Instituto Federal de Rondônia

Semana Rondoniense de Arte, Patrimônio e Cultura do IFRO e IPHAN mobiliza comunidade acadêmica

Música, teatro, artes visuais, cinema, dança, literatura, dentre outras artes embalaram servidores, estudantes e comunidade externa do Instituto Federal de Rondônia e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN/RO) durante os dias 16, 17 e 18 de novembro, na 1ª Semana Rondoniense de Arte,  Patrimônio e Cultura, realizada em Porto Velho (RO), no Campus Porto Velho Calama, Teatro Guaporé e Sítio Arqueológico da Candelária.  

Segundo o Reitor Moisés José Rosa, a Semana “foi um sucesso. Penso que Rondônia estava precisando de um evento como esse que, sobretudo, reconhece e valoriza os talentos dos nossos artistas. Acredito que a parceria entre o IPHAN e o IFRO deu muito certo e precisamos fortalecê-la ainda mais, com o objetivo de valorizar ainda mais a arte no nosso estado”.

Fernanda Oliveira Costa de Góes, Pró-Reitora de Extensão do IFRO, também destacou a parceria com o IPHAN, “uma ação primordial para que o evento se tornasse realidade. Foram dois dias intensos de apresentação de trabalhos artísticos e performances, onde alunos e servidores mostraram seus talentos e habilidades. A gestora agradeceu também a Fundação Cultural do Estado de Rondônia (FUNCER) pela concessão gratuita do espaço do Teatro Guaporé. Considero que o evento foi um espaço valoroso para a promoção, visibilidade e consolidação da arte e da cultura no âmbito do IFRO e no estado de Rondônia". 

Para a Diretora de Programas e Projetos de Extensão, Márcia Tesser, as apresentações de alta qualidade realizadas por alunos e professores no evento “demonstraram a importância da arte, patrimônio e cultura nos espaços escolares. É por ações como essa que o IFRO se destaca como instituição de ensino de qualidade”.

Abertura

Alunos e servidores dos campi do IFRO e população portovelhense acompanharam a abertura oficial da Semana no Teatro Guaporé durante a noite de quinta-feira (16 de novembro). Em sua fala, o Reitor Moisés José Rosa, destacou que não se faz patrimônio, cultura e arte sozinho, e disse: “por isso agradeço todo o esforço e apoio do IPHAN, de todos aqueles que colaboraram para que o evento se tornasse possível. E um agradecimento especial aos alunos e alunas, servidores e servidoras que vieram dos campi, vocês são a principal razão deste evento. As coisas precisam ter um início, mas não necessariamente as coisas precisam ter um fim eu rogo para que daqui 20, 25, 30 anos outras pessoas estejam lançando livro ou uma mostra com fotos do que está acontecendo hoje em Rondônia, aqui neste espaço. Vocês já pararam para pensar que hoje é um dia histórico? É a 1ª Semana Rondoniense de Arte, Cultura e Patrimônio e nós estamos fazendo a história hoje e vai depender de cada um de nós, pelos próximos anos, com o apoio do IPHAN e dos esforços coletivos para que este evento seja um evento melhor para todos nós”.

A Superintendente do IPHAN em Rondônia, Alyne Mayra Rufino dos Santos, em seu pronunciamento reforçou a parceria para a realização do evento dizendo que a 1ª Semana foi “o pontapé da nossa parceria e de outras ações que vão vir. Nós temos muitas coisas para fazer junto com o IFRO, para envolver os estudantes, os professores e toda a sociedade rondoniense. Nós temos como missão, enquanto servidores públicos, tornar essas políticas públicas em produtos e ações, aquilo que mostre para nossa sociedade o que falamos quando falamos em reconstruir o Brasil e este evento consolida essa reconstrução. Pensar cultura é também pensar em identidade e o patrimônio não está muito longe quando a gente pensa na arte, ele é isso daqui. Quando a gente olha a programação do IFRO, com danças de boi, carimbó, temos exposições que falam de pinturas rupestres, isso também é patrimônio, também fazem parte das nossas manifestações culturais e daquilo que torna a gente rondoniense. Daquilo que deixa a gente feliz de ser brasileiro também”.

