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Curso de Assistente Administrativo fortalece a diversidade em Porto Velho

Publicado: Sexta, 28 de Junho de 2024, 13h59 | Última atualização em Sexta, 28 de Junho de 2024, 16h04

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Desde o dia 10 de junho, o Campus Porto Velho Calama do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO) vem desenvolvendo o Curso de Assistente Administrativo para pessoas LGBTQIAPN+, em parceria com o Instituto + Diversidade, com a finalidade de ampliar a oferta de formação para o mundo do trabalho.

“Este ano, no Mês do Orgulho, efetivamente o IFRO promove a inclusão, ofertando o curso de Assistente em Administração para pessoas trans. Por meio dessa oferta, ratificamos que a pessoa trans pode ser inserida em todos os espaços, principalmente no mundo do trabalho. Educação transforma!”, pontuou Marcia Tesser, Diretora de Programas e Projetos de Extensão e Coordenadora-Geral do curso.

Com 130 horas de duração e dividido em seis módulos – socioemocional; preparação para o mercado de trabalho; formação sindical e trabalhista e dois módulos de formação profissional – o curso conta ainda com o apoio e a parceria do Ministério Público do Trabalho; Casa Neon Cunha; Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Mariana Goedert Consultoria de Recursos Humanos.

 Durante a segunda semana de atividades, o instrutor da formação sindical e trabalhista da CUT, João Macedo, disse que os/as/es participantes estão absorvendo bem os conteúdos, que abordam o mundo do trabalho “mas que também atravessam os marcadores sociais como classe, raça, gênero, sexualidade, que torna mais atrativo, posto que conseguem se refletir e prospectar cenários possíveis para um futuro trabalho digno, pensando na pauta sindical também”, citou. Final módulo formação profissional

Agatha Henry Silva da Cunha Justiniano diz que está gostando e aprendendo muito sobre os seus direitos como uma mulher trans. “Já está me ajudando bastante, pois estou conseguindo entender sobre os meus direitos como trabalhadora e como uma pessoa LGBTQIA+”, disse.

Bianca Gonçalves também está achando o curso interessante. “É uma experiência nova para pessoas trans e travestis, homens trans em geral. Acho que tem questões ainda para ser melhoradas, porque querendo ou não é meio difícil a absorção de algum conteúdo, mas em geral tá sendo muito importante e legal. Eu acho que deveria ser focada desde o início a questão do Assistente Administrativo. É muito importante a gente saber de nossos direitos como pessoa LGBT, mas eles focam muito nisso”, comentou.

Para Alec Correia de Figueiredo o curso está sendo maravilhoso. “Está até atendendo mais as minhas expectativas. Quando eu fiz a minha inscrição eu pensava que seria algo muito monótono de chegar dentro de sala e enfrentar um conteúdo maçante e tudo o mais, e quando cheguei aqui já foi uma coisa completamente diferente porque teve professores que vieram de fora tratar assuntos com a gente que eu nem imaginava que fosse ter dentro de um curso de Assistente Administrativo e assim foi e tá sendo uma experiência incrível. A gente está sendo bem atendido aqui no IFRO”, declarou.

Formação sindical 2Athena Mendonça Soriano tem 27 anos e aprova o curso que está sendo oferecido para a população LGBT. “Capacitação profissional que é o que a gente precisa bastante é oferecida em poucos lugares e esse lugar está sendo o que mais está acolhendo a população LGBT, nos tratando com respeito e está sendo um show. Acho que vai agregar bastante ao meu currículo e vai nos abrir bastante oportunidades”, disse.

