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Campus Guajará-Mirim integra o 1° Intercâmbio dos Povos Tradicionais da Amazônia no Vale do Guaporé

Publicado: Segunda, 12 de Mai de 2025, 15h13 | Última atualização em Segunda, 12 de Mai de 2025, 15h13 | Acessos: 548

IFRO Guajará 9Realizado o evento “I Intercâmbio dos Povos Tradicionais da Amazônia – Vale do Guaporé”, em 29 de abril, no Distrito de Surpresa. O evento foi organizado pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Guajará-Mirim; o Núcleo de Gestão Integrada/ICMBio Guajará-Mirim; a Escola Estadual Salomão Justiniano de Melgar e a AWANDA (Associação do Povo Makurap Terra Indígena Rio Guaporé).

Com grande satisfação, o Núcleo de Gestão Integrada do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em Guajará-Mirim celebra o sucesso do ‘I Intercâmbio dos Povos Tradicionais da Amazônia – Vale do Guaporé’. O evento alcançou plenamente seus principais objetivos: valorizar a cultura, a história e os saberes tradicionais da região, promover o intercâmbio de conhecimentos entre estudantes e professores do Distrito de Surpresa, lideranças e representantes indígenas do entorno, além de servidores públicos da área ambiental. Esse resultado só foi possível graças ao comprometimento e à parceria entre o ICMBio Guajará-Mirim, o Instituto Federal de Rondônia (IFRO) – Campus Guajará-Mirim, a Escola Estadual Salomão Justiniano de Melgar, a Associação Awanda dos Povos Makurap, entre outros apoiadores que contribuíram direta ou indiretamente para a realização do encontro”, afirma Ítalo Rocha Freitas, Analista Ambiental do Núcleo de Gestão Integrada do ICMBio em Guajará-Mirim.

Conforme Ítalo, “inserido no contexto do Parque Nacional da Serra da Cutia, o intercâmbio reforça a importância da articulação entre instituições de ensino, pesquisa, meio ambiente e comunidades locais e indígenas como estratégia essencial para a conservação da biodiversidade. Os debates sobre saberes tradicionais e os direitos dos povos indígenas e tradicionais foram conduzidos com a sensibilidade necessária, especialmente por meio da atuação do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas do IFRO. Considerando o êxito desta primeira edição, temos a expectativa de que novas edições do intercâmbio reúnam ainda mais parcerias e representantes dos povos tradicionais do Vale do Guaporé, fortalecendo o diálogo e a construção coletiva em prol da conservação e do respeito à diversidade cultural da Amazônia”.

O Coordenador da Awanda, Jefferson Tupari Macurap, descreve o encontro de 29 de abril como um “abraço” inédito dos povos tradicionais do Rio Guaporé. “O objetivo era articular lideranças para um diálogo iluminador com instituições sobre desafios e esperanças. Rodas de conversa fortaleceram a compreensão mútua, abordando temas como educação, saúde (vacinação) e celebrando a rica cultura local através de grafismos e apresentações culturais. A união de comunidades, distrito, IFRO e ICMBio gerou alegria e consolidou parcerias em prol do futuro e da ancestralidade”, destacou.

A Diretora da Escola Salomão Justiniano de Melgar, Géssica Camila Brissianini Fernandes, viu suas expectativas serem superadas pelo encontro dos povos tradicionais. Ela enfatizou o valor de conhecer a cultura indígena dos alunos e da comunidade. A presença das instituições públicas envolvidas, explicando suas funções, foi um destaque, promovendo o entendimento. O evento, inicialmente pensado como algo simples, tornou-se grandioso e enriquecedor para a escola.

De acordo com o Professor Baltazar Casagrande, “a participação do Nedet (Núcleo de Extensão em Desenvolvimento Territorial) no I Encontro dos Povos Tradicionais do Vale do Guaporé foi fundamental para a escuta das lideranças, o apoio metodológico às Rodas de Conversa e a sistematização das demandas territoriais, sociais e culturais apresentadas. Por meio de uma abordagem participativa, o Nedet visa a fortalecer os processos de autonomia local, fomentar a construção coletiva de soluções e promover o desenvolvimento territorial com base no respeito à diversidade étnica e aos modos de vida tradicionais, reafirmando o compromisso da extensão acadêmica praticada pelo IFRO, que contribui com a transformação social e a justiça territorial”.

