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Acadêmicos e docente de licenciatura em Física do Calama participam de capacitação científica no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

Publicado: Quinta, 27 de Julho de 2023, 11h50 | Última atualização em Quinta, 27 de Julho de 2023, 11h50 | Acessos: 26140

Os acadêmicos Victor Esmite e Gabriel Marcos com a professora Tânia DominiciOs acadêmicos Victor Esmite e Gabriel Marcos, e o Docente Hualan Patrício, da Licenciatura em Física do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Porto Velho Calama, foram selecionados para participar do XXIII Curso de Introdução à Astronomia e Astrofísica (XXIII CIAA). A formação ocorreu no período de 17 a 21 de julho de 2023, no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Ofertado anualmente pelo INPE, o programa visa a capacitar profissionais em educação, divulgação e comunicação científica, para estarem atualizados e preparados para abordagem da Astronomia e Astrofísica dentro e fora de sala de aula, bem como promover o programa de Pós-Graduação em Astrofísica ofertado pela instituição.

O curso contou com onze minicursos; cinco oficinas temáticas; um seminário sobre as pesquisas em astrofísica desenvolvidas no INPE; uma palestra sobre poluição luminosa; uma mesa-redonda sobre o Programa de Pós-Graduação (PPG) em Astrofísica sob a batuta dos discentes do próprio PPG; uma sessão de observação do céu com telescópio no Mini observatório Astronômico; uma visita ao centro de controle de Satélites e outras a laboratórios diversos.

Segundo Victor Esmite, o curso proporcionou uma ampla visão da Astrofísica e as suas áreas de atuação. “Tive contato com estudos que não havia estudado antes, mas que tem grande impacto no cotidiano, tal como a Heliofísica, que estuda as atividades solares para dar suporte às manutenções do setor da comunicação, aviação, indústria e agronegócio. Além disso, durante a semana tive a oportunidade de ver como o Brasil vem atuando nas colaborações internacionais para o futuro dessa ciência. Conheci pesquisadores que abordavam os conteúdos em palestras de maneira descontraída e animada, mostrando que o ensino de Astronomia não precisa ser necessariamente algo extremamente formal e rígido. Os professores demonstraram atenção especial para com os alunos, sempre disponíveis para retirar dúvidas e motivar os estudos, uma característica que eu pretendo reproduzir nas minhas futuras atividades de divulgação científica”, destacou.

O estudante Gabriel Marcos afirmou que durante o curso eles puderam aprender um pouco mais sobre vários conceitos de Astronomia, tais como Cosmologia, Ondas Gravitacionais e assuntos bem diversos. “Participamos ainda de observações do céu no mini observatório, visitamos o Centro de Controle de Satélites e alguns dos laboratórios onde são desenvolvidos equipamentos de pesquisa, satélites, etc. Assim, pudemos aprender um pouco mais sobre como ocorre a pesquisa espacial no Brasil e entender um pouco mais sobre as colaborações internacionais. Foi uma experiência de grande importância no contexto do Grupo de Pesquisa em Astronomia e Cosmologia (GPAC/IFRO) ao qual fazemos parte”, declarou Gabriel.

Os acadêmicos entrevistaram o Professor André Milone sobre a importância de estudar e divulgar a Astronomia. De acordo com o docente, “é importante estudar para saber a nossa posição no universo, a posição dos corpos celestes e nossa posição na galáxia. Saber a formação e a constituição dos corpos celestes desde o objeto do sistema solar até a evolução deles como um todo. É importante saber repassar para a sociedade os conceitos científicos realizados ao fazer ciência. Então, precisa saber retribuir à sociedade o que é investido em Ciência e Tecnologia pelos governos – municipais, estaduais e federal”.

Sobre o alcance dos cursos oferecidos pelo INPE, Milone disse que “é muito interessante atrair interessados em Ciências Exatas, sejam graduandos ou professores daqui da região, do Vale do Paraíba, incluindo a cidade de São José dos Campos, como também de outros estados, do modo como tem sido nas últimas edições do curso de introdução do Curso de Astronomia e Astrofísica. A gente realmente atrai, claro, com maior atratividade os estudantes e professores do estado, mas também recebemos alunos de várias regiões do país. Queremos disseminar o conhecimento científico, de certa maneira, estar atualizado dentro do possível, divulgando os conceitos físicos da área de Astronomia e Astrofísica para que os educadores estejam com subsídios adequados para multiplicarem o conhecimento científico dentro do ensino formal. Só que aqui é um ambiente de ensino não formal. E para o público graduando de Ciências Exatas, que também faz tanto licenciatura quanto bacharelado, tem um objetivo parecido com o público dos professores, porque muitos irão se formar em licenciaturas de Física, Química, Matemática para poder lecionar e para o outro público – grupo de estudantes que estão fazendo bacharelado – é preciso que eles se empolguem com a área acadêmica e se tornem futuros pesquisadores, cientistas, sendo atraídos para fazerem pós-graduação seja no INPE ou em outras universidades ou institutos que ofereçam pós-graduação nessa nossa área – Astronomia e Astrofísica – mas se algum estudante de pós-graduação se interessar em fazer pós-graduação em Física, Química ou Matemática, é muito gratificante para nós, também. A princípio vamos manter esse formato do curso, atendendo a esses dois públicos e mais um de comunicadores e divulgadores de Ciências que trabalham em museus, planetários, centros culturais e científicos diversos, de modo que a gente continue atendendo a esses três públicos de modo meio híbrido, complexo, mas não sei se um dia a gente poderá ter um curso somente para professores e um curso específico para graduandos como uma escola avançada ou específica para Astronomia e Astrofísica”, finalizou.

A Professora Tânia Dominici disse que a importância de se estudar a Astronomia e Astrofísica “é uma questão que parece simples, mas que pode ter várias implicações, desde a parte prática mesmo como estudar o céu, como o universo evolui e contribui para a gente desenvolver tecnologias que melhoram o bem-estar das pessoas e tentarmos pensar mesmo na questão de onde viemos, para onde vamos e nos localizar mesmo no contexto cósmico”.

Ao falar sobre os cursos, Tânia destacou que o INPE é “um órgão de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, que trabalha com missões do governo federal em vários centros regionais pelo país. Para nós é muito importante que as pessoas conheçam o trabalho do INPE e apoiem. É uma satisfação para a gente receber a todos vocês, não sendo vocês que estão longe, é o INPE que deve se aproximar de vocês, como uma instituição estratégica do país”.

Ainda conforme a docente, deve-se olhar a ciência como uma área que envolve a maioria das pessoas comuns. Ela lembrou o filósofo francês Bruno Latour para dizer que a ciência é a mais social das atividades humanas, “a gente se prende muito à imagem do cientista, mas, quem faz ciência é a pessoa que faz um processo de compra, é a pessoa da manutenção que mantém o laboratório limpo, que tem que ser uma pessoa de confiança treinada para fazer aquilo; é o comunicador; é a pessoa que escreve o projeto de financiamento; é o estudante que ajuda com a ferramenta; é o operário que ajuda a construir a infraestrutura. Temos que entender a ciência como uma atividade que envolve diversos atores da sociedade”, concluiu.

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