IFRO celebra o Dia do Professor destacando histórias que inspiram e transformam vidas pela educação
Com mais de 700 docentes atuando da educação básica à pós-graduação, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO) celebra, neste 15 de outubro, o Dia do Professor, reconhecendo o papel fundamental desses profissionais na formação humana, científica e cidadã. A instituição também se destaca pela formação de novos educadores, ofertando cursos de licenciatura presenciais e a distância, além de programas de pós-graduação e mestrado profissional em diversas áreas do conhecimento.
Atualmente, o IFRO mantém cursos de licenciatura em Ciências Biológicas, Física, Geografia, Matemática, Química, Pedagogia e Formação Pedagógica, distribuídos entre os Campi Ariquemes, Colorado do Oeste, Guajará-Mirim, Ji-Paraná, Cacoal, Vilhena e Porto Velho Zona Norte. Somadas, essas formações contam com mais de 4 mil matrículas. No âmbito da pós-graduação, a instituição oferece especializações e quatro mestrados profissionais (ProfLetras, ProfGeo, Profnit e ProfEPT) em rede nacional e com vagas gratuitas.
Mais do que números, o IFRO homenageia nesta data as trajetórias de vida e as vocações que definem a docência. Para Emi Silva de Oliveira, do Campus Ji-Paraná, tornar-se docente foi a realização de um sonho familiar. “Sou filha de pais analfabetos que acreditavam que ter filhas professoras era uma das maiores riquezas da família. Fiz o concurso do IFRO sem grandes pretensões, fiquei em primeiro lugar e realizei dois sonhos: ser professora e ensinar Direito, com muito orgulho”. Ela relembra ainda que exerceu a Advocacia por 10 anos enquanto tentava concursos públicos.
Já Juliano Viliam Cenci, também do Campus Ji-Paraná, vê na Educação Física um caminho de vida: “sempre encontrei prazer em movimentar o corpo e compreender a importância da prática regular para a saúde e o bem-estar. Tive professores que me inspiraram e me mostraram o valor do ensino. Essa admiração me levou a seguir a docência”.
Histórias de superação marcam o sentido de exercer a docência e de desenvolver novos olhares entre os discentes. A Professora Andrirlei Santos de Sousa, de Língua Portuguesa no Campus Ariquemes, transformou dificuldades em inspiração após ter vivido em situação de vulnerabilidade na infância e ter encontrado muitas barreiras para aprender. Foi desse processo que percebeu poder ajudar outras pessoas por meio da docência. Por isso, diz se enxergar “como uma apoiadora de capacidades humanas, alguém que acredita que todo ser humano pode florescer quando é olhado com empatia, fé e respeito”. E resume dizendo ter compreendido que “quando o aprendizado acontecia de forma mais suave, o resultado era muito melhor”.
Reconhecimento
No Brasil, a data de 15 de outubro é dedicada aos Professores e Professoras, sendo considerada um feriado escolar. A celebração oficial valoriza o trabalho dos educadores nas redes públicas e privadas. Neste ano, a novidade é que, a partir de 15 de outubro, os professores poderão solicitar a Carteira Nacional Docente do Brasil (CNDB). O documento oferecerá benefícios como descontos em eventos culturais e hotéis, além de acesso a um cartão de crédito sem anuidade. A solicitação será feita on-line, pelo site do Programa Mais Professores para o Brasil, usando a conta Gov.br. Nacionalmente, estão sendo realizadas ações integradas para promover a valorização e a qualificação do magistério da educação básica e o incentivo à docência no Brasil.
Neste Dia do Professor, o Instituto Federal de Rondônia reconhece e agradece a dedicação, o compromisso e o amor desses profissionais que, todos os dias, fazem da educação pública um caminho de transformação social e humana. No Campus São Miguel do Guaporé, o Professor Felipe Henrique da Silva Santos resume sua vocação com emoção. “A educação transformou minha vida, e quero que transforme outras também. O professor é uma ferramenta da educação, um instrumento que catalisa o processo de mudança na vida das pessoas”, afirma.
