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Campus Zona Norte reúne mais de 700 pessoas na VI Semana do Meio Ambiente e I Workshop de Ação Sustentável

Publicado: Quarta, 15 de Julho de 2020, 14h44 | Última atualização em Quarta, 15 de Julho de 2020, 16h19 | Acessos: 2591

zn Abertura Semana Meio Ambiente ZNO Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Porto Velho Zona Norte, reuniu um total de 711 participantes na VI Semana do Meio Ambiente e 1ª edição do Workshop de Ação Sustentável. Os eventos ocorreram de 25 a 30 de junho. Em decorrência da pandemia do novo coronavírus, foi inteiramente on-line, contando com uma programação diversificada, voltada também para questões que vão além da sustentabilidade ambiental.

No total foram 685 inscritos. Com atividades que ficaram registradas no Youtube do Campus Porto Velho Zona Norte, os debates ainda podem ser acessados. A média diária no canal era de 300 visualizações, sendo que os demais participantes estavam na sala do Google Meet. A programação contou ainda com cinco diferentes rodas de conversa e três oficinas de educação ambiental. De todas as atividades, foram emitidos aproximadamente dois mil certificados.

“Como já tínhamos o desenho e o escopo do projeto previamente definido nas reuniões de dezembro de 2019 e fevereiro/março de 2020, nos colocamos a refletir sobre a possiblidade de realizar este mesmo evento de forma não presencial e sem prejudicar a qualidade do debate que nos propusemos anteriormente”, explica o Coordenador do NETTCAS (Núcleo de Eixo Temático Territórios da Cidadania em Ação Sustentável), Marcos Aurélio Borchardt.

Segundo a Diretora-Geral do Campus Porto Velho Zona Norte, Ariádne Josiane Felix Quintela, este é um evento muito esperado e importante. Ela trouxe a reflexão de que “todos nós temos uma existência e fomos agraciados com o dom da vida e de se envolver com a natureza” e nesta ocasião agradeceu a presença de todos os participantes e parabenizou o NETTCAS.

A Diretora do Departamento de Extensão (DEPEX), Cleonete Martins Aguiar, ressaltou a importância do tema com uma programação muito rica. Ao citar o pensamento de Aristóteles “Eu não posso ser feliz se a sociedade não for feliz”, ela fez a reflexão de que quando se pensa na sociedade não se pode pensar de forma isolada e sim no planeta, levando em conta as questões ambientais e sociais. Para o Diretor de Ensino, Valdeson Amaro Lima, a forma virtual alcançou uma grande quantidade de pessoas e de diferentes estados, possibilitando conectar saberes.

 

VI Semana do Meio Ambiente e I Workshop de Ação Sustentável

O evento foi dividido em dois momentos: os dias 25 e 26 de junho trouxeram a temática dos materiais recicláveis, soluções para a questão do lixo urbano e ainda sobre as políticas públicas estaduais e municipais de saneamento e resíduos sólidos; os dias 29 e 30 foram dedicados aos agricultores e agricultoras familiares e seus projetos agroecológicos de produção e comercialização, além de um debate sobre os desafios na Amazônia e os povos indígenas no contexto da pandemia da covid-19. Ocorreram ainda oficinas com tema ambiental na tarde do dia 29 e o I Workshop de Ação Sustentável do IFRO Porto Velho Zona Norte na tarde do dia 30.

Sem o limite da capacidade física do Campus Zona Norte, que suporta em média 150 pessoas no auditório, a participação foi ampliada de forma ilimitada. Dessa forma, 250 pessoas puderam acessar diariamente toda a programação no Google Meet e com a retransmissão no canal do IFRO Porto Velho Zona Norte no Youtube em tempo real e sem limite de participação, aumentando a participação em média para cinco vezes a mais do que inicialmente foi previsto. O evento contou com tradução em Libras feita por uma equipe de tradutores do IFRO: Tamires Gomes de Assis Gonçalves, Laurindo Joaquim dos Santos Neto, Samara Silva Santana Olegário, Nathali Fernanda Machado Silva e Marina Santana dos Santos.