Leonardo Leocádio, Diretor-Geral do Campus Porto Velho Calama, afirmou: “Acredito que o IFRO pode e deve contribuir com as questões culturais do nosso município. [...] e sempre me coloco à disposição enquanto gestor do Campus Calama, para que as pautas aconteçam lá, pois nossa localização geográfica é muito privilegiada, e a gente pode ter vários eventos. E espero que a gente possa ter outras iniciativas como essa e ter outros eventos”

Fernanda Oliveira Costa de Góes,  Pró-Reitora de Extensão do IFRO, destacou que a realização da Semana foi algo idealizado há muito tempo, “sonhado e planejado no ano passado e neste ano tivemos a grande satisfação de conhecer a Alyne, que esteve conosco na Reitoria para estabelecer essa parceria linda e maravilhosa”.  

Após as falas dos gestores, a programação seguiu com apresentações musicais de música pop, passando por sertanejo, canto coral até músicas autorais. Marcos Grutzmacher, professor do Campus Porto Velho Zona Norte e coordenador do Coral Cênico do IFRO, destacou, antes da apresentação, que a ideia do projeto é que através de técnica vocal, teoria musical, canto coral e expressão corporal “a gente construa um coro cênico, que a gente forme cantores. Com esse projeto, a nossa instituição devolve para a comunidade o que é investido. Esperamos que vocês gostem e pretendemos que seja algo permanente, continuar formando cantores, formando artistas”.  

Mostra de artes visuais, dança e sarau literário

O evento começou na tarde do dia 16 de novembro, com a Mostra de Artes Visuais e de Dança, realizadas no Campus Porto Velho Calama. Foram expostas várias obras produzidas pelos alunos dos Campi Ariquemes (exposição Amazônia), Cacoal (Rondônia Toons), Ji-Paraná (Exposições “Eu rupestre: representações estudantis sobre a pintura rupestre” e “Telas de Amanda Rangel Marchiori”), Porto Velho Zona Norte (Cores em Ação), Jaru (Artistas Negros Brasileiros), Vilhena (Heranças do Guaporé) e o anfitrião, Campus Calama com  a “Produção de trabalhos para a Semana de Arte, Patrimônio e Cultura do IFRO”, “Trabalhos do clube de arte do Campus Calama exposição”, “Pinturas Deny Ardaia”, Releituras e Indumentárias folclóricas.

Para a professora de Arte do Campus Calama, Telma Cristina Martins dos Santos, o evento propiciou a convergência, a comunhão, a visibilidade e a saudação da comunidade acadêmica, no que diz respeito às suas produções artísticas. “Um evento desse porte revela talentos e valoriza o fazer artístico, proporcionando também a apreciação das obras/ trabalhos/ produções, etapas fundamentais para o reconhecimento e entendimento da Arte, segundo a Abordagem Triangular de Ana Mae Barbosa. É gratificante, enquanto profissional, experienciar os alunos contentes e satisfeitos com suas produções artísticas e sentindo-se reconhecidos e valorizados”, disse a docente, que coordenou as ações ligadas às artes visuais na Semana.

Durante a tarde também ocorreu o Sarau Literário, com apresentações poéticas e musicais de artistas das unidades do IFRO e também externos. Segundo uma das coordenadoras da ação, professora Andreia Oliveira do Campus Porto Velho Calama, o sarau proporcionou que pessoas de diversos campi: alunos e servidores do IFRO e também comunidade externa pudessem se reunir para compartilhar os seus poemas e canções. “Para nós que acreditamos no poder humanizador da literatura foi maravilhoso ver que temos tantos talentos dentro de nossa instituição e na nossa cidade”, ressaltou a docente.  

Espetáculos teatrais, musicais e cinematógráficos no Teatro Guaporé

A sexta-feira (17 de novembro) foi reservada para as apresentações teatrais e cinematográficas, que ocorreram pela manhã, e musicais, em parte da tarde e da noite. No início da programação vespertina foi realizada a mesa redonda “Patrimônio Cultural: Diversidades e Significâncias”, com Alyne Mayra Rufino dos Santos (IPHAN), Juliana Santi (UNIR) e Uilian Nogueira Lima (IFRO). O bate-papo foi mediado pelo professor do Campus Guajará-Mirim, Augusto Rodrigues de Sousa. “Eu sempre penso o seguinte, principalmente para os alunos de ensino médio, ouvir essas pessoas hoje possibilita que vocês conheçam outras possibilidades de futuro que você ainda não sabia.  Então talvez hoje escutando a conversa você veja que tem outros caminhos para seguir”, disse ao mediar a ação.

