Projeto de Pesquisa “Cultura Itinerante” do Campus Jaru promove roda de capoeira com convidados
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Jaru, no dia 22 de agosto, recebeu como convidados os membros da escola de capoeira Arte Viva, da cidade de Jaru. A ação foi promovida pelo projeto de pesquisa “Cultura Itinerante: valorizando a identidade brasileira em alunos do ensino médio nas escolas públicas de Jaru”, coordenado pelo Professor de Língua Espanhola do campus, Osvaldo Homero, com apoio da Professora Fabiana Alves e dos discentes Fábio Luiz Montilha e Lucas Filipe Santos, do 3º ano do Curso Técnico em Comércio.
O evento foi no pátio do Campus Jaru e contou com a participação de alunos e servidores. A Escola Arte Viva desenvolve suas atividades na cidade de Jaru. Fundada em 2008 e coordenada pelo Mestre Cupim (Professor Alex), se dedica à formação humana, promovendo o desenvolvimento social, educacional e físico de seus praticantes, com o objetivo de garantir que os capoeiristas estejam sempre em movimento e evolução constante.
De início, o Mestre Cupim fez uma apresentação sobre a origem da capoeira, a contextualização do surgimento dessa prática e a relação com a história da escravização dos negros no Brasil durante a colonização. Também foram apresentados os instrumentos utilizados, os significados das cores das faixas, as hierarquias dentro dos grupos de acordo com as funções desempenhadas e apresentados cada um dos membros da escola Arte Viva presentes, entre eles os demais professores e estagiária. O mestre também trouxe algumas curiosidades sobre a capoeira, como o fato de todos os membros terem um apelido pelo qual são chamados no grupo e sobre os materiais usados para a confecção dos instrumentos, muitos confeccionados por eles mesmos.
Houve momento para os participantes tirarem suas dúvidas e conhecerem mais sobre a história e a prática da capoeira, no qual os professores Navalha, Jaguar e Camarão também participaram e apresentam um pouco de seu conhecimento e vivência. Em seguida, foi realizada a vivência prática da capoeira: alunos e servidores presentes foram convidados pelo grupo a praticar os movimentos, com as instruções dos professores e, em, seguida jogar com os capoeiristas, a fim de experienciar a prática e execução dos movimentos aprendidos.
Diversos alunos aceitaram participar e jogar com os convidados, proporcionando um momento de interação e diversão entre os presentes, além do aprendizado e maior conhecimento sobre a capoeira e sua história. Ao final, Mestre Cupim solicitou ao Professor Osvaldo que escolhesse um dos participantes para ter direito a três meses de participação gratuita na Escola Arte Viva e também houve sorteio de camisetas do projeto “Cultura Itinerante” entre os participantes.
O evento foi finalizado com um coffee break servido a todos os presentes. O Mestre Cupim falou sobre sua experiência com a capoeira e sobre a ação realizada: “é fato que muita gente não conhece a arte da capoeira, às vezes cria-se um preconceito, estereótipos, e isso acaba, de certa forma, tornando a imagem da capoeira pejorativa. A vivência de capoeira é justamente para desmistificar toda a situação que envolve o histórico da capoeira, para que as pessoas possam conhecer detalhes dela, vivenciar sua prática física, assim como conhecer todos os elementos teóricos que são riquíssimos dentro desta arte. Claro que não é possível dentro de 3 horas de aula fazer algo vasto, completo do universo da capoeira. Como citei na aula, estou há 24 anos praticando e ainda estou aprendendo, então, leva-se muito tempo para conhecer, aprender e esse é um ‘ponta-pé’ inicial para que se aprenda a capoeira e se crie um amor, carinho por essa arte que tanto nos acolhe e nos traz tanto bem, como nós que praticamos sabemos”.
Carlos Eduardo Aguiar Nascimento, do 3º ano do Curso Técnico em Comércio, participou das atividades da roda de capoeira e falou sobre o que achou do evento. “Eu adorei cada momento em que participei do encontro, os mestres que se dispuseram a ir e nos ensinar foram incríveis, todos muito didáticos, educados e superdivertidos. Além de criar novos laços, obtive novos ensinamentos e conhecimentos acerca da origem e desenvolvimento de toda a arte e patrimônio cultural que é a capoeira, uma forma de expressão cultural brasileira belíssima e que tive a oportunidade e honra de jogar junto dos mestres que visitaram o campus”, disse o estudante.
Para Lucas Felipe Santos, um dos colaboradores discentes, “o Projeto ‘Cultura Itinerante’ surgiu com o intuito de preencher uma lacuna dos saberes e identidade cultural do Brasil nas escolas públicas da região, levar a oportunidade de compreender a cultura e vivência dos menos favorecidos. Minha participação no projeto é uma jornada de conhecimento, conforme mudamos aqueles com necessidades negligenciadas, também somos mudados, isso é o que a extensão representa, o compartilhar do saber”.
O aluno Fábio Luiz Montilha relembra sobre a ideia de criação do projeto e seu objetivo. “Tive a ideia do projeto depois de escutar uma música do rapper Crioulo e pensei: ‘por que essa música, assim como nossa cultura, não é valorizada pela genialidade que merece?’, portanto, o objetivo principal do projeto é lembrar aos participantes a importância da nossa cultura e também como nossa cultura é grandiosa, seja em músicas, filmes, danças, poesias e etc.”.
O Professor Osvaldo enfatiza que o projeto foi uma iniciativa do aluno Fábio Luiz e que esta atividade representou “um momento de descontração e aprendizado” e que o intuito do projeto é “propor atividades culturais além das fronteiras da instituição de ensino”.
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