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IFRO inicia Seminário Nacional de Educação de Surdos

Publicado: Terça, 08 de Agosto de 2017, 16h02 | Última atualização em Terça, 08 de Agosto de 2017, 17h39

Abertura Seminário INES 22

Iniciou nesta terça-feira (8), o Seminário Nacional do INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos) promovido pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), através da Coordenação de Educação Inclusiva, em parceria com o INES. Neste ano o evento tem como tema “Diálogos e Aprofundamento na Educação de Surdos” e se encerra no dia 10 de agosto no auditório da Uniron/Shopping.

A coordenadora de educação inclusiva do IFRO, Shyrley de Almeida Alves, explica que objetivo maior é o de compartilhar conhecimentos metodológicos da educação de surdos. “Nesta atual época, de inclusão, os estudantes surdos estão tendo mais acesso aos institutos, universidades, não só para fazer o nível médio, mas também para fazer uma graduação, um curso técnico e cursos tecnológicos”. Em sua fala, a coordenadora também agradeceu a presença dos intérpretes de Libras (Língua Brasileira de Sinais).

Em Libras, traduzida pelo intérprete Guilherme Bastos, a acadêmica da licenciatura em Letras/Libras, Lucivana Medeiros, diz que o seminário “é importante para aprender mais, crescer durante o nosso trabalho com LIBRAS, nossa evolução dentro do mundo do surdo”. Sobre suas expectativas futuras, Lucivana mostra que sua “vontade é ensinar os surdos, ser exemplo para os surdos e ver os surdos dentro da língua portuguesa aprendendo um pouco mais”.

Atualmente o IFRO possui um estudante surdo, no Campus Cacoal, e um egresso, que concluiu em 2016 a licenciatura em Matemática, no Campus Vilhena. Aluno este que a Reitora em exercício, Maria Fabíola Santos, atribuiu ser um marco institucional, tendo em vista todo aprendizado advindo dessa primeira experiência. “É nosso dever saber, pelo menos, nos comunicar com os surdos”, asseverou a professora Fabíola.

Este é o segundo ano que o Instituto Federal consegue aprovação via edital para a realização de Seminário Nacional do INES. “Hoje a inclusão é necessária para todos nós, e essas parcerias são necessárias para que a inclusão não seja apenas um tema, e vire prática cotidiana de todos nós ligados à educação”, afirma o Pró-Reitor de Ensino, Moisés José Rosa Souza. Ele completa que “conseguimos colocar o aluno em uma instituição, mas somente às vezes esse aluno permanece. É um desafio. Penso que além de colocá-lo numa instituição, é necessário mantê-lo, criar condições para que ele fique e tenha êxito. Hoje, o Seminário pode significar uma retomada de preocupação de mais pessoas para esse tema que é muito caro para todos nós”.

Integrando a estrutura do Ministério da Educação, o INES é um centro de referência nacional na área da surdez, exercendo os papéis de subsidiar a formulação de políticas públicas e de apoiar a sua implementação pelas esferas subnacionais de governo. Para o Diretor-Geral do INES, Marcelo Cavalcanti, o evento em Porto Velho significa um momento em que todos aprendem através da troca de conhecimentos. “Fazemos há algum tempo trabalhos com a Rede Tecnológica, por meio da Setec, e espero que este seja o início de uma parceria longa, em que possamos trabalhar sempre juntos. O objetivo é justamente preparar os professores para trabalhar com os surdos”.

Nacionalmente, o representante do INES analisa que “a receptividade é muito maior que antes, porque o professor não se sentia obrigado a atender os surdos. Com a inclusão, que não existe ainda e já deveria estar acontecendo, nós estamos tentando, mas já está bem mais aberto para receber na sala de aula os surdos e outras pessoas com deficiência”.

Participam do evento intérpretes de LIBRAS, professores, técnicos administrativos, estudantes, pesquisadores, gestores e outros profissionais que lidam direta ou indiretamente com surdos.  Entre as entidades representadas na abertura estavam a Secretaria Estadual de Educação/Projeto Café com Libras; Escola Municipal Bilíngue; UNIR (Universidade Federal de Rondônia); UNIRON  (União das Escolas Superiores de Rondônia); Associação de Professores, Parentes, Intérpretes e Amigos de Surdos; e as Associações de Surdos de Rondônia, de Porto Velho, de Ji-Paraná e de Vilhena.

A Universidade Federal de Rondônia juntamente com a Uniron é parceira do Seminário Nacional organizado pelo IFRO. A professora da Unir, Indira Stedile, afirmou na mesa de abertura que atualmente são 39 estudantes surdos na UNIR. “É uma grande conquista. Sei que vamos poder crescer cada vez mais. Agradeço a parceria e às associações presentes. Uma mudança de mentalidade é possível”.  Conforme o Reitor da UNIR, Ari Ott, a universidade atualmente possui alunos surdos em Química, Economia, Ciências Sociais, Letras, Pedagogia e outros, “para nós a recepção do aluno surdo é um desafio. Nós temos alunos surdos em pelo menos oito cursos diferentes, não só em Libras, e com exceção de dois municípios, temos alunos em todos os campi. Isso significa recepcionar, atender, e dar a esses alunos as condições adequadas de acompanhamento das aulas. Evidente que, para eles e para nós, é um desafio, mas estamos encarando isso com muita vontade”.

A Libras foi inserida como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério com a publicação do Decreto 5.626/2005. A Chefe de Departamento de Letras/Libras da Universidade, Ariana Boaventura, ressalta a importância desse momento, “quanto mais parcerias, mais a gente pode contribuir com a sociedade, principalmente, com a comunidade surda de Porto Velho. Estamos abertos a parcerias. E agradecemos imensamente a oportunidade do IFRO estar realizando esse evento de extrema importância para Rondônia. O INES é uma referência nacional, com 160 anos de existência”.

Para a professora do IFRO, Márcia Barbosa Correa, há sim uma maior abertura entre os docentes para questões relacionadas à inclusão. Márcia ministra ao lado da professora Indira Stedile a disciplina de Libras, no curso de Licenciatura em Física, Campus Porto Velho Calama. Ela cita um projeto que está sendo desenvolvido no campus e que teve grande adesão de professores, servidores e comunidade em geral. Na própria licenciatura os estudantes produzem materiais didáticos específicos para trabalhar o ensino de Física para alunos surdos. “No curso de Física não temos, ainda, alunos surdos. Porém, a uma boa receptividade dos acadêmicos e professores, já fizemos duas atividades de LIBRAS e foi muito boa a sensibilização”, conclui a professora. 

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