Estudantes do IFRO Campus Colorado são medalhistas em Olimpíada de História
Duas equipes de alunos do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Colorado do Oeste, se classificaram para a final da 13ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB 2021). A competição iniciou em maio do ano passado com 9.398 equipes inscritas em todo o Brasil. De Rondônia eram 46 equipes.
A equipe “IFROlímpicos” foi composta pelos estudantes Gabriela Spibida Gauze (do 2º ano), Mateus Longhi (3º ano) e Taynara Oliveira da Silva (1º ano). E a segunda equipe, “Sentinelas Avançadas” estavam os alunos do 2º ano: Maria Vitória Missiatto de Souza, Natália Saldanha Balbinot e Sthefanny Mami Matsubara Ywamoto.
Para a final, se classificaram 415 equipes, sendo as duas equipes do IFRO Colorado as únicas representantes do estado de Rondônia. A IFROlímpicos alcançou o melhor rendimento, com 88,89% de aproveitamento, sendo 3.555,83 de 4.000 pontos possíveis. E as Sentinelas Avançadas tiveram aproveitamento de 81,36%, ou seja, 3.254,46 pontos de 4.000 possíveis. Desde 2008, em sua criação, a ONHB é disputada de forma on-line, a partir do mês de maio, com 6 fases, mais a grande final.
Taynara Oliveira comemora: “nossa, é um misto de sentimentos, gratidão, orgulho, felicidade. Foi incrível participar e conseguir chegar até o final de uma Olimpíada tão disputada como a ONHB”. Já Mateus Longhi realça “a possibilidade de aprender mais, ampliar meus conhecimentos em História e também desenvolver melhor a leitura e interpretação de textos que me ajudou em outras disciplinas”.
A Professora Marciane de Souza foi quem acompanhou as equipes desde a inscrição. Ela avalia que “ter duas equipes finalistas em uma olimpíada de conhecimento como a ONHB é uma conquista profissional. São milhares de estudantes e docentes do Brasil todo com uma hegemonia da região Nordeste em envio de finalistas. Estar lá é ter certeza que estou no caminho certo em meu trabalho como professora e historiadora”.
Conforme a docente, foram desenvolvidas atividades de diálogo e orientação das equipes em cada uma das fases da ONHB, todas por meio remoto devido à pandemia. “Cada equipe tinha um grupo em aplicativo de comunicação e ali os debates iam ocorrendo, novas fontes eram levantadas e novas análises dialogadas e a equipe decidia quais opções iriam marcar nas questões. Tínhamos também dois encontros em sala virtual para os últimos alinhamentos antes da entrega definitiva de cada fase. Participar da ONHB é muito intenso, pois cada questão te leva a pesquisar sobre a temática apresentada e uma questão pode levar horas de análise, mas é muito gratificante ver os estudantes nesta busca pelas fontes, realizando análises e comparando cada abordagem, isso tira eles do lugar comum e os coloca como questionadores do status quo”, comenta Marciane.
A estudante Taynara Oliveira conta como foi o trabalho: “primeiro cada um da equipe estudava sozinho as questões e por conta da pandemia nos reuníamos em uma sala virtual, equipe e professora orientadora. Repassávamos todas as questões, debatíamos as respostas escolhidas por cada um, buscando a alternativa com maior pontuação por meio de argumentação válida e embasada nas fontes. Cada questão exigia muito de nós, e conciliar todas as outras atividades e responsabilidades foi difícil, pois faltava tempo para fazermos exatamente da forma que queríamos, porém tivemos sucesso e estou muito feliz por nossa conquista”.
Para Gabriela Gauze é importante que os estudantes conheçam a competição. “Participem! Ao contrário da maioria das provas e olimpíadas, a ONHB não é conteudista e não exige um alto conhecimento da história, pelo contrário, ela te ensina ao longo das provas, você precisa pesquisar, comparar e saber interpretar por trás do que está escrito, portanto não tenham medo de participar”, convoca a estudante.
Neste ano de 2022, Gabriela tem uma nova equipe formada: “As três mulheres de Evelyn Hugo”. “Um membro [que] terminou o ensino médio”, explica, também mostrando que o nome da equipe é referência a uma obra literária que as participantes já leram e gostaram.
Histórico
A Professora de História do Campus Colorado do Oeste, Marciane de Souza, relembra que conheceu a ONHB na época em que foi professora substituta do IFMT (Instituto Federal do Mato Grosso), em 2015. Ao ingressar no IFRO como professora efetiva, em 2019, o primeiro projeto de ensino que propôs foi de participação na Olimpíada daquele ano. “Tivemos 8 equipes que se esforçaram e avançaram até a quinta fase, alguns ficam tristes por não chegar na final, porém os conscientizo que as medalhas são consequência, pois a metodologia desta olimpíada está alicerçada na construção do conhecimento ao longo do processo, bem diferente da maioria das demais, onde o estudante necessita conhecimentos prévios para ser bem classificado. No ano seguinte algumas equipes se inscreveram novamente e um exemplo é o estudante Mateus Longhi, no ano de 2020, sua equipe foi eliminada da terceira fase e em 2021 foi finalista”, recorda.
Segundo avaliação da docente, a “Olimpíada é para todos e todas, apaixonados ou nem tanto por história. Ela tira você do lugar comum, provoca, incomoda e te faz refletir sobre o seu lugar na história, te remove da plateia e te coloca como protagonista, como sujeito histórico, aquele que age e transforma”.
Mais que isso, Marciane verifica ganhos de aprendizado em outras áreas pessoais e acadêmicas. “Para além da parte de transformação como sujeito social os estudantes participantes que fizeram Enem conseguem melhorar muito seu desempenho na prova de ciências humanas e na redação, pois seu arcabouço argumentativo se expande. Maiara Bellé, egressa do médio de 2021, foi olímpica em 2020 e 2021 e agora é caloura em Arquitetura e Urbanismo no IFRO Vilhena, a sua nota na redação do Enem foi 860. Outras estudantes participaram de seleções em universidades estrangeiras e foram aprovadas, Eduarda Caroline Machado de Souza, turma 2020 e Isadora Saldanha Balbinot, turma 2021”, conclui.
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