De norte a sul de Rondônia, os docentes do IFRO seguem inspirando gerações, reafirmando que ensinar é transformar. Como destacou o professor Jomel Francisco dos Santos, do Campus Ariquemes, “hoje me sinto realizado em poder contribuir com a educação de diversas pessoas e saber que posso ajudar a transformar vidas, como a minha foi transformada pelos estudos”. Ele, que cursou o Técnico em Agropecuária na EMARC (atualmente IFRO Campus Ariquemes), relembra que, desde as apresentações de trabalhos, nas monitorias e seminários já gostava daquela metodologia: “fez crescer cada vez mais a vontade de ensinar”.
A Professora Regiani Leal Dalla Martha Couto, de Língua Portuguesa no Campus Ji-Paraná, relata que, mesmo que o incentivo para a licenciatura tenha vindo dentro do cursinho pré-vestibular, o desejo de ensinar vem da infância. “Eu brincava de escolinha, ajudava colegas nas atividades. Hoje sou muito realizada e amo ser professora. A motivação vem dos meus alunos. Na sala de aula, eu me realizo e aprendo com eles”. Igualmente, Dioneia Foschiani Helbel (Língua Portuguesa/Ji-Paraná) relembra que seu desejo nasce desde a infância mesmo, brincando de escolinha com as demais crianças. E recorda: “amava ler e escrever. Tive boas inspirações, grandes professoras e professores que me fizeram querer exercer o magistério”.
Na área das ciências exatas, o Professor de Matemática do Campus Ji-Paraná, Gleison Guardia, lembra que se inspirou no exemplo do seu professor do ensino médio: “sempre gostei de aprender, e via a docência como uma maneira brilhante de alguém me pagar para fazer o que eu mais gostava: estudar e ensinar. Parecia a melhor profissão do mundo”.
Para a Professora Mayra Kerolly Sales Monteiro, de Processos Químicos Industriais em Ji-Paraná, existe um impacto social da profissão e “ser professora é mais do que transmitir conteúdos; é contribuir para o desenvolvimento científico, tecnológico e humano dos estudantes. A maior realização é ver o potencial deles florescer”.
Institutos Federais
No IFRO, a docência é regida pela Carreira de Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT). A Lei nº 12.772/2012, que estabelece o plano de carreira, é a principal seguida pelos Institutos Federais (IFs). Além das legislações que tratam da progressão funcional e da avaliação de desempenho, há ainda normativas do próprio Ministério da Educação (MEC) e dos conselhos superiores de cada IF. Nas instituições, há incentivo para o ensino, a pesquisa, a inovação e a extensão.
“Foi no ensino médio que comecei a me interessar pela carreira de professora. Eu gostava muito da vivência escolar, das salas de aula, e admirava muito os professores. Naquela época, eu já dizia que queria ser professora. Ao longo da minha vida acadêmica, acabei me dedicando bastante à pesquisa, mas o desejo de ensinar sempre esteve comigo. Lembro que, nos corredores da escola, eu pensava: um dia, quero ser professora”, compartilha a Professora da Licenciatura em Química do Campus Ji-Paraná, Joci Neuby Alves Macedo. E completa, dizendo nunca ter sido “monitora oficialmente, mas sempre estive envolvida em atividades de apoio, ajudando quem precisava”.
Docente de Língua Portuguesa do Campus Ji-Paraná, Luis Ribeiro Medeiros, explica que “desde o final do ensino fundamental, eu queria trabalhar com pessoas. Como eu gostava leitura, livros, de Língua Portuguesa, enfim, aos poucos fui alimentando o desejo de ser professor. E não me arrependo da escolha que fiz. Por mais clichê que possa parecer, eu acredito na educação como agente de transformação. E, diante dos ataques e da desvalorização que ela sofre o tempo todo, creio que talvez eu tenha um pouco de razão”.
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