Exposição em Vilhena traz trabalhos de alunos participantes do Projeto de Ensino “Método Melhagra”
Está em exibição no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Vilhena, uma exposição de trabalhos desenvolvidos por estudantes participantes do projeto de ensino intitulado Método Melhagra. A mostra foi organizada pelo Professor de Filosofia, Osvaldo da Cunha Neto, idealizador da proposta pedagógica, e apresenta os diários reflexivos produzidos por alunos que autorizaram a divulgação de suas experiências.
Inspirado no curso “Ciência do Bem-Estar”, da Universidade de Yale, o projeto foi desenvolvido como uma resposta criativa aos desafios enfrentados pelos estudantes no retorno às aulas após o recesso. De acordo com o Professor Osvaldo, o método tem proporcionado diversos benefícios aos participantes, como o estímulo à autodisciplina, ao autocuidado, à reflexão sobre o propósito de vida, e à compreensão do “eu” como um conjunto de aspectos físicos, emocionais, sociais e espirituais.
Proposta – O Método Melhagra propõe a escrita de um diário pessoal ao longo de um ciclo lunar (28 dias), com sugestões de práticas integrativas e terapêuticas que acompanham as fases da lua. Cada fase representa uma dimensão da existência: a lua minguante foca nos cuidados com o corpo e com a estrutura da vida cotidiana; a lua nova incentiva o desenvolvimento pessoal e a realização de sonhos; a lua crescente está voltada às relações sociais e à vida comunitária; e a lua cheia aborda a espiritualidade e os vínculos transcendentais.
As atividades sugeridas envolvem desde práticas simples como caminhada, culinária e jardinagem até exercícios de introspecção, como a escrita de gratidão, meditação, silêncio e autorreflexão. Os estudantes são convidados a avaliar seu bem-estar em diferentes dimensões e registrar o que tem a “Melhagra” — termo que, na metodologia, representa o que cada um pode melhorar e agradecer a cada dia.
A atividade também se mostrou uma ferramenta inclusiva e sensível às diferentes necessidades dos alunos, tendo um impacto especialmente significativo na rotina de um estudante autista, que apresentou avanços em organização, autodisciplina e percepção de si.
Osvaldo da Cunha Neto destaca que a proposta vai além da simples escrita: “trata-se de um processo de desenvolvimento humano que permite aos alunos olharem para si mesmos com mais profundidade, entenderem suas emoções e hábitos, e buscarem, de forma consciente, uma vida mais equilibrada e saudável”.
A estudante do segundo ano do Técnico em Edificações, Aline Victória Miranda Batista, relatou que foi divertido realizar a atividade. “Passei a me conhecer melhor depois de registrar o meu dia a dia no diário, e percebi que preciso melhorar em alguns aspectos. Depois de aplicar o Método Melhagra, passei a organizar melhor o meu dia e percebi que atividades como natação e caminhada, que sempre tive interesse, mas parecia que não sobrava tempo, e descobri que isso não era verdade. Percebi que preciso cuidar mais da minha saúde, para não ter problemas no futuro”, relatou.
Entre os relatos dos participantes, a estudante Samylla Gabriele da Silva Chaves destacou que a experiência com o diário do Método Melhagra proporcionou um exercício de regularidade e de reflexão. “O que mais me atraiu para fazer o método Melhagra é a ideia de, depois de algum tempo, poder ler o que eu escrevi e refletir sobre quem eu era, se mudei, e o que eu pensava sobre determinado assunto. É como se fosse uma cápsula do tempo”. Para ela, o hábito de registrar vivências contribuiu para perceber a própria evolução ao longo do tempo, favorecendo o autoconhecimento e a consciência sobre o processo contínuo de mudança.
A exposição, que pode ser visitada no IFRO Campus Vilhena até 30/5, oferece ao público um panorama sensível e genuíno dos caminhos individuais percorridos pelos alunos ao longo da jornada do projeto, revelando a potência transformadora da educação voltada para o bem-estar e o autoconhecimento.
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