Projeto “Pequenos Urbanistas” promove educação urbanística e ambiental para crianças do ensino fundamental
Com o objetivo de despertar desde cedo a consciência sobre o espaço urbano e ambiental, o projeto de extensão “Pequenos Urbanistas: Educando crianças para cidades futuras” está promovendo atividades voltadas a alunos do 5º ano da Escola Municipal Felipe Rocha de Lima. A iniciativa é conduzida por professores e estudantes do curso de Arquitetura do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Vilhena, e busca apresentar conceitos básicos de urbanismo e arquitetura em uma linguagem acessível ao público infantil.
De acordo com a Coordenadora, Priscyla Oriane Brasileiro, a ideia do projeto surgiu a partir do interesse em aproximar crianças da realidade das cidades, incentivando a observação crítica e a compreensão do ambiente em que vivem. A proposta parte do princípio de que os futuros cidadãos devem ser desde cedo sensibilizados para temas como organização urbana, sustentabilidade e qualidade de vida.
As atividades acontecem quinzenalmente, de março a junho de 2025, e cada encontro é dividido em dois momentos: um momento expositivo, em que os estudantes de Arquitetura explicam o conteúdo de forma lúdica e interativa, e uma atividade prática que reforça os conceitos abordados. As temáticas trabalhadas incluem casa, cidade, meio ambiente e ambiente escolar.
Segundo os organizadores, os alunos do 5º ano foram escolhidos por estarem em uma faixa etária (em média 10 anos) que permite melhor assimilação dos conteúdos. Priscyla explicou que os estudantes do curso de Arquitetura assumem o papel de mediadores, preparando as aulas e as dinâmicas conforme afinidade com os temas: “após a escolha das temáticas que foram propostas pela professora, os alunos foram divididos entre as temáticas, conforme a afinidade de cada um, e eles precisam produzir como se fosse uma aula, sobre as questões de arquitetura e urbanismo em uma linguagem que as crianças absorvam. Em conjunto, pensamos também na atividade prática/lúdica para que as crianças fixem o conhecimento adquirido”, explica.
Apesar de estar em sua fase inicial, a experiência já tem gerado resultados positivos. No primeiro encontro, realizado em 24 de março, os organizadores destacaram a receptividade das crianças e o engajamento dos participantes. “Foi surpreendente ver como os alunos absorveram os conteúdos e se mostraram interessados. Isso também tem sido uma oportunidade de crescimento para os estudantes do curso de Arquitetura, que vivenciam na prática o papel social de sua profissão”, relata a Professora Priscyla.
Como destaca uma das estudantes de arquitetura integrantes do projeto, Astrid Senn, “este projeto valoriza a importância do olhar da criança sob o meio que ela habita”. Mais do que ensinar urbanismo e arquitetura como ciência, ela ressalta que o projeto busca “colher a perspectiva infantil acerca do espaço habitado e instigá-las a refletir e, quiçá, melhorar o mundo que vivemos”.
Para Astrid, as atividades propostas favorecem experiências únicas, pois “a experiência das crianças no espaço revela peculiaridades distintas em razão da singularidade de cada indivíduo”, e isso contribui não só para o desenvolvimento infantil, mas também para a formação de estudantes e profissionais mais sensíveis. Ela lembra ainda que “as atividades, embora guiadas, exploram diferentes resultados” e promovem o trabalho em equipe, a escuta e o respeito ao outro. Ela reforça a importância do lúdico no processo: “as crianças precisam brincar, aprender e se desenvolver brincando”.
O projeto conta com o apoio do Departamento de Extensão (Depex) do IFRO Campus Vilhena e está sendo desenvolvido como uma ação piloto. A expectativa é que, ao final das atividades, as crianças realizem uma visita ao IFRO, observando a cidade ao longo do trajeto como parte de uma análise urbana. A proposta pode ser expandida futuramente para outras escolas do município, de modo a alcançar um número maior de estudantes.
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