Instituto Federal de Rondônia

Alunos com deficiência colam grau em cursos técnicos do IFRO Campus Calama

Acompanhados pelo Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (Napne), do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Porto Velho Calama, os alunos Claudecir Rodrigues de Alcântara e Diva Tatiana Palheta Brito colaram grau neste mês de fevereiro nos cursos técnicos subsequentes em Manutenção e Suporte em Informática e Eletrotécnica.

De acordo com a coordenadora do Napne, a pedagoga Lívia Catarina Matoso dos Santos Telles, as instituições educacionais têm o dever de matricular os alunos com deficiência e realizar as adaptações necessárias para que eles tenham seu direito à educação garantido. Segundo ela, foi o que aconteceu com esses alunos que colaram grau: Claudecir possui comprometimento neuropsicomotor e Diva possui perda auditiva bilateral. “É justamente isso que é a Educação Inclusiva: trata-se de uma concepção educacional que permite que estudantes com e sem deficiência percorram sua trajetória escolar lado a lado, juntos em uma mesma sala de aula, com as mesmas oportunidades”, relata a educadora.

Lívia Catarina destaca que o IFRO tem investido em formações e capacitações voltadas para a Educação Inclusiva, assim como em aquisição de tecnologias assistivas, mesmo no período mais difícil da pandemia. Segundo ela, durante a pandemia o Napne modificou os acompanhamentos e lançou editais de mediação virtual e aquisição de tecnologias assistivas. “Assim, foi possível enfrentarmos juntos os desafios da educação remota para os estudantes com necessidades educativas específicas”, afirma.

Todo esse investimento repercute muito na qualidade do atendimento do núcleo, declara a pedagoga, mas esclarece que “a inclusão de fato só acontece quando toda a comunidade acadêmica é inclusiva”. Ela exemplifica que no caso dos alunos Diva e Claudecir o trabalho foi conjunto: “É um trabalho colaborativo entre o Napne, professores, coordenação de curso, equipe pedagógica e Direção-Geral. Sem essa parceria nada disso é possível! Parabenizo esses alunos e tenho muito orgulho da conquista deles! É uma inspiração para os alunos com deficiência que estão ingressando em 2022”, afirma.

 Lívia ressaltou que a Assistente de Alunos Elaine Márcia Souza Rosa foi a integrante do núcleo responsável pelo acompanhamento desses dois alunos durante o curso. Elaine Márcia também é deficiente auditiva neurossensorial unilateral e declarou sentir-se orgulhosa em fazer parte da equipe do Napne desde sua primeira formação no Campus Porto Velho Calama. Ela destaca a relevância do acompanhamento realizado, “garantindo a igualdade de direito, efetivando a missão do IFRO em relação ao acesso, permanência e êxito dos educandos, independentemente de suas especificidades”.

Sobre a contribuição do Napne para a sua formação acadêmica, Diva Tatiana declarou: “Agradeço muito pelo apoio e pela garra que o Napne me propôs nos tempos da pandemia. Foi tudo muito difícil! Gratidão por esse apoio, se não fosse vocês eu não iria conseguir! Essa etapa foi vencida e o que nos resta é celebrar e agradecer! Obrigada a vocês que compartilharam os prazeres e dificuldades desta jornada com as quais convivemos durante tantas horas e carregamos a marca de experiências comuns que tivemos. Superamos muitos desafios ao longo dessa trajetória. Agradecemos por sermos fortes e nunca desistirmos!”

Claudecir disse que durante o curso teve a oportunidade de ser acompanhado pelo Napne: “Me ajudou bastante e praticamente em tudo, devido minhas limitações. O Núcleo me auxiliou e facilitou meu contato com os professores, ofereceu meios para eu não desistir do curso, me concedeu empréstimo de computador para facilitar meus estudos e envio de tarefas. Pude contar com o auxílio da Elaine, ela sempre me orientava e perguntava se eu estava com dificuldade em alguma matéria, se precisava de algo ou algum auxílio para a execução das atividades. O Napne faz um acompanhamento muito bom e acredito que foi muito importante também para vários outros alunos que possuem algum tipo de deficiência, sou muito grato pelo Napne existir e que Deus abençoe para que este projeto continue por muito tempo. Pretendo continuar meus estudos, já finalizei esta etapa e gostaria de dar continuidade quando houver mais oportunidades e se o Napne estiver presente também, será muito satisfatório para mim”, concluiu.