Instituto Federal de Rondônia

Projetos diversificados mostram importância dos profissionais bibliotecários

Com um acervo superior a 100 mil materiais informacionais, as bibliotecas e seus profissionais demonstram a versatilidade do conhecimento e da atuação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO) no Estado.

Entre os materiais informacionais do IFRO estão livros, periódicos, DVD, CD, referências disponíveis no Sistema de Gestão de Acervo, Empréstimo e Colaboração entre Bibliotecas – GNUTECA, além do acesso à Biblioteca Digital, disponível na Aba Servidores ou Alunos. Conforme a Assessora de Bibliotecas (ABIB/PROEN/IFRO), Cledenice Blackman, a responsabilidade e a contribuição dos profissionais da área crescem a cada dia no Instituto Federal de Rondônia e na sociedade.

No Instituto trabalham 15 bibliotecários, três profissionais no Campus Porto Velho Calama; em Vilhena, Cacoal, Ji-Paraná e Zona Norte são duas por campi; e em Colorado do Oeste, Guajará-Mirim, Ariquemes e Reitoria estão lotadas uma em cada unidade. E a instituição conta com mais de dez auxiliares de biblioteca.

Nesta quinta-feira (12/3) é Dia do Bibliotecário, a data foi instituída em 1980 pelo Decreto 84.631, como homenagem ao nascimento do bibliotecário, escritor e poeta Manuel Bastos Tigre. Segundo Gizele de Melo Viana, do Campus Cacoal, a profissão bibliotecário/documentalista é função inerente ao Bacharel em Biblioteconomia, profissão regulamentada em lei.

Gizele mostra que na Biblioteca “Clarice Lispector”, do Campus Cacoal, o Plano de Trabalho 2020 contempla ações de incentivo à leitura, ação cultural e educação de usuários. De 9 a 13/03, na Semana da Mulher, juntamente com a Direção de Ensino/CAC e as demais coordenações, está ocorrendo Rodas de Conversa, Mural Interativo, Charada Literária e sorteio de brindes literários.

“Em 2019, executamos projeto de extensão onde levamos uma biblioteca itinerante para cinco pontos da cidade de Cacoal, através da Tenda de Leitura. Em 2020, a equipe está inserida em outros projetos de extensão e ensino do campus também”, afirma a Bibliotecária Documentalista Gizele.

Em Ji-Paraná, a biblioteca do Campus do IFRO tem sido local de ações voltadas para a leitura inclusiva. Por dois anos consecutivos foi desenvolvido um projeto por meio do qual são digitalizados textos de livros que compõe o acervo e disponibilizados em formato legível por leitor de tela para alunos com baixa visão. “Essa ação é extensiva à comunidade por meio do atendimento a uma aluna cega da UNIR, para a qual disponibilizamos os textos nos dois formatos: legível por máquina e impresso em Braille. Dessa forma entendemos que a biblioteca está aproximando as pessoas com deficiência da leitura, ampliando seu acesso ao conhecimento e à cultura”, avalia a Coordenadora da Biblioteca do Campus Ji-Paraná, Cleuza Diogo Antunes.

Pilares institucionais

A Coordenação de Biblioteca Campus Colorado do Oeste tem como destaque a Semana do Livro e da Biblioteca. Realizada no mês de outubro de 2019, conta com atividades que incentivam o ensino, a pesquisa e a extensão. A programação visa o incentivo à leitura e à importância da biblioteca na instituição, bem como a importância da leitura em diversos aspectos da formação pessoal e profissional para estudantes de Ensino Médio, cursos técnicos e do Ensino Superior.

O Campus Porto Velho Calama vem fortalecendo o ensino, a pesquisa e a extensão por meio de sua biblioteca. O bibliotecário Evandro Silva de Sousa, que coordena a Biblioteca do campus, cita que ali todos trabalham para valorizar esses pilares institucionais. Durante todo o ano são realizadas atividades e campanhas para fomentar a integração com o espaço.