Avaliando o evento, a mestra em Ciências Florestais e Ambientais e Diretora Executiva do Instituto ECUMAN de Juara/MT, Rosalia de Aguiar Araújo, disse: “A abordagem nos fez refletir sobre o meio ambiente em tempos de pandemia. Gostei particularmente da participação dos colaboradores das instituições cooperativas e do terceiro setor. Parabéns aos organizadores pelo excelente trabalho”.

Segundo a acadêmica do 5º período de Gestão Pública do IFRO Campus Zona Norte, Efigênia Maria Martins de Melo Paulo, “o evento foi relevante e nos proporcionou conexão com vários segmentos da sociedade, momento reflexivo para que possamos voltar nossos olhares para  a adoção de simples  hábitos que podem minimizar impactos ambientais. Destaco  como aprendizado a importância do trabalho de empresas que  atuam  com o compromisso com as  questões ambientais. Outro ponto interessante foi perceber a importância da criação de  ferramentas tecnológicas para auxiliar os  órgãos competentes na proteção ambiental. Este evento também permitiu a   interligação com a esfera pública, municipal e estadual, para sabermos como estão sendo implementadas as políticas públicas no que concerne aos resíduos sólidos. Nesse sentido, todos somando esforços, cada um fazendo sua parte, visando o bem comum".

“Para mim foi muito gratificante participar de um evento muito grande e importante, contemplando os catadores e os pequenos produtores e a questão de apoio a esses grupos, políticas públicas para esses grupos (...) ‘A melhor coisa que você pode fazer por uma pessoa é inspirá-la' (Bob Dylan)”, comentou Milton Frota Lira, do 4º período do CST de Gestão Pública da Faculdade Educacional da Lapa (FAEL).

Para Erenita Peres do Nascimento, que cursa o 2º período do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Comercial no IFRO, “cada palestrante trouxe um tema novo onde pude aprender e o que mais me chamou a atenção foi o aplicativo Guardiões da Amazônia, que tem por objetivo registrar as queimadas. Aqui em casa eu cansei de ligar para a polícia e eles não podem fazer nada a respeito. Também pude aprender um pouco nas oficinas, obtive um aprendizado ajudando no chat no Youtube, foi incrível poder participar algo que só via em sonho e foi realizado”.

Para acessar o evento no canal do Youtube é só clicar AQUI.

 

25 de junho

A roda de conversa no dia 25/6 foi mediada pelo Professor Carlo Filipe Evangelista Raimundo, que ao final realizou uma análise do envolvimento do IFRO com o coletivo de apoio aos catadores. Entre os participantes, estava o Sociólogo e Coordenador do Fórum Estadual Lixo e Cidadania, Olavo Nienow, que deixou uma questão para ser pensada pela sociedade através de uma foto antiga de uma criança trabalhando em um lixão. “É essa realidade que queremos para nosso futuro?”

Toni dos Santos, estudante de Graduação em Administração e atual presidente da Catanorte, apresentou como a cooperativa tem contribuído para melhorar a vida dos catadores da Vila Princesa, mesmo em tempos de covid-19. Já Emanuelle Cruz, do Instituto Lixo Zero, abordou o papel cidadão das pessoas que se engajam nas ações realizadas com e pelo Instituto para reduzir, reutilizar e reciclar materiais que estão sendo desperdiçados no meio ambiente.

Na fala de Michel Esteves de Oliveira, articulador da Fiero (Federação das Indústrias do Estado de Rondônia) no Projeto Catamais, apresentou-se um balanço das ações junto às associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis, principalmente na região da grande Porto Velho. Destacou ainda a articulação realizada com o NETTCAS/IFRO em dezembro de 2019, que, mesmo com a interferência da pandemia, gerou um dos resultados discutidos que era participar da VI Semana do Meio Ambiente em 2020.

Ao fazer uma retrospectiva da organização dos coletivos de apoio aos catadores de materiais recicláveis, através das reuniões do Fórum Lixo e Cidadania, o professor da UNIR, Rafael Cristofoletti, disse que estão sendo desdobradas em diversas ações que precisam de visibilidade para garantir a cidadania, tanto dos catadores quanto das pessoas que dependem dos serviços prestados pelos catadores de materiais. Ele ainda explicou como está funcionando a Incoop (Incubadora de Cooperativas Populares da UNIR), da qual fazem parte professores, técnicos e alunos do IFRO Porto Velho Zona Norte. 

