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Pesquisador da área de alimentos do Campus Ariquemes estuda insetos comestíveis

Publicado: Quarta, 20 de Dezembro de 2023, 15h41 | Última atualização em Quarta, 20 de Dezembro de 2023, 17h48 | Acessos: 726

Grilo1Pesquisa de Professor área de Alimentos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Ariquemes, tem ganhado repercussão nacional. A pesquisa de Antônio Bisconsin Junior é fruto do doutorado que foi realizado no Programa de Pós-Graduação em Ciência de Alimentos, da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp, orientado pela Professora Lilian Mariutti. O título do projeto é “Insetos comestíveis: estudo de consumidor e desenvolvimento de ingrediente alimentício”.

O doutorado foi realizado com o afastamento integral concedido pelo IFRO, de setembro de 2017 a julho de 2021. Durante o período, o docente também realizou estágio sanduíche no Instituto Leibniz para Tecnologia Agrícola e Bioeconomia, em Postdam, na Alemanha. A defesa da tese foi em junho deste ano e Antônio agora pensa em desenvolver a pesquisa na sua atuação em Ariquemes. “Tenho o objetivo de iniciar projetos de pesquisa e ensino no campus nesta área de estudo a partir de 2024. Vou aplicar essa linha, principalmente, na disciplina de Inovação Tecnológica em Alimentos no Curso Técnico em Alimentos”.

O projeto de pesquisa desenvolvido ao longo do doutorado tem ganhado repercussão na mídia, bem como alcance científico, “até o momento, 4 artigos qualis A1 (Ciência de Alimentos) foram publicados”, explica o pesquisador, que completa falando que o projeto de doutorado foi dividido em duas partes.

“A primeira apresenta os resultados de uma pesquisa que ouviu 780 pessoas de todas as regiões do país, com entrevistas presenciais realizadas por uma rede de colaboradores formada por professores da Unicamp e de outras universidades e institutos de pesquisa. Esses colegas pesquisadores saíram às ruas com prancheta nas mãos. Foram seis meses de coleta, no período pré-pandemia, em oito estados diferentes. Na análise das entrevistas, confirmamos que a grande maioria dos brasileiros associa a ideia de comer insetos a algo nojento. Também, descobrimos que as pessoas das regiões Norte e Centro-Oeste tendem a ter uma visão mais positiva sobre os insetos comestíveis que as pessoas do Sul, Sudeste e Nordeste. Essa familiaridade foi relacionada à cultura regional, mais próxima dos povos originários. O perfil das pessoas com maior aceitação a essa alternativa alimentar era de jovens, com grau de escolaridade maior e do gênero masculino. Ainda, o grilo foi considerado como o inseto comestível mais aceito, desbancando larvas, baratas e formigas. Também foi observado no estudo que haveria uma aceitação melhor do alimento se os insetos estivessem ‘disfarçados’ no produto, ou seja, se não fossem identificáveis na sua forma natural”.

“Na segunda parte do meu doutorado, desenvolvi um concentrado proteico do grilo, ‘um grilo protein’. Esse trabalho foi realizado no Instituto Leibniz (Potsdam, Alemanha) com o auxílio de um financiamento do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD, na sigla em alemão) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) em parceria com o pesquisador Oliver Schlütter. A partir do grilo preto (Gryllus assimilis), fizemos tratamentos físicos e químicos, com o uso de tecnologias não convencionais, a fim de separar a proteína do restante do grilo. Com isso, conseguimos obter concentrados proteicos com propriedades interessantes, que poderiam ser usados como um suplemento alimentar similar ao conhecido whey protein, ou como um ingrediente pela indústria de alimentos”, explicou Antônio Bisconsin.

A pesquisa do doutorado proporcionou ao docente uma bolsa no evento Pangborn em Edimburgo (Escócia), em 2019, considerado o maior evento de estudo sensorial e de consumidor do mundo, para realizar uma apresentação oral e uma apresentação em pôster. “Também fui convidado como palestrante no primeiro evento nacional sobre o uso de insetos para alimentação animal e humana, o Insetec em Montes Claros (MG), em 2019. Além disso, participei em mais de 20 eventos, apresentando palestras, trabalhos ou participando de mesas-redondas sobre o assunto”, conta.

Para ler os artigos científicos acesse:

BISCONSIN JUNIOR, A. et al. Examining the role of regional culture and geographical distances on the representation of unfamiliar foods in a continental-size country. Food Quality and Preference. v. 79, p. 103779. 2020.

MARIUTTI, L. R. B. et al. The use of alternative food sources to improve health and guarantee access and food intake. Food Research International. v. 149, p. 110709, 2021.

BISCONSIN JUNIOR, A. et al. “Food made with edible insects”: Exploring the social representation of entomophagy where it is unfamiliar. Appetite. v. 173, p. 106001, 2022.

BISCONSIN JUNIOR, A. et al. Mycotoxins on edible insects: Should we be worried? Food and Chemical Toxicology. v. 177, p. 113845, 2023.

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