O acervo conta com cerca de 11 mil livros e atende a uma média mensal de 1,5 mil alunos em três turnos, manhã, tarde e noite. Segundo Evandro, os alunos são bastante participativos e interagem na maioria das atividades culturais de incentivo à leitura. Ele cita o teor diferenciado das bibliotecas dos Institutos Federais: “são bibliotecas multiníveis - escolares, universitárias e públicas, especializadas em pesquisas científicas”.

Segundo Miriã Santana Veiga, bibliotecária do Campus Calama, os profissionais devem ter competência para gerenciar as três modalidades, atendendo a esses variados públicos. “Temos que nos especializar na pesquisa científica para dar suporte a esse público”, diz. Ali o aluno recebe orientações sobre como organizar a leitura para se introduzir na pesquisa científica, as normas técnicas, a pesquisa na internet; como montar um projeto de pesquisa, a estruturação da leitura para desenvolver suas pesquisas, entre outros suportes.

Por isso, Miriã explica a importância das bibliotecas em todas as unidades do IFRO. Ela ainda relaciona à performance diferenciada no Estado, ao analisar, por exemplo, que alunos do IFRO Campus Porto Velho Calama atingem boas notas na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).

Apaixonada pelo que faz, a bibliotecária fala também sobre as campanhas que são desenvolvidas para incentivar a leitura: “saímos de um acervo de quatro mil livros para cinco mil livros de literatura infanto-juvenil, incluindo dois mil mangás que ganhamos com as campanhas de arrecadação de livros que fazemos. Os mangás são tipos de obras orientais desenhadas em quadrinhos, que os alunos gostam muito. Conseguimos uns puffs e, com isso, montamos o cantinho da literatura”.

São ainda realizadas campanhas, exposições de fotos em murais, excursões com os alunos para apresentação e discussão sobre o patrimônio material da cidade, mostras fotográficas, campanhas de valorização da vida, como a Campanha Setembro Amarelo, com projeção de filmes na própria biblioteca e murais interativos. “É um trabalho gratificante que dividimos com nosso público, também chamando a atenção para a conservação dos livros que estão à disposição desse público”, conta Mirian.

Concentração e reunião

“Um lugar tranquilo para estudar”, é assim que a estudante do Curso Técnico em Química, Sofia Borges, e sua colega de sala, Iarly Carolina Lins, do mesmo curso, definiram a Biblioteca do Campus Porto Velho Calama. As alunas estudam no período vespertino, mas preferem a parte da manhã para estudar sobre as disciplinas do curso. Sofia relata que no local elas podem “utilizar diversos livros e ter concentração para estudar”.

A biblioteca também é utilizada por servidores e pela comunidade.  “A biblioteca do IFRO Campus Porto Velho Calama tem um acervo bem diversificado, o que contribui para aumentar o aprendizado. Há no espaço, salas de estudo em grupo, o que contribui para atividades de pesquisa. Recomendo muito a utilização do espaço para debates”, comenta a professora Eliane Auxiliadora Pereira. Para a docente Rosa Martins, as bibliotecas sempre foram espaço de muita troca de experiência, seja nos campi, na capital ou em Guajará-Mirim.

Filha de servidora, Layane Rosa Correia da Silva conta que também utiliza as bibliotecas do IFRO desde 2011, quando estava no Ensino Fundamental. “Nessa época eu usava a do Zona Norte na Jorge Teixeira. Eu me lembro que peguei os livros de uma coleção chamada ‘Poderosa, a garota que tinha o mundo na mão’, também peguei ‘Nárnia’ e ‘O Mundo de Sofia’, como eu nunca fui aluna eu pegava os livros no nome da minha mãe”, relembra.

Agora Layane faz graduação em Tecnologia em Gerontologia: “O último que eu li foi ‘O lado mais sombrio’, é um livro que foi inspirado na história da ‘Alice no país das maravilhas’. Gosto bastante do espaço da biblioteca, ele é silencioso, tem um clima maravilhoso e sempre fui bem recebida pelos funcionários, mesmo não sendo aluna”, resume.