Dentre as ações articuladas pelo comitê organizador merecem destaque: arrecadação de alimentos; arrecadação de produtos de limpeza; arrecadação de máscaras; arrecadação de álcool em gel; e desenvolvimento de projetos de orientação, prevenção e cuidado como “Educação, Covid-19 e Vila Princesa: práticas de cuidado e de produção de vida”.

A relação de parceria com a Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis (Catanorte) iniciou com a participação do Professor Marcos Aurélio Borchardt no Fórum Lixo e Cidadania, tornando-se integrante, como representante do IFRO, ainda no mês de agosto de 2019. Posteriormente, houve apoio na organização e execução do Encontro Estadual de Catadores de Materiais Recicláveis, realizado na UNIR dia 6 de dezembro de 2019. No mesmo evento, realizaram-se entrevistas com os participantes para coleta de dados, objetivando traçar um perfil socioeconômico dos catadores e catadoras de todo o Estado.

A pesquisa é parte de um projeto de extensão aprovado em 2019, sob coordenação do Professor Carlo Felipe e dos membros do NETTCAS/IFRO. Esse projeto terá continuidade com uma oficina sobre análise de custos e formação de preço, voltada aos gestores da cooperativa e das associações de catadores parceiras. Devido à pandemia, a oficina também será realizada na modalidade on-line a partir do replanejamento com a Catanorte.

“Assim, a parceria permanece forte com base no compromisso do NETTCAS de atender as demandas da Catanorte e das associações parceiras, por meio de projetos de extensão que estejam de acordo com a área de atuação do campus, dos professores e dos alunos colaboradores do NETTCAS”, avaliam os servidores do IFRO. 

 

26 de julho

No dia 26/6, o tema foi Empresas Sustentáveis, sendo coordenado pela Professora Angelina Maria de Oliveira Licório. Participaram da roda de conversa a empresária Glória Dore do Porto do Sol Gastronomia e Cultura, a arquiteta Carime Afonso da Startup Conecta Obra e a engenheira florestal Samira Alvim, que é sócia da Padawan Assessoria Ambiental, representando os empresários envolvidos com a questão da sustentabilidade. Para falar de políticas públicas na área ambiental, estavam José Trajano dos Santos, Geólogo e servidor estadual na Coordenadoria de Recursos Hídricos representando a Sedam (esfera estadual), e Yaylley Coelho da Costa Jezini, Engenheiro Ambiental, representando a Sema (esfera municipal).

Com as palestrantes da área empresarial foi possível refletir sobre inovações no processo de tratamento de materiais, que têm sido descartados erroneamente no lixão de Porto Velho, sobre produtos sustentáveis, que têm tido uma aceitação cada vez maior entre os consumidores, entre outras práticas empresariais sustentáveis. A empreendedora Glória Dore apresentou a evolução do seu negócio e falou de sua decisão em adotar as práticas recomendadas pelo Instituto Lixo Zero que orienta, monitora, avalia e certifica organizações que descartam de forma ambientalmente correta mais de 90% dos resíduos gerados. Glória também apresentou o certificado de Empresa Lixo Zero que foi validado pela Padawan Assessoria Ambiental (credenciada do Instituto Lixo Zero).

Os representantes governamentais (estadual e municipal) palestraram sobre políticas públicas municipais e estaduais que precisam ser implementadas em Porto Velho e em todo estado de Rondônia (à luz da Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 12.305/2010). O objetivo foi entender mais sobre a elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS), com esclarecimentos do representante da Sedam de que o documento de base para a proposição da lei estadual já está tramitando para ser apreciado, ou como decreto ou como projeto de lei. Trajano alertou para o fato de que o decreto sempre é mais rápido para entrar em operação e o projeto de lei precisa tramitar nas comissões da Assembleia Legislativa e seguir todo o rito processual, o que poderia demorar muito para ser aprovado e entrar em operação.

