Instituto Federal de Rondônia

Estudantes do IFRO são pré-selecionados para etapa final do Programa Parlamento Jovem Brasileiro

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO) teve 3 projetos pré-selecionados na etapa estadual do Programa Parlamento Jovem Brasileiro (PJB). O programa é uma parceria entre a Secretaria de Educação e a Câmara dos Deputados, que realiza a 17ª edição do evento, com o objetivo de proporcionar aos jovens estudantes a simulação da jornada de trabalho dos deputados federais. Foram aprovados nesta etapa 4 projetos em todo o estado, sendo 3 do IFRO: 2 projetos do Campus Guajará-Mirim e 1 do Campus Colorado do Oeste.

Os participantes do programa para se inscreverem criaram um projeto de lei com o objetivo de buscar soluções para questões relativas a contextos sociais locais, culturais ou econômicos. A temática escolhida pela aluna pré-selecionada do Campus Guajará-Mirim, Anna Beatriz Moraes de Menezes Bezerra, trata do acesso igualitário à educação. “Decidi elaborar um PL (Projeto de Lei) que garanta aos estudantes do ensino médio acesso à educação sexual, para que eles possam aproveitar essa fase de forma segura. E que também ofertem apoio às mães dos adolescentes”, afirmou a estudante. Para ela a participação no programa é uma grande oportunidade para agregar e compartilhar conhecimento. “Como moradora de uma cidade do interior, acredito que muitas vezes temos um sentimento de não pertencimento, quando falamos sobre protagonismo mundo afora, mas também acredito que nossas vivências e engajamento são muito importantes nos processos de mudanças”, finalizou Anna Beatriz.

As propostas visam fomentar nas escolas de ensino médio a discussão de temas de política, cidadania, participação popular e democracia participativa. “O Parlamento Jovem é uma oportunidade extremamente importante para a integração dos jovens na política. Eu vejo como uma forma de compreender melhor o sistema governamental sobre o qual estamos inseridos, entendendo com mais clareza os processos ocorridos dentro do Congresso Nacional, que por vezes, nos parecem tão incompreensíveis”, explicou Ester Melo dos Passos, estudante pré-selecionado do Campus Guajará-Mirim. A aluna ainda ressalta a importância do incentivo do IFRO em participação no Programa Parlamento Jovem. “Os professores do IFRO estão sempre preocupados em incentivar a participação dos alunos em eventos e oportunidades que visem o protagonismo juvenil. E ter uma base de apoio como o Instituto oferece, e uma educação de qualidade com certeza foi fundamental para a minha inscrição no PJB”, concluiu.

O Reitor do IFRO, Uberlando Tiburtino Leite, avalia a participação dos alunos de forma extremamente positiva e acertada com a educação ofertada pelo IFRO e a missão institucional. “Essa ação tem um alinhamento significativo com os objetivos do Instituto Federal, uma vez que a educação que ofertamos objetiva qualificar pessoas em diversas áreas do conhecimento e em áreas estratégicas para o país, mas principalmente objetiva formar cidadãos e cidadãs capazes de perceberem as diversas demandas da sociedade e de proporem soluções para a resolução desses problemas, para o atendimento das demandas, promovendo o desenvolvimento socioeconômico do país, com a equidade na distribuição de renda, e na geração de bem estar para todos e para todas”, afirmou.

A Diretora-Geral do Campus Guajará-Mirim, Elaine Oliveira Costa, também ratificou o estímulo dado pela instituição para o engajamento e participação dos estudantes em eventos que proporcionem um processo educativo e preparação à cidadania. “No IFRO o aluno recebe uma educação completa, sendo estimulado pelo corpo docente e técnico a desenvolver seu conhecimento crítico sobre todas as áreas do conhecimento, a política é uma delas. Com o tempo os alunos, por si só, vão sentindo a necessidade de criarem projetos que promovam a mudança que eles entendem como necessária na sociedade”, afirmou a diretora.

RACISMO É UMA DAS TEMÁTICAS APROVADAS PARA ETAPA FINAL

Outro processo pré-selecionado do IFRO foi da estudante Eduarda Caroline Machado de Souza, do Campus Colorado do Oeste, com a temática educação antirracista, o projeto tem como objeto central a discriminação racial e das suas consequências na sociedade. “O racismo está presente na realidade brasileira: em ambientes públicos e privados, escolas, universidades, em locais de trabalho e etc. As consequências das atitudes racistas são de toda ordem: discriminação, ofensa, violência psicológica, violência física, segregação, desigualdade social e até a morte. Sendo assim, o projeto visa contribuir para a diminuição de casos de racismo no Brasil, através de uma educação que ajude a combater e amenizar esses tipos de casos”, esclareceu a aluna.

A submissão do Projeto de Lei também contou com a participação dos professores do campus: Magda Oliveira Pinto, docente de sociologia e a colaboração na redação de Moisés José Rosa Souza, docente de língua portuguesa. “O Programa Educação Antirracista tem como propósito utilizar a educação como a principal ferramenta no combate ao racismo. Fazer do ambiente escolar um lócus de debate e reflexão sobre determinados comportamentos e práticas que levam o indivíduo a discriminar o outro em função da sua cor da pele”, informou Eduarda, ao acrescentar que o racismo é uma problemática social e que é preciso que a escola, assim como as demais instituições, como família, igreja, associações, assumam também o papel de reverter a condição discriminatória presente na sociedade.

A problemática do preconceito racial deve ser discutida com o intuito de promover uma educação antirracista no ambiente escolar, objetivando oferecer aos estudantes o conhecimento para torná-los aptos a serem agentes de mudanças contra a discriminação existente. “O Parlamento Jovem Brasileiro tem uma importância grandiosa na formação de cidadãos engajados nas discussões de políticas públicas e preocupados com o desenvolvimento social das comunidades”, anunciou o Diretor-Geral do Campus Colorado do Oeste, Marcos Aurélio Anequine de Macedo. Ainda segundo ele, a temática escolhida pela estudante foi acertada, sendo a abordagem muito importante para a sociedade. “A educação para a democracia deve ser cada dia mais trabalhada entre os jovens alunos, pois a partir daqui sairão as pessoas que representarão a população nas decisões políticas que serão tomadas. Além disso, estimula os alunos a proporem soluções para as problemáticas que a sociedade enfrenta”, finalizou.

Os estudantes poderão vivenciar na prática por uma semana o trabalho dos deputados federais. “Por ter certo interesse em políticas públicas que ajudam o melhor desenvolvimento da sociedade, fiz diversas pesquisas e conversei com amigos que já participaram de outras edições do programa e decidi juntamente com a professora Magda que seria muito positiva a participação no programa”, afirmou Eduarda. A leitura, o questionamento da realidade e a consulta às legislações foram fundamentais no processo de criação e constituição da proposta. “Depois de muitas pesquisas, projetos descartados, tentativas, surgiu a ideia a partir da situação em que o mundo se encontrava: estavam acontecendo diversas mortes motivadas pelo crime de racismo, no Brasil e no mundo.  Estava consumindo muito material que tratava sobre este assunto, como notícias, artigos, documentários, livros, filmes, palestras, entrevistas, lives e etc.”, relatou a estudante.

Dia 18 de setembro será divulgado o resultado final, e logo após os jovens tomam posse e exercem o mandato como deputados jovens durante cinco dias na Câmara dos Deputados, em Brasília. O número de vagas disponíveis para cada estado é proporcional ao número de deputados existentes. Os estudantes aptos a participarem possuem idades entre 16 e 22 anos, e poderão integrar os 78 melhores projetos de lei escolhidos em todo o País.

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