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Campus Calama promove Semana de Combate ao Abuso e Exploração Sexual

Publicado: Sexta, 20 de Mai de 2022, 15h09 | Última atualização em Sexta, 20 de Mai de 2022, 15h25 | Acessos: 58447

Semana Contra Abuso

Em alusão ao dia 18 de maio, estabelecido como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, o Campus Porto Velho Calama do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), realizou a Semana de combate ao abuso e exploração sexual, evento organizado pelo Departamento de Assistência ao Educando (Depae), pelo Projeto Caminhos da Inclusão e pelo Grêmio Estudantil Aruanas.    

Essa data foi determinada pela Lei nº 9970/2000, em memória à menina Araceli Crespo, que foi sequestrada, violentada e assassinada em 1973, quando tinha apenas oito anos de idade.

Durante a semana, foram realizadas palestras no auditório do campus com todas as turmas de alunos e culminaram com rodas de conversa nas salas de aula, finalizando o evento com as respostas às questões levantadas pelos alunos durante as palestras.

Segundo David Mourão, chefe do Depae, existe uma Comissão para Análise e Proposição de Políticas Públicas de Enfrentamento à Violência e Abuso Sexual no âmbito do Campus Porto Velho Calama. “Através dessa comissão, que é presidida pela Assistente de Alunos Elaine Márcia Souza Rosa, temos o objetivo de promover mais ações de combate ao assédio”, destacou David. “Contamos com a colaboração dos alunos do Projeto Caminhos da Inclusão, das pedagogas Ingrid Suelen Soares de Carvalho e Lívia Catarina Matoso dos Santos Telles; do Grêmio Estudantil Aruanas, além do apoio dos professores Ricardo Vallim, Telma Cristina Martins dos Santos e Alyne de Fátima Lourenço dos Santos. As palestrantes convidadas foram a egressa e também escritora Mayra Mello, a advogada Mirian Pereira e a Defensora Pública, Débora Machado e Elaine Márcia que também foi uma das palestrantes. ”

Durante a abertura do evento na quarta-feira, 18, o Diretor-Geral do Campus Calama, Leonardo Pereira Leocádio, disse que esse assunto é delicado, mas reforçou, porém, que ele não pode deixar de ser dito. “Estamos todos do mesmo lado para dar voz aos nossos alunos”, disse, afirmando que os alunos que ora chegam ao campus, que estudaram de forma remota durante a pandemia de covid-19, não têm ainda a vivência de como o Campus Calama aborda essas questões “de frente e com total compromisso com a transparência. Por isso, o espaço é garantido para que os alunos verbalizem suas angústias. Nesse jogo só há um lado. O lado contra o assédio”, disse o diretor ao agradecer aos organizadores e participantes do evento. No decorrer do encontro, ele também respondeu a perguntas dos alunos, quando explicou sobre as medidas para o cercamento da área do campus com a finalidade de garantir a segurança para a comunidade estudantil.  “Muito breve, toda a pessoa que entrar no campus será identificada”, disse.

A assistente de alunos Elaine Márcia Souza Rosa também afirmou que muitas vezes essa abertura não há nas escolas e nem mesmo em casa. “Por isso devemos conversar para obter informações corretas. Nossas bandeiras já fazem parte dessa luta. Jovens que estão na escola, nas ruas, precisam saber se posicionar quando sofrem assédio ou mesmo quando veem outras pessoas sendo vítimas”, disse, reforçando que precisamos ser respeitados. “Nosso convívio é para ser saudável, em casa e na escola!”, afirmou, destacando ainda que tanto o Depae, quanto a Comissão de Enfrentamento estão abertos para receber queixas ou denúncias de abuso de qualquer ordem. Ela também contextualizou, pormenorizadamente, as formas de assédio seja no convívio familiar ou por estranhos e os caminhos para se buscar atendimento e socorro. “Busque uma rede de apoio”, é o lema.

Coordenadora do projeto Caminhos da Inclusão, a pedagoga Lívia Catarina Matoso dos Santos Telles ressaltou que a escola tem um papel fundamental em casos de abuso e assédio. “Precisamos compartilhar informações seguras com nossos alunos, principalmente aqueles que estão na fase da adolescência, porque eles precisam saber como se protegerem da violência sexual e procurar ajuda. No projeto, temos a oportunidade de discutir sobre a questão do assédio. Observei que os alunos se empenham para levar o conhecimento que aprenderam para os demais colegas e para os familiares. Isso é muito positivo!”, disse.  O Projeto Caminhos da Inclusão desenvolve ações voltadas à Educação Inclusiva, Igualdade de Gênero e combate ao bullying e faz parte da pesquisa de doutorado da pedagoga.

Aluna do 2º ano do curso técnico em Química, Arantxa Tanwing Saavedra, que também é coordenadora de Gestão de Recursos do Grêmio Estudantil Aruana e bolsista do projeto Caminhos da Inclusão, comentou que “essa semana é o primeiro passo para uma longa caminhada de extrema importância, é o começo de uma luta”. Para ela, a escola está em constante capacitação para o enfrentamento desses problemas e diz que em casos de assédio deve-se incentivar a denúncia, buscar os canais certos para isso e incentivar as pessoas a buscarem relações saudáveis, respeitando os limites no convívio social.

Para Melissa Fallarino Borchardt, aluna do 3º ano do curso de Eletrotécnica, coordenadora do Grêmio Estudantil Aruanas e participante do projeto Caminhos da Inclusão, “é importante quando nós estudantes verificamos que nossas provocações e reivindicações são escutadas e levadas em pauta para serem transformadas em ações de solução para as demandas apresentadas. Quando a escola se mobiliza em conjunto com os alunos, traçando metas e métodos para nossa melhor convivência e aprendizado no meio estudantil, é uma vitória a ser comemorada, mas não a ser finalizada, pois toda luta é contínua para que de gerações em gerações nos adaptemos às suas demandas e necessidades”. Melissa acrescenta que como estudante e militante entende que essa luta precisa ser disseminada para todos que não têm acesso de como se manifestar, opinar, se defender e combater.

A delegada Miriam Pereira Mateus também respondeu aos questionamentos dos alunos durante o encontro de quarta-feira, 18, quando mostrou como devem ser formalizadas denúncias para que os encaminhamentos sejam levados a efeito por meio judicial.

Egressa do Campus Calama do curso de Edificações, Mayra Mello, que é atualmente acadêmica do curso de Engenharia Civil na Universidade Federal de Rondônia (Unir), participou do evento com a apresentação de seu livro de poesias “O Diabo do Amor”. Como num grito, transformou a dor em arte e disse que o silêncio garante a impunidade do agressor. Obteve e tem até hoje apoio do instituto, mas desenvolveu doenças psíquicas e depressão enquanto se manteve em silêncio. Com maestria, agora ela fala: “Se não puder falar diretamente, procure um servidor de segurança. A vítima se sente culpada e com vergonha. A gente pode criar uma rede de apoio – uma pessoa de confiança para uma conversa aberta, mesmo sabendo que estamos no país do patriarcado e da cultura do estupro. Os servidores estão nos dando as mãos. Denuncie! O silêncio é mais difícil”, finalizou Mayra, que teve “resiliência e a capacidade de transformar a dor num livro que possa ajudar outras pessoas”.

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