Campus Ariquemes realiza comemoração do Dia da Consciência Negra
Estudantes, servidores e comunidade externa do IFRO (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia), Campus Ariquemes, participaram das atividades do 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. Ocorreram apresentações artístico-culturais, como roda de capoeira, palestra sobre religiões de matriz africana, canto e dança tradicionais, cine debate, dentre outras.
Organizado pelos alunos Beatriz Araújo, Edimar Jesus da Silva, Emilly Fernanda Motta da Silva e um grupo de professores de artes, ciências humanas e filosofia (Francisco Magalhães de Lima, Vanessa Fronza, Valmir dos Santos, Joelton Gomes, Oscar Borche e Alessandro Oliveira), sob a coordenação de Claudinei Recco, o evento almejou constituir um momento de celebração dos valores, práticas e memórias étnico-culturais de matriz africana sobre as quais se alicerça em grande medida a sociedade brasileira, além da discussão de temas como o racismo estrutural que historicamente se reproduz no Brasil.
Para Claudinei Recco, professor de Filosofia no Campus Ariquemes, “500 anos depois do início da colonização do Brasil, a população negra, apesar de ser a maioria no País, ainda sofre muito com o preconceito e discriminação, sem contar os incontáveis casos de racismo que acontecem todos os dias. Deste modo se faz necessário que se chame a atenção da sociedade para o fato de que essa parcela da população ainda sofre todos os dias em muitas situações diferentes em decorrência de nosso passado”.
Conforme a estudante do Curso Técnico em Alimentos, Integrado ao Ensino Médio, Ester Gomes Amaral, “o evento foi em todo muito bom, com certeza um evento necessário, a ser realizado assim como as discussões sobre questões raciais que ainda têm grande rejeição por parte dos alunos e público geral da instituição. No futuro é importante manter uma discussão ativa sobre o assunto e realizar eventos semelhantes incluindo o tema no dia a dia escolar e promovendo a igualdade racial no meio estudantil”.
O Grupo Balaio Cultural abriu o evento com a interpretação de canções típicas com a participação de alunos, com destaque para Welington Vinicius da Silva e Camila Ramos Bogorni e docentes do IFRO, os quais jogavam capoeira. “Entendemos que foi de grande importância para os alunos do instituto e para a comunidade poder conhecer esta escola que produz uma discussão inclusiva, rompendo assim paradigmas arcaicos”, afirmou Márcio Norberto de Castro, Coordenador do Grupo Balaio Cultural e Conselheiro da Secretaria de Cultura de Ariquemes.
Márcio explica que o Balaio Cultural foi criado em 25/09/1981. “O grupo tem como objetivo, no sentido de balaio mesmo, assim, congregar valores da ideia da arte e, como maioria eram músicos, optamos por tocar Jovem-guarda, seresta, afro, estilo amazônico. Em nossas apresentações exibimos, por ocasião da semana da consciência negra, as famosas rodas de capoeira, trocas de cordões ou graduações em capoeira, danças. Tocamos em festa de aniversário, casamento ou mesmo em atividades populares. Desenvolvemos, de forma volante algo que chamamos de Ciranda da Cultura, produzindo assim com Comunidades Tradicionais intercâmbios culturais ou afins”.
Concomitantemente, foi realizada uma oficina de cabelo afro, ministrada e idealizada pelas próprias alunas e alunos do Instituto, com o intuito de valorizar e divulgar a cultura e a estética africana. Dando continuidade, o cantor Marcos Biesek interpretou as canções Ávida Chama e Souvenir, que contribuíram para o momento de reflexão. E Karin Moraes, da Cia de Dança Leny Silva, apresentou duas danças típicas, permeadas de elementos e símbolos culturais africanos.
Já o professor José Fábio Xavier realizou palestra sobre o Candomblé. Por fim, foram exibidos documentários referentes à história e à situação atual dos afro-brasileiros, seguidos por um debate conduzido pelos alunos Ester Amaral, Kamila Silva e Marcus Silvério. A importância da atividade esteve na celebração da diversidade, da cidade e da memória cultural do povo brasileiro.
Para o Diretor de Ensino do Campus Ariquemes, Izaqueu de Oliveira, “o projeto veio ao encontro do contexto atual, no qual vivenciamos um retrocesso da tolerância em todos os seguimentos: racial, crença e gênero, pois o valor do ‘outro’ se constrói quando há a oportunidade de conhecê-lo por meio do debate”.
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