Na esfera municipal, Yalley Jezini apresentou a metodologia que vem sendo utilizada para elaboração do Plano Municipal de Saneamento de Porto Velho, destacando que a previsão do término é até o final do ano. Yalley também frisou que para elaborar um plano municipal é fundamental que a lei estadual denominada Política Estadual de Resíduos Sólidos tenha sido aprovada. Essa questão foi lembrada pelo Professor Marcos Aurélio Borchardt como de fundamental importância para os coletivos, empresas, instituições e pessoas que dependem de sua aprovação: “A força do decreto retira a possibilidade de rediscussão da lei, porém ela é mais rápida. Já o projeto de lei garante minimamente a participação da comunidade em geral na aprovação, retificação ou refutação do projeto”.

Esse foi o maior desafio de todos os presentes: pensar e se posicionar de alguma forma sobre como o texto deve seguir até se tornar uma lei que represente os anseios da população para um meio ambiente que leve em consideração a sustentabilidade em todas as suas dimensões, que seja inclusiva, solidária e justa socialmente com os mais vulneráveis neste processo de defesa do meio ambiente.

 

29 de junho

Na noite do dia 29/6, o tema foi Agroecologia e Produção Orgânica, com mediação da Professora Adriana Zanki Cordenonsi. O primeiro convidado, Iberê Martí, mestre em sistemas agroflorestais e doutor em plantas medicinais, aromáticas e condimentares, começou destacando a questão da soberania alimentar, que veio à tona neste momento da pandemia. O professor salientou a importância da agricultura familiar, que fornece 70% dos alimentos dos brasileiros, e as formas de comercialização que se alteraram durante a pandemia. Por fim, a questão da importância dos sistemas agroflorestais: biodiversidade, benefícios para a saúde humana com alimentos de melhor qualidade, melhora da qualidade do solo, entre outros. Martí também afirmou que a agroecologia conseguiria alimentar o mundo, ao contrário do que diz o senso comum.

Em seguida, Sara Hoppe Schröder, Secretária Executiva da Comissão da Produção Orgânica do ES (CPOrg-ES), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, fez uma apresentação completa dos mecanismos de garantia da qualidade orgânica: a origem dos regulamentos, os princípios e diretrizes e os mecanismos de garantia para as produções orgânicas. Desde o seu surgimento em 1972, o objetivo dos movimentos que iniciaram as normativas sempre foi defender a produção orgânica no sentido de beneficiar os produtores que se propõem a produzir de forma diferenciada e a proteger os consumidores que desejam esse tipo de produto. Ao final, Sara deixou uma reflexão: “Que paisagem você escolhe para o mundo? Como você escolhe a paisagem que você quer para o mundo?”, salientando a responsabilidade do consumidor na escolha de um mundo mais sustentável.

Na sequência, Fábio Vailatti, vice-presidente do Reca (Reflorestamento Econômico Consorciado Adensado), apresentou o projeto, iniciado em 1989 com uma Associação criada por assentados do Incra. Fábio apresentou inicialmente a organização dos agricultores, divididos em grupos, que se encontram mensalmente nas suas regiões e depois na sede da Associação, em um sistema administrativo democrático e cooperativista. Fábio destacou a história e o crescimento do projeto, cuja estrutura contempla agroindústrias de óleos vegetais, polpas de frutas e palmito de pupunha. Fábio destacou as parcerias com a Embrapa em pesquisas e com a Natura em projeto de carbono, o que propiciou a criação de um fundo de carbono para beneficiar os produtores que necessitem de capital.

Salientando a importância dos processos orgânicos de produção, Fábio acrescenta que o projeto Reca tem a ambição de chegar em 2024 com 100% da produção certificada: “Nossos consumidores merecem produtos de vida, produtos que não representam morte, agrotóxico, veneno, tudo isso representa morte”. Quanto aos desafios, demonstrou preocupação com o momento atual de desmatamentos e com o assédio de alguns pequenos produtores por grandes produtores que vem se instalando aqui no Estado.

O projeto PAIS (Projeto de Produção Agroecológico Integrado e Sustentável), dos produtores agroecológicos do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), foi apresentado por Pedro Bonifácio, engenheiro agrônomo e assessor técnico do projeto, e Cleide Passos, produtora agroecológica de Candeias. Inicialmente, Pedro mostrou o que é o sistema PAIS, que consiste em hortas circulares, com galinheiros ao centro, uma tecnologia social que pode ser desenvolvida em pequenas áreas. Para controle de pragas e adubagem não são utilizados químicos. Outras características do PAIS são o compartilhamento de experiências e a cooperação entre as famílias na produção e na comercialização, proporcionando segurança alimentar, renda e qualidade de vida.

