Instituto Federal de Rondônia

Alunos e servidores participam de intercâmbio em Portugal

Sete alunos e três professores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO) embarcaram nesta semana para as cidades de Bragança e Porto, em Portugal. Os intercambistas foram contemplados em edital do Programa de Internacionalização da Pesquisa, Ensino e Extensão (Pipeex) lançado pela Assessoria de Relações Internacionais (ARINT/IFRO) no final de 2018. A mobilidade terá duração de dois meses, onde estudantes e docentes desenvolverão projetos de startup e de extensão.

O projeto selecionado para o Instituto Politécnico de Bragança (IPB) é o “Gerando valor ao agronegócio”, que tem como coordenadora a professora Quezia da Silva Rosa. Três estudantes do curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio do Campus Ariquemes participam do intercâmbio neste projeto: Amanda Caroline Oliveira Jacob, Giulyana do Prado Minúsculi Raposo Coelho e Samara Fonseca Minúsculi. Dentre as ações a serem desenvolvidas na instituição portuguesa estão as que estimulem ideias empreendedoras e de inovação tecnológica na área, e que possam ser aplicadas nas propriedades rurais da região de Ariquemes. “Cremos que há muito que aprender o que pode potencializar o nosso trabalho durante a execução do projeto no ano de 2019. É uma oportunidade única para as alunas, ver como se trabalha em Portugal, que tem ganhado destaque mundial em relação à como vem conduzindo as questões relacionadas à educação, conhecer outras culturas, outras formas de pensar e ver o mundo pode ampliar seus horizontes de uma forma incrível. Com o apoio do IFRO, elas podem e tenho certeza, que vão mais longe”, destaca a professora. 

Quezia explica que o projeto, desenvolvido com alunos do 3º ano do curso Técnico em Agropecuária , surgiu através da união das disciplinas de Gestão e Planejamento Agropecuário, Produção Vegetal e Empreendedorismo e foi motivado por duas razões principais: necessidade de reavaliar a prática de avaliação, reduzindo a quantidade de provas e trabalhos a serem entregues, e também a necessidade de tornar os alunos mais aptos a atenderem o produtor rural quando formados, conhecendo como se dá o processo de assessoria técnica e dando a eles a noção da realidade que encontrarão depois de formados. “Durante o ano, os alunos foram a pequenas propriedades rurais, observaram a realidade dos produtores, tanto no âmbito da produção vegetal (fruticultura), quanto no âmbito da Gestão da Propriedade e do potencial de inovação, e identificaram quais as dificuldades encontradas. Após esta etapa, voltaram pra sala de aula, e, juntamente com os professores, elaboraram uma proposta de assessoria que foi apresentada ao produtor. Caso o produtor aceitasse, era feita a implantação do projeto ou a execução das ações propostas”, narra a docente. 

A estudante Samara Fonseca Minúsculi relata que a área de atuação do projeto “é uma na qual me identifico muito e por esse motivo a possibilidade de continuar nesse meio é muito atraente e convidativa. Nunca havíamos realizado um intercâmbio antes, por isso a ansiedade está tamanha. Espero aproveitar ao máximo essa oportunidade e me envolver nas atividades propostas de forma que possa aproveitar tanto intelectualmente quanto socialmente, conhecendo novas pessoas, conteúdos disciplinares e principalmente uma nova cultura. Quanto à rotina de estudos, pretendemos usar as primeiras semanas para nos adaptarmos e entendermos como funciona a didática do IPB, visto que somente as atividades do intercâmbio serão realizadas durante o período de mobilidade”, descreve.

Instituto Politécnico do Porto, unidade Porto Design Factory

Para o Instituto Politécnico do Porto, unidade Porto Design Factory, foram selecionados dois projetos: “Modelagem de negócios com foco em problemas da sociedade: SIGEF - Sistema Integrado de Gestão de Frontas” (Campus  Cacoal) e “Smart Long Sleeves Shirt: Tecnologia Vestível para Atividades Físicas” (Campus Porto Velho Calama).