A Professora Roziane da Silva Jordão afirmou que “como membro do Neabi, o nosso Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas, bem como integrante do Grupo de Pesquisa OBMIFRO que atua com foco nas fronteiras políticas e culturais do Brasil com a Bolívia, posso afirmar que a nossa participação no ‘I intercâmbio das populações tradicionais da Amazônia Brasileira – Vale do Guaporé’ foi uma experiência que agregou muito às nossas percepções analíticas dos fenômenos transculturais e fronteiriços vivenciados pelos povos indígenas. O evento foi memorável, uma verdadeira partilha de saberes: da nossa parte, como instituição educacional, levamos os resultados das nossas pesquisas científicas, ofertamos oficinas pedagógicas, palestras; enquanto, por outro lado, pudemos aprender técnicas de resistências e manifestações culturais originárias dos povos com os quais estabelecemos trocas de saberes. A exemplo disso, posso destacar a oficina de grafismo indígena que partilhamos com guardiãs da memória do povo Macurap, do povo Kanoé e demais etnias que estiveram presentes. Além da partilha e da resistência, os padrões do grafismo indígena representam também formas ritualísticas de fortalecimento da identidade de cada povo”.

 

Programação

O Distrito de Surpresa, de Guajará-Mirim, foi palco de um evento dedicado ao diálogo intercultural e à valorização dos saberes tradicionais. A programação, elaborada para promover a troca de conhecimentos e experiências, aconteceu em um dia com diversas atividades. A abertura foi marcada por apresentações culturais que celebraram a rica diversidade da região. Contou com a presença de autoridades e os participantes foram convidados a integrar-se e interagir durante a Dinâmica de Integração e divisão dos grupos, um momento propício para a criação de laços e o fomento da colaboração na atmosfera acolhedora do distrito.

A Roda de conversa abordou os principais desafios enfrentados pelas comunidades da região, proporcionando uma plataforma para o compartilhamento de perspectivas e a busca por soluções conjuntas, no contexto específico do Distrito de Surpresa. Simultaneamente, os participantes tiveram a oportunidade de mergulhar no universo do conhecimento tradicional e científico com a “Exposição científica e saberes tradicionais”, que apresentou a oficina “Tecendo saberes”. Na exposição também foi abordado o tema da vacinação com a mensagem: “Vacina sim: o cuidado é de cada um, o benefício é para todos”, ressoando com a comunidade local.

A programação da tarde no Distrito de Surpresa deu continuidade à Exposição científica e saberes tradicionais, desta vez com a “Oficina de tipologia textual para 2º e 3º ano”. A mensagem sobre a importância da imunização foi reforçada com a frase “Vacina sim: o cuidado é de cada um, o benefício é para todos”, alcançando um público ainda maior. Um momento significativo da tarde foi a Roda de conversa que reuniu representantes do ICMBio, Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) e Sedam (Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental). A sessão proporcionou à comunidade a oportunidade de tirar dúvidas e obter informações relevantes diretamente das instituições.

Após a troca de conhecimentos e o diálogo aberto, os presentes puderam prestigiar uma apresentação do “Divino Espírito Santo”, uma tradição profundamente enraizada na região e que havia passado pela cidade dias antes. O evento se encaminhou para o Encerramento, um momento de reflexão sobre os aprendizados do dia e de celebração da troca de experiências, marcando o final das atividades no distrito.

Logo após, duas mudas de ipê foram doadas à Escola Estadual Salomão Justiniano de Melgar, pelo Projeto “Resíduos Sólidos: Coleta Seletiva e Geração de Renda” do IFRO. Para promover a interação e o espírito esportivo, foram realizados Futebol / Jogos (interculturais), proporcionando momentos de descontração e confraternização entre os participantes do Distrito de Surpresa e arredores.

E, ao longo do dia, os interessados puderam participar da Oficina de grafismo indígena, uma oportunidade única para conhecer e vivenciar uma importante forma de expressão cultural, enriquecendo a experiência dos presentes no distrito. Conforme os organizadores, o evento representou um convite aberto à participação e à contribuição para o diálogo intercultural e a valorização dos saberes tradicionais no Distrito de Surpresa. “Foi uma oportunidade imperdível para aprender, compartilhar, fortalecer os laços que unem as diversas comunidades de Guajará-Mirim e região e celebrar as ricas tradições locais, tendo o acolhedor distrito como ponto de encontro”, resumiram.

 

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