Sobre o projeto específico do MAB ele salienta que foi instalado nos locais de construções de grandes barragens, contando com 240 unidades. Para finalizar, Pedro contou sobre o surgimento do projeto, uma proposta do MAB ao BNDES/Fundo Amazônia para melhorar a vida dos ribeirinhos atingidos pelas barragens, que foram deslocados para locais longe dos rios, o que dificultou muito sua subsistência. Sobre a comercialização Cleide destacou a organização das mulheres produtoras, o uso do WhatsApp e a presença em feiras e convidou a todos para conhecer as hortas e experimentar os produtos.

A última palestra foi com os representantes da Cooprojirau (Cooperativa dos Produtores Rurais do Observatório Ambiental de Jirau). O Engenheiro Florestal Fagno apresentou a história da cooperativa que iniciou com 27 fundadores em 2010 e conta hoje com 160 cooperados no distrito de Nova Mutum Paraná. A Cooperativa trabalha com conscientização da comunidade em questões ambientais, produção de mudas florestais em mais de 40 viveiros, coleta de sementes para os viveiros e para outras demandas, recuperação de áreas degradadas ou alteradas para a UHE Jirau e para outros clientes e restauração de área de preservação permanente/APP.

Fagno destacou o orgulho dos cooperados ao realizarem os trabalhos de restauração e trouxe alguns números destes dez anos de cooperativa: mil hectares de área implantada, 659 mil mudas florestais produzidas e quatro mil quilos de sementes semeadas. Dheimy, gerente de produção da agroindústria de farinha de mandioca da Cooprojirau, falou sobre os SAFs implantados e entregues para produtores da região, sobre o projeto de compostagem da cooperativa e sobre as agroindústrias de açaí e de farinha de mandioca.

 

30 de junho

Com tema Desmatamento, Pandemia e Povos Indígenas, em 30/6, a Professora Lady Day Pereira de Souza conduziu a roda de conversa entre os palestrantes Rubens Naraikoe Suruí, liderança e coordenação da Associação Metareilá do Povo Indígena SURUI; Ivaneide Bandeira Cardozo, representante da Associação Etnoambiental Kanindé; João Alberto Ribeiro, engenheiro agrônomo do ICMBIO; José Mario Fraga Miranda, desenvolvedor do aplicativo “Guardiões da Amazônia”; e Bruno Marangoni Martinelli, doutorando em Desenvolvimento, Sociedade e Cooperação Internacional  (UnB).

Neste debate foi possível atualizar sobre o contexto de pressões políticas de madeireiros, pecuaristas e governos que aumentam o desmatamento da floresta, principalmente em unidades de conservação, conforme acompanhados por agentes do Ibama e Icmbio. Destaque também para a preocupação com as desigualdades acerca das populações indígenas que historicamente são negligenciadas pela falta de atuação governamental mais proativa em busca da manutenção da proteção à saúde e da preservação das culturas e das terras. 

Durante o debate foram relatadas iniciativas de cuidados e prevenção à pandemia dos povos indígenas Suruí, considerando o distanciamento, novas regras de acesso às terras indígenas, bem como a utilização da internet na aldeia como alternativa para estabelecer a comunicação externa. Foram relatadas as atividades da Associação Kanindé, que evidenciou atos de doações de alimentos agroecológicos realizados por povos indígenas durante esse período de distanciamento.

O painel de debates ainda ressaltou as riquezas culturais existentes na região por meio de pesquisa, destacando a integração que pode fortalecer as dinâmicas e as iniciativas realizadas pelos povos da Amazônia. Por fim, foi apresentada ferramenta que visa empoderar o cidadão como responsável por acompanhar e por denunciar focos de queimada por meio do aplicativo Guardiões da Amazônia.

A roda de conversa possibilitou a participação da comunidade, por meio de perguntas e posicionamentos diversos, o que enriqueceu o debate com muitas perspectivas. Contudo, a perspectiva que pareceu ser acatada por todos é a de que há necessidade de ações coletivas diante da pandemia e todas as dificuldades vivenciadas pelas florestas e pelos povos da floresta, tendo em vista  o mundo ser coletivo e todos se beneficiarem com a preservação da vida.