O professor Juliano Cristhian Silva, que coordena o projeto do Campus Cacoal, conta que a ação tem como objetivo principal desenvolver nos alunos um perfil com características empreendedoras, com foco na solução de problemas sociais para o desenvolvimento sustentável da sociedade. “O projeto surgiu dentro de sala de aula, porém com um olhar para o ambiente externo à instituição. As equipes foram buscar problemas e/ou demandas que surgem na sociedade, e a partir de muito debate e ajustes são criadas soluções que visam alcançar essa demanda reprimida, dentro disso os alunos são instigados a construir o produto ou serviço e apresentar um mínimo produto viável (MVP)”, comenta o docente que acrescenta que a iniciativa envolveu cerca de 60 alunos do Integrado de informática e do curso Superior de Agronegócio: “Desses produtos selecionamos um que já estava em fase de apresentação final e selecionamos dois alunos que vinham se destacando no projeto para participar do Edital do Pipeex, para que assim possamos melhorar ainda mais o desenvolvimento dos produtos que estamos levando para o intercâmbio, e também aproveitar ao máximo o aprendizado durante estes dois meses no Instituto Politécnico de Porto, aperfeiçoando nossa prática docente e promovendo o reconhecimento do IFRO junto à sociedade”.

Dois estudantes do Campus Cacoal participarão do intercâmbio pelo projeto “Modelagem de negócios com foco em problemas da sociedade: SIGEF - Sistema Integrado de Gestão de Frontas”: Enzo Matos de Jesus e Brenda Franco Carrocia, ambos do Curso Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio. “É um excelente projeto que visa à inovação e principalmente a praticidade de seus usuários”, responde Brenda acrescentando que a partir do intercâmbio espera “[...] ter novas experiências, conhecer uma cultura diferente e principalmente absorver o máximo de conteúdo proporcionado a nós, e nos dedicarmos ao desenvolvimento do projeto”. A jovem relata ainda que a rotina de estudos “[...] será bem puxada. A cada semana teremos um relatório para resumir e recapitular o que foi aprendido durante o decorrer da semana”.

O projeto “Smart Long Sleeves Shirt: Tecnologia Vestível para Atividades Físicas” é coordenado pelo professor Kaio Alexandre da Silva. O docente explica que a pesquisa nasceu para embarcar tecnologia dentro de roupa e veio da necessidade de consumo de quem pedala na cidade de Porto Velho (RO). “Muitas vezes vemos que não conseguimos manter uma comunicação fiel entre o ciclista e o motorista que está vindo à retaguarda. Percebemos que a tecnologia vestível no Brasil é pouco pesquisada e ter um projeto de pesquisa nessa área, em Rondônia, dentro do Instituto Federal, é muito importante, porque mostra para os alunos do nosso Estado que não importa o lugar que estamos, mas sim as pessoas que estão produzindo tecnologia, e dessa forma poderemos levar uma tecnologia vestível para os ciclistas, que tem a finalidade de evitar acidentes e, especialmente, salvar vidas”, explana o professor que explica como funciona a tecnologia desenvolvida em parceria com os estudantes: “O motorista na retaguarda vai saber qual a direção que o ciclista está indo, pois a tecnologia vai trazer leds indicativos nas costas da camisa, e ele vai ter botões de acionamento na frente. O ciclista vai poder, através de um toque, selecionar esse led que vai ter um controlador e mostrar a direção de conversão dele".

Bruno Felipe da Silva, do Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, é um dos acadêmicos que está participando do intercâmbio no Instituto Politécnico do Porto. O jovem avalia a tecnologia vestível para ciclistas “como muito promissora, e que realmente pode ajudar a salvar vidas”. Quanto à expectativa para a mobilidade o estudante diz que é “[...] muito grande, na verdade, acho que só vai cair a ficha mesmo quando chegar em Portugal, nunca imaginei ser selecionado para um intercâmbio. Espero  poder desenvolver melhor o nosso projeto, conhecer um novo país, consequentemente uma nova cultura e novas pessoas”. Na parte do projeto, o aluno reforça que o desenvolvimento do mesmo será reforçado através de “[...] visitas técnicas a fábricas, ver como os ciclistas europeus recepcionam a nossa ideia”.

Outro estudante que está em intercâmbio em Portugal é Igor Ramos de Oliveira, também do Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas do Campus Porto Velho Calama. O acadêmico ressalta que a experiência no exterior “[...] vai ser muito importante para o desenvolvimento do projeto e irá agregar muito conhecimento a todos os envolvidos. Espero aprender muita coisa nova sobre a cultura local e sobre tecnologias que não vemos diariamente em Rondônia e voltar com muitos resultados positivos”.