos a sala com artes e desenhos. Focamos em religiões que são vistas no Brasil com maior preconceito, como Umbanda e Candomblé”. O debate teve receptividade positiva, pontuou Lucas.
Ayanne Beatriz Vegante Dias, do terceiro ano de Edificações vespertino, explica como o seu grupo trabalhou o tema da Exclusão Digital dividindo a sala em quatro grupos e contando quatro histórias diferentes, sendo que cada uma se passa em uma fase da vida da pessoa e mostra como a exclusão digital influencia em cada fase. “Na infância, por exemplo, mostramos uma criança brincando sem nenhum equipamento eletrônico. Na adolescência, a mãe quer comprar um telefone para o filho estudar, mas não pode, porque tem que comprar alimentos. Na idade adulta, a gente demonstrou como um camponês que vem trabalhar na cidade. Vem para uma entrevista de emprego e como nunca teve muito contato com a informática, ele não consegue preencher os requisitos. Uma pessoa preparada, então, retira a vaga da pessoa que não teve acesso a esse treinamento”, explica.
Já Railane Cristina de Oliveira, do segundo ano de Edificações matutino, disse que seu grupo estudou o Sistema Político Brasileiro. Eles identificaram os diversos cargos eletivos, como o de prefeitos, a composição das assembleias legislativas com os deputados estaduais, e os cargos federais na Câmara Federal e Senado da República. Também foram buscar as origens das determinações sobre direita e esquerda no sistema político. Todas as apresentações foram avaliadas e a turma vencedora receberá como premiação um passeio em localidade ainda a ser definida.
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