Instituto Federal de Rondônia

Expedição “Barco da Ciência” é destaque na 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO) desenvolveu ação para difusão de ciência, tecnologia e inovação em comunidades do Baixo Madeira.  De 25 a 29 de janeiro de 2025, docentes e estudantes do IFRO e do programa de pós-graduação da Fiocruz/RO (Fundação Oswaldo Cruz) participaram da 2ª Expedição Barco da Ciência. A atividade integra a 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) do IFRO, que teve como tema “Biomas do Brasil: diversidade, saberes e tecnologias sociais”. Nesta edição, chegou-se a duas comunidades ribeirinhas: Calama (no Rio Madeira) e Demarcação (no Rio Machado).

A Expedição Barco da Ciência fez parte do conjunto de ações de Ciência Móvel, subsidiada com recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio da Chamada CNPq/MCTI nº 08/2024, e contemplou uma programação variada: observação de corpos; oficina de robótica básica; palestra sobre acidentes ofídicos; Cine-Ciência, com vídeos educativos sobre a vida de Carlos Chagas, Vital Brasil e sobre a importância da conservação do bioma amazônico; diálogos sobre a importância das vacinas e o enfrentamento de notícias falsas (fake news); e jogos e brincadeiras orientadas a despertar a curiosidade científica e o conhecimento sobre células, vírus e bactérias.

Além de receber o público no Barco, para as atividades, os expedicionários buscaram se inserir na vida das comunidades, participando de reunião com a Associação de Mulheres de Demarcação e de visitas guiadas à Agroindústria de Farinha, em Demarcação, à Agroindústria de Babaçu, em Calama, e a diversas casas de farinha, onde professoras e estudantes puderam acompanhar o processo de produção do alimento e aprender sobre técnicas, tecnologias e formas de transmissão dos saberes tradicionais associados.

O Diretor de Pesquisa do IFRO e Coordenador do projeto da SNCT 2024, Marcos Barros Luiz, esclareceu que a atividade estava prevista para ocorrer em outubro do ano passado, mas devido à crise hídrica que atingiu os rios Madeira e Machado, impondo riscos à navegação, a atividade teve de ser adiada, ocorrendo ao final de janeiro de 2025.

Para o Reitor do IFRO, Moisés José Rosa Souza, “a Expedição Barco da Ciência é uma importante atividade educacional, que coloca o IFRO na liderança das ações de popularização da ciência em Rondônia, levando conhecimento científico, aprimorando o diálogo intercultural e também aprendendo com as comunidades ribeirinhas”. Em seguida, parabenizou a Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação (Propesp/IFRO) pela ação, em particular, e pela SNCT, em sua totalidade, manifestando o desejo de participar da próxima expedição.

Conforme a Pró-Reitora de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação, Xênia de Castro Barbosa, “a atividade foi exitosa em todos os sentidos: programação de qualidade e adequada a todos os públicos, condições climáticas favoráveis, estudantes disciplinados e excelente diálogo com a comunidade”. Coordenando a expedição pela segunda vez, a Professora Xênia enfatizou ainda estar “muito feliz, porque com essa expedição conseguimos nos aproximar de duas comunidades que ainda não conhecíamos, conhecer um pouco de sua cultura, de suas lutas e de suas técnicas e tecnologias sociais. Isso nos permitiu refinar nossas reflexões sobre o bioma amazônico e a importância dos povos e comunidades tradicionais para sua conservação. Agradeço a todos que participaram, e em especial à Professora Raimunda Valente, Diretora da Escola João de Barros de Gouveia, e Rosângela Maia Corrêa, da Associação de Mulheres de Demarcação, pelo apoio que nos deram”.

Na avaliação da Professora do Campus Ji-Paraná, Lediane Felzke, “as atividades realizadas no Barco da Ciência em sua incursão pelos rios Madeira e Machado foram muito enriquecedoras, tanto para as comunidades beneficiadas, quanto para as docentes e os estudantes que realizaram as atividades. Na ocasião, foram beneficiados os distritos de Demarcação, localizado às margens do Rio Machado, a cerca de duas horas de barco da foz no rio Madeira. E o distrito de Calama, localizado na confluência destes dois rios. Neste processo de divulgação de pesquisas e experimentos junto às comunidades ribeirinhas, ganhamos todos: os moradores, sobretudo as crianças e os jovens que tiveram a possibilidade de acessar e experimentar in loco os trabalhos desenvolvidos pelo IFRO, nós e nossos estudantes, que tivemos a oportunidade de conhecer e vivenciar modos de vida distintos dos praticados na área urbana, aprendendo desta forma a valorizar e respeitar tais comunidades. Trata-se, portanto, de uma iniciativa de alto valor científico e pedagógico, pois a divulgação científica é uma via de mão dupla, ao passo que ensinamos, inevitavelmente aprendemos”.

Nataniel Wilson de Oliveira Andrade, estudante do Campus Zona Norte, apreciou tanto a experiência, que já se prontificou a participar das próximas edições. “A participação no evento foi enriquecedora! A experiência foi boa tanto pela interação com a comunidade local quanto pela satisfação em oferecer as atividades de robótica básica para crianças e adolescentes da comunidade. Agradeço à Pró-Reitoria de Pesquisa do IFRO pela oportunidade de conhecer a região, sua economia e o estilo de vida dos moradores. Essa experiência agregou valores culturais e sociais em meu processo de formação no IFRO, e eu gostaria de participar mais vezes!”.

Aluna do Campus Porto Velho Calama, Eduarda Gabriely Alves Sued assim sintetizou a experiência: “durante cinco dias inesquecíveis, tive a oportunidade de embarcar em uma expedição de astronomia ao lado de pesquisadores, navegando pelos rios em direção aos distritos de Calama e Demarcação. A experiência de viver a bordo de um barco, dormindo ao som das águas e sob um céu estrelado deslumbrante, foi algo único e transformador! Nosso objetivo era levar conhecimentos de astronomia para crianças ribeirinhas, despertando nelas a curiosidade pela ciência e pela astronomia. A cada parada, montávamos telescópios e promovíamos atividades interativas, ensinando sobre planetas, constelações e fenômenos cósmicos. Ver o brilho nos olhos das crianças ao observarem os astros pela primeira vez foi uma das partes mais emocionantes da viagem. Além do aprendizado, a conexão com a natureza foi intensa. O contato com a vida ‘simples’ e acolhedora das comunidades ribeirinhas trouxe reflexões sobre a importância da educação e do acesso à ciência para todos. Cada momento a bordo, cada conversa com os pesquisadores e cada sorriso das crianças tornaram essa expedição uma experiência que ficará para sempre em minha memória”.

No último dia 11 de fevereiro, o IFRO realizou programação integrante da SNCT 2024 no município de Buritis (RO), confira no Portal a matéria completa.