Esportes Paralímpicos é temática de aulas em Cacoal e São Miguel visando inclusão e acessibilidade
Metodologia que privilegia a inclusão é adotada em aulas de Educação Física do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campi Cacoal e São Miguel do Guaporé. Desde 2019, a docente Lilian Catiúscia Eifler Firme da Silva tem desenvolvido um trabalho com os Esportes Paralímpicos, junto aos alunos dos Cursos Técnicos em Agroecologia, em Agropecuária e em Informática do Campus Cacoal. Suas aulas temáticas sobre os jogos paralímpicos são ministradas por cerca de um bimestre, e não só oferecem a vivência prática desses esportes, mas também promovem uma conscientização sobre inclusão, acessibilidade e o Estatuto da Pessoa com Deficiência.
Professora lotada em Cacoal, Lilian ministra ainda aulas no Campus Avançado São Miguel do Guaporé, onde pretende replicar a abordagem dos Esportes Paralímpicos, enfatizando sempre a inclusão e o reconhecimento das potencialidades individuais. Ela oportuniza aos alunos explorar a história das Paraolimpíadas, as modalidades disponíveis e as disparidades no investimento e na cobertura midiática em comparação com as Olimpíadas. A abordagem ajuda os estudantes a desenvolverem um olhar crítico sobre o tema e a reconhecerem o potencial dos atletas paralímpicos, reforçando a importância da empatia, da luta pelos direitos e de investimentos financeiros.
A docente também fez um trabalho voluntário nos Jogos Escolares Paralímpicos em São Paulo, tendo atuado no centro de treinamento paralímpico brasileiro, trazendo muitas experiências, que, segundo ela, agregaram muito às suas aulas no IFRO. Dentro da instituição, valoriza a parceria, destacando o apoio do Núcleo de Atendimento à Pessoa com Necessidades Específicas (NAPNE) de Cacoal e da servidora Michelle Abreu. A busca é por promover uma sensibilização sobre o tema inclusão e valorizar as potencialidades e as diferenças de cada pessoa.
A Professora Lilian compartilha que seu trabalho com essa temática começou devido ao entendimento sobre a importância de se colocar no lugar do outro, de lutar por inclusão, mesmo não sendo uma pessoa com deficiência. Ela acredita que, ao mostrar aos alunos que a empatia e o respeito pelas diferenças são essenciais, ela mesma tem transformado ainda mais sua visão sobre as diferenças e crescido tanto pessoal quanto profissionalmente, e tem proporcionado esse crescimento para os alunos também.
Estudante do terceiro ano do Curso de Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio do Campus Cacoal, Ramon Ayres Abreu enfatiza que anteriormente não tinha tido “uma experiência tão imersiva e esclarecedora como nas práticas vivenciadas na aula de Esportes Paralímpicos. Ademais, a prontidão da docente responsável pela disciplina de Educação Física, Lilian Catiuscia Eifler Firme da Silva, com o ensino das modalidades paralímpicas como, por exemplo, Goalball, atividades de futebol de cegos, basquete em cadeira de rodas e vôlei sentado, cativou-me”.
“As atividades ministradas permitiram-me experimentar uma fração infinitesimal da realidade esportiva e cotidiana das pessoas com deficiências. Além de aprender os princípios dos desportes paralímpicos, a docente lecionou uma nova maneira de ver o mundo: uma vida que poucos conhecem e que muitos outros não buscam entender. A iniciativa da profissional despertou nos alunos um sentimento de empatia, que, devido ao desinteresse cristalizado na sociedade, estava reprimido”, analisa o estudante.
Segundo Ramon, “a sociedade não está preparada para receber qualquer indivíduo que seja atípico. As escolas não estão preparadas. Além disso, não há, para diversas modalidades paralímpicas, materiais adequados para o ensino desses esportes, o que obrigou a professora a articular maneiras criativas de contornar essas barreiras. O exemplo da docente instalou, em minha mente, um valioso pensamento: o mundo não dará caminhos prontos para você trilhar; é seu dever construir um caminho. A mudança é difícil, mas necessária. Portanto, eu levarei, para a minha vida, uma conclusão a partir das atividades realizadas: a indiferença perpetua a ignorância e a ignorância inviabiliza a mudança”, finalizou.
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