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Primeira defesa de pós-graduação lato sensu em Cacoal é feita por aluno indígena

Publicado: Terça, 06 de Março de 2018, 18h30 | Última atualização em Quinta, 08 de Março de 2018, 16h44 | Acessos: 2515

Seu trabalho abordou a Etnomatemática dentro do contexto do povo Paiter Suruí

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Cacoal, realizou na última segunda-feira (5) solenidade para defesa de conclusão de curso da pós-graduação lato sensu em Ensino de Ciências e Matemática. Chicoepab Suruí foi o primeiro aluno da turma e da história do campus a cumprir todos os requisitos e apresentar um trabalho de conclusão de curso de especialização.

“Estou muito feliz em ter minha família e os colegas participando desse momento. Além da felicidade, o meu sentimento também é de gratidão ao IFRO, aos professores e em especial ao meu orientador, professor Sérgio Nunes, que me auxiliou e me deu muito apoio para aproveitar essa oportunidade”, falou Chicoepab.

Na ocasião, ele apresentou o trabalho “Educação indígena: práticas tradicionais da etnomatemática dos Paiter Suruí, Cacoal - Rondônia" e obteve aprovação da banca. “A etnomatemática não só fortalece e preserva o conhecimento, como também a cultura e a identidade do povo”, defendeu o aluno.

Ele propôs ainda que apesar do envolvimento com a sociedade não indígena é necessário que os suruís e outros povos preservem o conhecimento destas duas realidades. “A construção do saber não ocorre apenas na academia. Antes dele, temos os saberes tradicionais, cujos valores são incomensuráveis e garantem a sobrevivência de um determinado povo entre gerações”, afirmou.

Conquistas

O título alcançado por Chicoepab Suruí não é o primeiro de sua carreira. Mestre em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília (UnB), ele agora coloca também o IFRO como parte de seu currículo acadêmico. “Infelizmente ainda existe preconceito e creio que situações como essas são uma forma de demonstrar à sociedade não indígena que nós, como qualquer pessoa, podemos alcançar titulações importantes e contribuir com o desenvolvimento social se tivermos oportunidade”, disse.

O comentário foi endossado pelo professor e orientador do aluno, Sérgio Nunes, que também ressaltou o contexto intercultural do trabalho em contraponto ao trabalho desenvolvido pelo IFRO. “É até interessante, simbólico, que a primeira apresentação tenha sido por um aluno de origem indígena, o que confirma a vocação do Campus Cacoal e do IFRO, como um todo, em oportunizar educação com qualidade para todas as pessoas”, destacou.

Diretor-Geral da unidade, Davys Sleman relembrou que a conclusão da pós-graduação por Chicoepab faz coro à formação de outros suruís, que já concluíram o ensino médio integrado ao ensino técnico no Instituto. “Nosso sentimento é de dever cumprido e se torna ainda mais especial ao constatar que a inclusão e o respeito às diferentes culturas é mais que um discurso no IFRO. Com certeza há muitos motivos para celebrar esse momento”, opinou o diretor.

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