A instrutora Paloma dos Santos acredita que curso é extremamente importante para o desenvolvimento de ações afirmativas e políticas públicas. “Na verdade já é uma ação afirmativa ter esse curso dentro de uma instituição de ensino e também aí fomenta não só a questão da educação, mas principalmente a questão do conhecimento em si. Então, prá nós enquanto monitores, enquanto dirigentes sindicais, é extremamente importante, porque a gente precisa trazer para o mundo do trabalho a realidade de pessoas LGBT que precisam estar inseridas dentro do mundo do trabalho em todas as esferas, das entidades sindicais. Acho que a partir dessa iniciativa deste curso aqui em Rondônia, nós esperamos que abra um leque muito maior de oportunidades”, explicou.

 Mariana Goedert teve a oportunidade de participar do projeto "Empregabilidade LGBTI+ em Rondônia", “em que tive o prazer de ministrar o módulo ‘Preparação para o Mercado de Trabalho’. Essa experiência foi extremamente enriquecedora para mim, como especialista em Recursos Humanos, ao ver os jovens descobrirem suas habilidades e competências, compreendendo seu papel e valor no mercado de trabalho. Despertar neles o brilho nos olhos e testemunhar sua capacidade de alcançar seus sonhos e objetivos profissionais através da preparação e do conhecimento foi realmente gratificante”, declarou.

Carolina Martins disse que o curso “está sendo um processo bem desafiador por ser uma capacitação que traz o movimento para dentro da comunidade e faz com que a gente se enxergue enquanto potência e que conheça os nossos direitos enquanto pessoa, indivíduo, está trazendo para nós oportunidades, visibilidade, conhecimento e busca de políticas públicas, de dignidade e de melhorias para a nossa população lutar contra as nossas vulnerabilidades sociais e dentro de nossas comunidades”, pontua. Módulo formação profissional 1

Carolina já atua no movimento social e é Coordenadora do Núcleo étnico-racial do Instituto Banzeiro da Amazônia, atuando ainda no Coletivo de Mulheres de Porto Velho, na área de Cultura, Arte e Audiovisual. “É uma forma de unificar essas lutas e essas forças para que a gente possa ocupar espaços e possa trabalhar de forma digna, respeitosa e trazer melhorias para a nossa comunidade, para nosso Estado e para o Norte”, conclui.

Nyvia Campos da Silva disse que o curso está superando sua expectativa. “O que eu espero é que venha me ajudar bastante no local de trabalho e no reconhecimento que eu tenho na sala de aula. As informações vão me ajudar bastante, principalmente na organização do meu currículo”, disse.

 Jessica Andressa disse “que a parceria com o IFRO vai nos dar um certificado que vai nos ajudar bastante no mercado de trabalho. Vai tirar da vulnerabilidade não só eu, mas muitas outras pessoas que estão aqui fazendo o curso. A gente também aprendeu a fazer o currículo e colocar nossas qualidades e a maneira que a gente via o currículo era muito ultrapassada e agora nós mesmas conseguimos fazer no computador e entregar nas empresas. Já fiz o meu e entreguei em vários lugares”, disse satisfeita.

Bryan Richard Palhano de Melo, que atua como mobilizador no curso, disse estar achando uma maravilha acompanhar essa nova turma. “Faço parte da Comcil, sou mobilizador do curso e sou Coordenador Estadual do Movimento da Juventude que levanta sempre a bandeira das nossas lutas pela juventude independente na área que estiver”, declarou.

Para Kamille Eduarda Ferreira dos Santos, o curso está sendo muito gratificante. “Hoje eu estou convivendo com as pessoas que foram selecionadas dentro de 191 inscrições e vinte foram escolhidas. Eu estou muito feliz por ter sido escolhida e estar no meio dessas pessoas para fazer esse curso. O curso vai agregar muito no meu conhecimento e no meu currículo também. Estou muito feliz pelas entidades que abriram as portas para esse projeto que já era muito esperado pela nossa classe e eu estou feliz e satisfeita”, opinou.

