Alunos do PIBID de Colorado do Oeste visitam aldeia indígena Mamaindê
Acadêmicos do Instituto Federal de Rondônia (IFRO), Campus Colorado do Oeste, realizaram no final de setembro uma visita à aldeia Mamaindê, na Reserva Indígena Vale do Guaporé. Os 15 alunos de Licenciatura em Ciências Biológicas são bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) e aprenderam como é realizada a educação indígena.
Durante a visita, eles conheceram a escola da aldeia e como é a rotina de estudos, que inclui o ensino da língua materna, conciliando o trabalho e o dia a dia da comunidade, além de terem conhecido a Festa da Menina Moça, uma tradição cultural indígena que ocorreu no dia anterior à visita.
O acadêmico Rafael Morais Bernardes foi idealizador da atividade. Ele conta que já era amigo do povo indígena, o que o motivou a realizar esta visita junto com a equipe do Pibid. “A visita à aldeia mamaindê fez brotar em mim um desejo enorme de ensinar para a sociedade muito mais sobre os povos indígenas, os nativos desta terra. Tudo isso por conta do que eu vi nos olhos de colegas que pouco se desligam do meio de vida moderno. É mágico ver o encanto das pessoas quando se deparam com uma cultura diferente, a vontade de aprender mais e interagir. Acredito que a maioria dos colegas teve o interesse despertado para trabalhar com esse povo, pelos aspectos físicos e místicos da cultura indígena, que ampara muitos pontos da atual cultura brasileira”, destacou.
Conforme a Coordenadora local do Pibid, Érica Pizapio, os mamaindê foram muito receptivos, “havia inclusive um jovem com interesse em estudar no IFRO. Ele quer fazer uma graduação no Campus Colorado do Oeste para poder aplicar o conhecimento na aldeia”.
A professora contou também o que motivou a realização da atividade. “Víamos a necessidade dos futuros educadores que estamos formando conhecerem de forma prática outras formas de ensino, especialmente quando ligadas a outra cultura. Geralmente pensamos que os índios fazem parte do passado, porém eles continuam próximos de nós. Por isso, até mesmo muitos da turma do Pibid ficaram admirados em saber que há uma aldeia indígena perto de nosso município”, expôs Érica.
Junto com a coordenadora do Pibid, participaram da visita a chefe do Departamento Extensão, Mayuma Martins Santana, e o chefe do Departamento de Apoio ao Ensino do campus, João Gouveia Coelho. Eles ressaltaram a importância que esta visita teve aos alunos. “Foi importante conhecermos de perto as diferenças culturais, especialmente como eles conciliam o estudo com o trabalho. Foi uma ótima experiência para a formação de nossos futuros docentes”, comentou Mayuma.
Elisângela Volante Zochhe, coordenadora do Núcleo de Educação Escolar Indígena (NEEI) da CRE/Seduc de Vilhena, acompanhou a visita do grupo do Pibid/IFRO. Ela contou porque gosta e considera importante trabalhar com a educação indígena. “Trabalhando com eles, aprendi a valorizar outras culturas e conhecer outras formas de ensinar e aprender. Além desta, há outras cinco aldeias que assessoro semanalmente, o que torna este trabalho incrível”, relatou Elisângela.
As supervisoras do PIBID da Escola Paulo de Assis Ribeiro, de Colorado do Oeste, Maura Lúcia e Maria Terezinha, também mostraram admiração por tudo o que conheceram. “Ficamos surpresas, pois não sabíamos que havia uma aldeia tão próxima de nosso município, além de ficarmos maravilhadas com a cultura e sabedoria deles”, comentaram.
Os Mamaindê
Os Mamaindê são uma divisão interna dos Nambikwara. Eles habitam a Reserva Indígena Vale do Guaporé, que é localizada em Mato Grosso e possui uma área que faz divisa com Rondônia. Os Nambikwara realizam um ritual feminino muito conhecido: a reclusão. Quando a menina menstrua pela primeira vez, fica isolada por três meses e no fim deste período é realizada uma grande festa na aldeia. Foi esta a festa que aconteceu no dia anterior da visita do grupo do Pibid à aldeia.
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