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Campus Cacoal certifica 28 mulheres indígenas

Publicado: Sexta, 09 de Dezembro de 2016, 16h22 | Última atualização em Domingo, 23 de Abril de 2017, 21h20 | Acessos: 2028

Campus Cacoal 4

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Cacoal, certificou na quinta-feira (8) uma turma de alunas muito especial. Elas fizeram parte de um projeto pioneiro que levou um curso de Formação Inicial e Continuada (FIC) em Processamento de Alimentos, através do Departamento de Extensão (Depex) para a comunidade Paiter Suruí que reside em Cacoal.

Ao todo 28 alunas, de sete diferentes aldeias (Pin Paiter, Tikã, Lobó, Lapetanha, Joaquim, Amaral e Placa-14), concluíram o curso que teve início em dezembro de 2015. Ao longo do último ano, uma semana por mês, elas deixavam as aldeias e vinham para a Associação Metareilá, centro de treinamento e preservação da cultura Paiter Suruí localizado na zona urbana de Cacoal, para assistir às aulas.

“É importante destacar que o curso envolveu muito esforço da parte delas, que tiveram de mudar a rotina. Deixaram o conforto de suas casas e o convívio da família pra passarem a semana aqui, descobrindo novas maneiras de usar os recursos que existem em abundância nas aldeias”, destacou a professora e coordenadora do projeto, Iramaia Grespan.

Segundo ela, o foco do projeto era ensinar e motivar as alunas a olharem para os alimentos com uma nova perspectiva, aproveitando ao máximo as possibilidades de processamento. “Nós temos itens de alto valor nutricional que podem sair das aldeias já processados, garantindo uma nova fonte de renda para essas pessoas, além do consumo interno”, apontou Iramaia.

Produção

Exemplo desse fato é a formanda Eliane Cinta Larga, que reside em uma aldeia na Linha 14 de Cacoal. No dia da formatura ela trouxe o primeiro produto de sua produção particular para vender, um óleo de coco cristalino. Muito satisfeita com a formação do curso, ela ressaltou a mudança que as aulas tiveram em sua vida.

“A gente não imaginava que podia aproveitar tanto as coisas. Hoje fico um pouco arrependida porque no passado nós já cortamos alguns coqueiros e hoje eu preciso de mais cocos pra produzir o óleo que é muito valorizado”, contou Eliane. “O próximo passo é descobrir quem tem interesse em comprar, mas já estamos muito felizes de saber fazer todas essas coisas”, complementou a Cinta Larga que cobra cerca de R$ 14,50 por cada 100 ml do produto.

Colega de Eliane e também formanda, Mariana Robichô Suruí destacou a relevância do curso. “Agora a gente aproveita a banana, o jatobá, o amendoim. Tudo pode ser transformado em novos alimentos, que usamos em casa, com as nossas famílias, mas que também podemos oferecer e vender”, comemorou.

Valor especial

Coordenador geral da Associação Metareilá, Arildo Gapamé Suruí destacou a parceria estabelecida entre a comunidade dos Paiter Suruí e o IFRO, valorizando os resultados deste projeto. “O Instituto Federal tem sempre estado aberto para nos ouvir e tentar atender as ideias que propomos. Esse é pra nós um momento histórico, talvez pioneiro no Estado. Eu não conheço nenhum projeto como esse realizado aqui e isso mostra a força do comprometimento e do esforço de todos”, destacou.

Para a coordenadora da iniciativa pelo IFRO, a experiência foi bem mais do que um projeto de extensão. “Levo essa experiência no coração e termino com uma satisfação imensa de quem viu a transformação genuína que a educação oferece às pessoas. Elas estão felizes, sorrindo e satisfeitas porque sabem que agora podem alcançar novos resultados”, salientou Iramaia.

Diretor geral do Campus Cacoal, o professor Davys Sleman também avaliou positivamente os resultados do projeto. “Foi um curso onde não houve evasão e que cumpriu um dos pilares fundamentais do IFRO, que é transferir o conhecimento adquirido pelos nossos alunos e de nossos professores para a comunidade. Certamente esse momento nos preenche de orgulho e satisfação. É um resultado muito bonito”, disse.

Além da professora Iramaia, o projeto teve também a participação de três alunas do curso de Agroecologia (duas bolsistas e uma colaboradora). Uma delas é Amanda Gonçalves, que está no terceiro ano. “Escolhi participar pela aquisição de conhecimento e também pela oportunidade de ajudar o próximo”, informou. 

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