De acordo com o responsável pela cobertura midiática do evento, jornalista Dennis Weber, as apresentações de dança, teatro e audiovisual, mostraram que a instituição tem ótimos talentos que precisam ser valorizados e vistos pela comunidade cada vez mais. “Eu fiquei bem impressionado com as ótimas construções narrativas dos espetáculos teatrais trazidos pelos campi. Fiquei surpreso ao conversar com os alunos e alunas participantes e descobrir que foram eles elaboraram os textos, com o auxílio dos docentes. Além de todo o trabalho de direção, construção de cenários e objetos de cena, que encantou quem estava assistindo. As apresentações coreográficas também foram potentes, com alunos e alunas mostrando um bom domínio da expressão corporal. Para completar, os vídeos produzidos pelos estudantes mostraram toda a potência criativa que os nossos estudantes têm”, avaliou o profissional, que também é graduado em Teatro.    

Para o professor do Campus Colorado do Oeste, Nelio Ranieli Ferreira de Paula, a Semana oportunizou momentos de interações com as demais delegações, “onde foi possível compartilhar os desafios que vêm sendo enfrentados e também experiências positivas”. Fernando Ferreira Pinheiro, docente do Campus Ji-Paraná, afirmou que o evento foi importante para fortalecer a arte e a cultura no IFRO, graças à implementação de uma política institucional para a área. “Além disso, foi uma ótima oportunidade para expandir nossa rede de contatos com artistas de diferentes áreas. A parceria com o IPHAN foi essencial, pois trouxe uma conscientização sobre a preservação do nosso patrimônio histórico e cultural em Rondônia. E que experiência incrível poder fazer música com professores e estudantes! O Núcleo de Arte e Cultura de Ji-Paraná também marcou presença com apresentações musicais, de dança, teatro e mostra de artes visuais. Ji-Paraná realmente é cheio de talentos”, reiterou o professor de música.

Na avaliação do acadêmico de Engenharia Agronômica do Campus Colorado do Oeste, Lucas Puerari, que participou de apresentações musicais durante a Semana, “o evento foi incrível. Tivemos a oportunidade de prestigiar apresentações de diferentes estilos e culturas, conhecer pessoas de todo o estado, fazer novas amizades, fazendo com que os nossos leques de informação fossem abertos.  Em relação à organização, eu diria que foi boa, mas sempre é possível a realização de ajustes. Espero que para o próximo ano o evento mantenha essa energia mágica, e que possa somar com uma organização ainda melhor”.

Cerimônia de encerramento e homenagens

O encerramento oficial do evento ocorreu na noite do sexta-feira (17 de novembro), no Teatro Guaporé, onde artistas de várias áreas foram homenageados pelo IFRO e IPHAN pelo papel relevante e contribuição à arte, patrimônio e cultura em Rondônia. Antes da entrega das placas aos artistas, o público assistiu à apresentação musical “Trio de Cordas do Campus Ji-Paraná e das exibições do trailer do documentário “O Território” dirigido por Alex Pritz e produzido por Darren Aronofsky e do curta-metragem premiado “Ela Mora logo Ali”, dirigido por Rafael Rogante e Fabiano Barros.

Receberam homenagem os seguintes artistas: Bubu Johnson e Augusta do Cavaco (música);  Gilca Lobo (dança); Teoginis Silveira do Nascimento (teatro); Joesér Alvarez (audiovisual); Flávio Dutka (pintura); Marcela Bonfim (fotografia);  Geraldo Cruz (escultura); Botôto (desenho); Nair Gurgel, representada por Janaína Leite (literatura - prosa); Negra Mari (literatura - poesia); Valdete Sousa, representada por Dennis Weber (produção cultural); Adailtom Alves Teixeira (artes circenses); Amanara Brandão (performance); Raissa Thomáz Tavares (arquitetura); Maria Coimbra (conservação - patrimônio); Analton Alves da Silva, recebido pela esposa Michele Gomes Noé  (jornalismo cultural, in memorian); Fabiano Barros (audiovisual - curta-metragem  - Ela Mora Logo Ali); Ivaneide Bandeira  Cardozo (audiovisual - documentário  - O Território) e Alyne Mayra Rufino  dos Santos representando o IPHAN.  