 Bruno Bertazzi representante do Instituto Mais DiversidadeArielle Oliveira Nascimento tem 27 anos. Ela diz que o curso que a instituição está proporcionando “é muito importante para a inclusão no mercado de trabalho, para desmistificar essa tendência de pessoas trans e onde a população quer ver a gente e priorizar que a gente precisa ter esse espaço. Então, tudo o que a gente está vivenciando, tudo o que a gente está vendo e aprendendo aqui é de suma importância, tanto para a gente saber se posicionar, saber dos nossos direitos e de tantas outras coisas que a gente não sabia e que está tendo a oportunidade de aprender aqui”, pontuou.

Na opinião de Noah Carvalho Azevedo “o curso está sendo muito importante, principalmente para a gente que é trans que está tendo esse contato com a CUT e os instrutores estão explicando sobre os nossos direitos. Isso dá um respaldo muito grande para a gente saber se defender e se atentar aos nossos direitos e não aceitar qualquer coisa dentro do mercado de trabalho. Estou aprendendo a me defender e me inteirando sobre os meus direitos”, declarou.

Thomas Nogueira da Silva disse estar achando o curso muito interessante “porque conheci bastante gente igual a mim e minha expectativa é bastante alta porque estou aprendendo várias coisas e entendendo mais sobre meus direitos e de como eu vou agir no futuro em relação ao trabalho. Fiz amigos e estou me comunicando bastante com eles”, destacou.

Theodore Pereira da Silva tem 18 anos, é um homem trans e disse que o curso foi uma surpresa porque ele nunca tinha visto nenhuma atividade similar ser oferecida. Ficou mais surpreso ainda porque não esperava ver tanta gente da comunidade onde mora. “Espero estar mais preparado para o mundo do trabalho e eu tenho certeza de que vou estar porque o curso está me agradando demais. Cada pessoa aqui está se ajudando”, afirmou.

Valentine Souza da Silva Guedes tem 20 anos e disse que já entrou no curso com expectativas, já que não tinha antes muita conexão com outras pessoas LGBT. “Então eu me encontrei e encontrei mais gente que se encaixa sobre o que eu sofro no dia a dia, gente que a gente pode ser aberto e ter um lugar seguro e que vai me dar mais esperança no futuro, de ter um emprego com segurança, de ter uma socialização boa e confiança de que no futuro vai dar tudo certo porque aqui já começa a esperança de tudo mudar”, concluiu.formação sindical

Karen de Oliveira Diogo é natural de Porto Velho, tem 55 anos, é uma mulher travesti, como gosta de se identificar. “Todos os cursos que são direcionados para a população LGBTQIAPN+ e a gente observando sempre a especificidade das trans, a gente observa que é um curso diferenciado, porque a gente sai daquela rotina de que é só salão de beleza, ou coisas muito pequenas, e de pertencimento em outros espaços. É como se a gente quebrasse o gueto e ampliasse mais ainda a oferta de trabalho noutros espaços, quer seja numa empresa, num banco, podendo concorrer num concurso público, tendo as garantias conforme regem a CLT. A expectativa sempre é grande porque numa turma de vinte, a gente fica se perguntando quantas vão ficar, mas a expectativa maior ainda é a futura, de quantas vão poder alcançar o mercado de trabalho”, diz.

Karen é presidente da Comunidade Cidadão Livre (Comcil) uma instituição LBGBTQIA+, documentada, com uma linha de militância bem ampla que envolve todas as esferas das condições de direitos humanos, saúde, educação, da família. Ela está no movimento social desde 2009, e destaca conquistas, como quando fez o primeiro Pit Stop trans do Estado de Rondônia em 2010, que alcançou toda a mídia do Norte. Hoje é conselheira suplente do Conselho Estadual de Saúde e do Conselho Estadual das Cidades (Concidade), que discute moradia e planejamento urbano. Participa também como Vice-Presidente na banca de cotas trans da Universidade Federal de Rondônia (Unir) que, segundo ela, “foi uma luta nossa para implementar as cotas trans na universidade, sendo um por cento, mas já é participação”, argumenta Karen.

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