 

Workshop

O I Workshop de Ação Sustentável do IFRO Porto Velho Zona Norte foi realizado com o objetivo de repensar as atitudes dos servidores, alunos e comunidade externa que utilizam o espaço físico do campus para desenvolver suas atividades de ensino, pesquisa e extensão. Para debater as formas pelas quais se pode separar e destinar corretamente os materiais recicláveis e sobras de alimentação produzidos no espaço, bem como aqueles resíduos considerados inservíveis no processo de logística reversa.

O debate ocorreu na tarde de 30 de junho e foi conduzido e mediado pela Professora Marialva de Souza Silva. A exposição do problema e a busca de soluções foi apresentada pela Professora Adriana Zanki Cordenonsi em nome do próprio IFRO Campus Porto Velho Zona Norte. Para indicar os caminhos para melhorar as ações sustentáveis, houve participação da embaixadora do Instituto Lixo Zero em Rondônia, a engenheira florestal Samira Alvim. Ficou claro que um dos caminhos é planejar, executar, verificar e avaliar a implementação do Programa Escola Lixo Zero, que pode levar o campus a ser uma instituição modelo nessas ações.

Ao final do workshop foi proposto um plano de ação que tem como meta principal a elaboração de um projeto de ações sustentáveis para o campus, orientado e assessorado pelo Instituto Lixo Zero, que poderá ser realizado através de consultoria a ser prevista no projeto, visando à certificação Lixo Zero. Para tanto, é necessário que a instituição seja avaliada e atinja a meta mínima de 90% na destinação sustentável dos resíduos gerados, separados, destinados e monitorados pelo NETTCAS do campus. Segundo o atual coordenador do NETTCAS, Marcos Aurélio Borchardt, é um grande desafio, além de ter sido o grande produto de entrega da na VI Semana do Meio Ambiente e I Workshop de Ação Sustentável.

 

Oficinas temáticas

A programação contou no dia 29 com três oficinas com tema ambiental, organizadas pela Professora Rosa Martins Costa Pereira. A oficina de educação ambiental “Insights sobre o patrimônio natural e cultural de Porto Velho: o boto da Amazônia” trabalhou a integração e interdependência entre o homem e a natureza. Ela foi ministrada por Luciana Aparecida Barbieri da Rosa, Josélia Fontenele Batista e Izabel Cristina da Silva, mediada por Sandra Santos da Costa e teve como público-alvo estudantes do Curso de Pedagogia IFRO/EAD/UAB, professores da Rede Municipal de ensino e público em geral. A oficina proporcionou aos participantes conhecer a produção cultural regional e sua relação com a preservação do meio ambiente.

A oficina Educação ambiental com foco na reciclagem de embalagens plásticas em tempos de pandemia de covid-19 ofereceu formas de reutilização de sucata para confecção de protetores para o rosto e outros objetos. Foi ministrada por Valéria Costa de Oliveira e Natália Gabriele de Oliveira Cardoso, mediada por Rosa Martins, e teve como público-alvo crianças de 9 a 11 anos e alunos do Curso de Pedagogia. O objetivo foi demonstrar possibilidades de reutilização de embalagens plásticas de forma criativa e fácil com produção por crianças, que podem customizar protetores faciais com temas infantis, tornando o uso com melhor aceitação por serem incluídos no seu universo lúdico e produzidos por elas próprias.

E a terceira oficina “Empreendedorismo sustentável: estudo de caso de uma microempresa agroecológica” trouxe o exemplo de uma pequena empresa do interior de Rondônia, a Saboaria Rondônia, e a importância do empreendedorismo sustentável na preservação do meio ambiente. Essa oficina foi ministrada por Luciana Aparecida Barbieri da Rosa, Izabel Cristina da Silva e Saboaria Rondônia, mediada por Telma Fortes Medeiros e teve como público-alvo empresários e público em geral. O objetivo foi apresentar a viabilidade e a importância do empreendedorismo sustentável na contribuição para a preservação do meio ambiente em uma empresa rondoniense.

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