Após a entrega das placas aos artistas, o evento seguiu com mais apresentações culturais. Uma delas foi realizada pelo Grupo Vocal Cantadô, que foi seguida pela apresentação do Boi-Bumbá Brasileirinho do Campus Porto Velho Calama, com composição: letra Deny  Ardaia  e música e Arranjo Denise França Reis. O evento foi encerrado com a performance  poética de Negra Mari. “Subir ao palco para receber a tão esperada plaquinha foi o mesmo que quebrar muros altos que separava minha família de um lugar como o que eu estava pisando, senti isso a primeira vez que entrei no teatro Amazonas, a primeira vez que entrei numa faculdade, a primeira vez que escrevi e lancei meu livro. Agradeço aos meus ancestrais pela força e coragem que carregamos nas veias, e aos idealizadores e fazedores de momentos como esse, vocês estão fazendo parte dessa nova escrita de histórias de todas essas pessoas homenageadas e suas famílias. Meu pai me diz sempre que reconhecimento é o que move as pessoas, vale muito. Aguardando os próximos, pois é encantador ver pessoas extraordinárias recebendo em vida RECONHECIMENTO, obrigada, obrigada, obrigada”, agradeceu a artista.

Fabiano Barros, diretor do curta “Ela mora logo ali", destacou que foi “uma honra ter seu trabalho reconhecido por duas instituições tão sérias e importantes como o IFRO e o IPHAN. Principalmente vivendo em um estado que não apoia e nem reconhece os seus artistas. Ter o olhar dessas duas instituições é, antes de tudo, saber que apesar de todas as dificuldades temos grandes parceiros na jornada do fazer cultural em Rondônia”.

 Marcela Bonfim, contemplada na categoria ‘fotografia’, disse ser muito importante ser lembrada pelo IFRO e pelo IPHAN em relação ao trabalho artístico que desenvolve. “Para nós que somos ativistas é praticamente tudo, pois gostamos de trabalhar, militar, mas também de celebrar, então esse espaço de celebração para a gente é aquele momento de respiro onde a gente vê que o caminho é esse. Então é importante agradecer as instituições que reconhecem esse caminho, reconhecem nosso trabalho” , comentou.

Flavio Dutka, indicado na categoria ‘pintura’, destacou o reconhecimento de profissionais da arte, “que levam o seu ofício com responsabilidade, comprometimento, e amor aos princípios que são fundamentais em todos os campos da produção artística. Estar nesta constelação de tantos artistas por si só já é um reconhecimento incomensurável”. 

Amanara Brandão, artista criadora em artes cênicas, audiovisual e poesia, foi homenageada na categoria ‘performance’, essa “é a área que mais tenho me dedicado em pesquisa e criação nos últimos seis anos, tanto na prática artística quando na universidade - cursei Licenciatura em Teatro na UNIR e agora curso Mestrado em Artes Cênicas na UFAC, sou uma artista-pesquisadora formada por instituições públicas, e assim reconheço a importância de ser homenageada pelo IFRO e o IPHAN”, ressaltou a artista complementando que: “É muito gratificante e estimulante receber uma homenagem dessa, de duas instituições muito importantes para o nosso estado e o país. Vi entre as/os homenageadas/os pessoas que admiro muito enquanto artistas e agentes da cultura de Rondônia, e esse reconhecimento vindo dessas duas instituições é muito merecido e significativo”.

Michele Noé, que recebeu a homenagem póstuma ao trabalho de jornalismo cultural desenvolvido por Analton Alves da Silva, destacou que “em sua atuação como jornalista, Analton dedicou grande parte do seu trabalho a valorizar e destacar a cultura e artistas regionais, além de desenvolver diversos projetos em escolas públicas e universidade sobre o tema. Suas manifestações artísticas estiveram presentes na literatura, fotografia, artes visuais e música. Esperamos que esse reconhecimento possa inspirar outros profissionais da área e impulsionar cada dia mais a arte e cultura em Rondônia. A arte, patrimônio e cultura são eternos, desejamos que o legado dele também o seja. Nós da família e amigos do Analton estamos emocionados com o reconhecimento, agradecemos mais uma vez as instituições”.

A programação da 1ª Semana Rondoniense de Arte, Patrimônio e Cultura foi encerrada na manhã de sábado (18 de novembro), com a visita ao sítio arqueológico do Cemitério da Candelária.

A cobertura em vídeos pode ser visualizada nos destaques do perfil no IFRO no Instragram. Já a cobertura fotográfica do evento pode ser conferida pelos links:

1º Dia: https://drive.google.com/drive/folders/1T-EVQ3TTVHUpnLWNb9OQbWcqqtak6Nya?usp=sharing 

2º Dia: https://drive.google.com/drive/folders/1P8bP7AOXb1Z2QB-C3EFJXH-ZuMmnfU3I?usp=sharing 

3º Dia: https://drive.google.com/drive/folders/1JiAZeks7AxoMNh9o13pH4LIkWjsdDDe6?usp=sharing