IFRO leva ensino superior a presídio em Rondônia
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), por meio da Universidade Aberta do Brasil (UAB), deu um passo histórico ao levar educação superior ao sistema prisional do estado. A iniciativa é resultado de uma cooperação entre o IFRO e a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus-RO), e apoio da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), com o objetivo de promover a reintegração social por meio da educação, garantindo os direitos fundamentais das pessoas em situação de privação de liberdade.
As vagas foram viabilizadas com recursos da Universidade Aberta do Brasil, que está financiando o pagamento dos professores, tutores e equipe multidisciplinar que atuam na formação acadêmica dos detentos, “sem a UAB, essa oferta não seria possível. O evento marcou um avanço significativo nas políticas públicas voltadas à educação e à ressocialização, em consonância com o Plano Estadual de Educação para Pessoas Privadas de Liberdade do Sistema Prisional – 2025/2028”, explicam os coordenadores do projeto.
O Curso Superior de Tecnologia em Gestão Pública começou a ser ofertado na Penitenciária Regional de Rolim de Moura, contemplando vinte pessoas privadas de liberdade, aprovadas por meio do Exame Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade (ENEM PPL).
Em entrevista à equipe do Governo do Estado, um dos estudantes do curso, que preferiu não se identificar, compartilhou suas expectativas com emoção: “tenho um passado que não me orgulho, mas estou tentando mudar. Meu filho de nove anos me perguntou quando eu vou sair daqui para ficar com ele. Minha maior expectativa é essa: concluir a graduação e sair daqui com minha vida transformada”.
A cerimônia de implementação do primeiro polo de ensino superior em unidade prisional de Rondônia ocorreu na segunda-feira (26), no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Rolim de Moura, com participação do IFRO, representado pela Coordenação-Geral UAB, da Diretoria de Educação a Distância e da Coordenação de Curso de Gestão Pública. O Polo UAB Rolim de Moura conta com a coordenação da Professora Kachia Techio.
Durante o evento, o Secretário de Estado da Sejus-RO, Marcus Rito, destacou a relevância da ação. “Tratar sobre educação no sistema prisional é garantir direitos previstos em lei. O verdadeiro objetivo da pena, além da custódia, é a reinserção social. Quem cumpre pena, uma hora retorna à liberdade. O estado pode escolher entre oferecer oportunidades de mudança ou nada fazer. Rondônia tem escolhido transformar realidades e reduzir a reincidência criminal”, demonstrou.
A implementação do primeiro polo de ensino superior em unidade prisional de Rondônia visa ofertar educação no sistema prisional, sendo uma garantia de direitos previstos em lei, em que o verdadeiro objetivo da pena, além da custódia, da privação de liberdade, é a reinserção social e a harmônica reintegração da pessoa privada de liberdade. A oferta do ensino superior traz a perspectiva de mudar a realidade das pessoas, auxiliando a reconstruir suas vidas.
Para a Coordenadora-Geral da UAB/IFRO, Ana Cláudia Dias Ribeiro, há um impacto social da iniciativa. “A Universidade Aberta do Brasil tem como missão ampliar o acesso ao ensino superior público, especialmente a pessoas em situação de vulnerabilidade social. Levar ensino superior às unidades prisionais é uma forma concreta de transformar vidas por meio da educação e da reintegração social”.
A partir dessa ação inédita, o IFRO reafirma seu compromisso com a educação inclusiva e com a construção de uma sociedade mais justa, em que o conhecimento é a principal ferramenta para romper ciclos de exclusão e violência. A coordenadora completa dizendo que o projeto está totalmente alinhado ao lema do IFRO: “Educação que transforma”.
O atendimento às pessoas privadas de liberdade do polo Rolim de Moura é o início de uma proposta que possui a meta de ofertar novos cursos para esse público nos próximos anos. Conforme a Coordenadora de Projetos da Sejus, Marcela Ramalho, a previsão é levar o ensino superior para outras unidades prisionais do estado.
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