Capacitação trabalha Acessibilidade Aplicada ao Projeto Estratégico
O IFRO (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia) realizou a Capacitação In Company de Acessibilidade Aplicada ao Projeto Estratégico “IFRO para Todos”. A formação faz parte das propostas acompanhadas pela Diretoria de Engenharia e Infraestrutura da Pró-Reitoria de Administração (DEINF/PROAD/IFRO) e que estão previstas no Plano de Desenvolvimento Estratégico (PDI/IFRO). Ao todo foram 35 participantes certificados, sendo representantes de todas as unidades do IFRO, além de órgãos parceiros como a Prefeitura Municipal de Porto Velho, representada pelas secretarias municipais de Planejamento (SEMPOG), de Trânsito (SEMTRAN) e de Desenvolvimento Urbano (EMDUR), mais a Universidade Federal de Rondônia (UNIR), o Ministério Público Federal (MPF), o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Rondônia (CAU/RO) e o Departamento de Estradas de Rodagens, Infraestrutura e Serviços Públicos do Governo do Estado de Rondônia (DER/RO).
A Capacitação ocorreu entre os dias 10 e 13/09/2019, no Campus Porto Velho Zona Norte, tendo por ministrante o Arquiteto Eduardo Ronchetti de Castro. O objetivo foi de capacitar os servidores envolvidos no projeto para implantação de intervenções de acessibilidade nas unidades do IFRO, garantindo o compromisso institucional de tornar o IFRO um ambiente acessível. Segundo o Líder do Projeto, John Alison Ribeiro da Costa Maia, o Projeto IFRO para Todos nasceu durante a elaboração do PDI do Instituto Federal de Rondônia 2018-2022, como forma de cumprir o compromisso social do IFRO com relação à cultura inclusiva, propondo diversas ações para a participação de pessoas com deficiência em suas unidades para atender à comunidade com a melhor qualidade possível. Nesse sentido, a instituição vem buscando readequar seus ambientes físicos, bem como promover novas tecnologias que forneçam a melhoria adequada aos seus espaços com vistas à inclusão social”.
O curso abordou conceitos de acessibilidade e proporcionou vivência para sensibilização dos envolvidos, além de habilitar os membros para elaboração de diagnóstico de acessibilidade das unidades, propor melhorias e elaborar Manual Padronizado de Acessibilidade nos Ambientes do IFRO, atendendo à legislação vigente. Conforme previsto no PDI, a criação do manual contribuirá para que seja feito posteriormente o diagnóstico de acessibilidade física que forneça o suporte adequado na elaboração de novos projetos de infraestrutura de acesso aos campi.
Outro ponto positivo da capacitação, segundo John Alison, foi ter possibilitado “maior sensibilização dos servidores, ampliando a visão sobre o tema, permitindo que possamos tomar ações mais otimizadas para atender a demanda de adequações de nossas unidades e implantação de novas edificações acessíveis. Fico muito feliz em perceber o compromisso do IFRO, em especial dos gestores, em atender esta demanda tão importante para a promoção da acessibilidade nas unidades, garantindo a inclusão e o acesso gratuito e de qualidade ao ensino, pesquisa e extensão ofertados. As dificuldades a serem superadas para que nossos ambientes sejam totalmente acessíveis são grandes, principalmente diante do cenário econômico em que nos encontramos, porém, acredito que com o esforço de todos os envolvidos poderemos cada vez mais ter um IFRO que seja de fato para todos”.
Para o ministrante da capacitação, “são muitos itens exigidos pelas leis e normas técnicas para se deixar uma edificação acessível a todas as pessoas. Mas se eu puder resumir, eu diria: garantir o acesso a absolutamente todos os ambientes da edificação, sem nenhum desnível superior a cinco milímetros e que esteja sinalizado para as pessoas com deficiência visual, pessoas com deficiência auditiva e pessoas com baixa visão”. Eduardo Ronchetti iniciou o interesse pela área de acessibilidade ainda durante o curso de Arquitetura, no ano 2000, quando “indignado com as condições de acessibilidade de nossas cidades, eu reuni um grupo de arquitetos e psicólogos e saímos às ruas, mas em cadeira de rodas, olhos vendados e muletas, para verificar como os arquitetos poderiam fazer para deixar as cidades e edificações mais acessíveis a todos”.
Entre os temas vistos no curso, foi seguida a legislação vigente para acessibilidade, em que se destacam o Estatuto da Pessoa com Deficiência, Lei Federal n° 13.146/15; Decreto Federal 5.296/2004; NBR 9050/2015 (Acessibilidade); Estatuto do Idoso (Lei Federal 10.741 de 2003); NBR 16537/2016 (Piso Tátil); NBR 15599/08 (Mapa Tátil); Decreto Federal 9296 de 2018; NM 313 de 2007 (Elevadores); NBR 14718 (Guarda Corpo); Lei Federal 10.098 de 2000; e Lei Federal 10.048 de 2000. “A sociedade evolui e nossas cidades e edificações devem evoluir com elas. Temos hoje no Brasil aproximadamente 50 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência e quase 30 milhões de pessoas idosas. São quase 80 milhões de pessoas em nosso Brasil que não consegue acessar e utilizar os espaços e ambientes, com autonomia, conforto e segurança, por falta de acessibilidade”, afirma o arquiteto.
“Realizando esse treinamento em acessibilidade para os colaboradores do IFRO pude perceber que o Instituto tem dado uma importância real para a aplicação da acessibilidade, com o desejo de efetivamente garantir a inclusão das pessoas com deficiência”. Ainda segundo Eduardo Ronchetti, que possui mais de 300 projetos de acessibilidade e mais de 200 laudos, “acessibilidade é uma causa, mais do que um simples trabalho e é bom saber que estamos juntos com o objetivo de construir um Brasil acessível a todos”.
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