Instituto Federal de Rondônia

Aulas de matemática utilizam linguagem teatral para ensino

Um projeto inusitado está sendo utilizado para ensinar matemática no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Porto Velho Calama. Por meio da utilização de teatro, os alunos do primeiro ano do curso técnico integrado em Química aprendem conteúdos matemáticos. Os alunos encenaram a peça teatral “O diabo dos números”, baseada na obra do poeta alemão Hans Magnus Enzensberger. No enredo estão conteúdos como números naturais, inteiros, triangulares, quadrangulares, números de Fibonacci, frações e potências, de uma forma acessível e divertida.

 A experiência acontece nas aulas da professora de Matemática, Ivana Soares Bandeira.  O intuito da atividade é proporcionar aos alunos um momento para falarem sobre conteúdos da matemática, de forma que não precisassem resolver exercícios. Segundo a docente é uma forma de desmistificar o conceito que os alunos têm a respeito da disciplina e ainda despertar o interesse dos alunos pela disciplina da Matemática, desenvolvendo a criatividade através de atividades lúdicas. “Então, a ideia de sugerir o teatro foi com o objetivo de fazer com que os alunos falassem de Matemática e vissem que é possível conseguir isso sem ter que resolver exercícios complicados. O livro foi escrito pelo poeta alemão Hans Magnus Enzensberger e aborda conteúdos como números naturais, inteiros, triangulares, quadrangulares, números de fibonacci, frações, potências”, esclarece a professora. 

Os estudantes aprovaram a iniciativa. Segundo Graziella Paixão “foi uma experiência maravilhosa, visto que não era acostumada a fazer isso e muito menos na matéria de Matemática. Somos gratos à dinâmica da professora Ivana, pois tem nos ajudado bastante. No começo, era impossível para a minha pessoa ser o Robert, mas depois eu acostumei com a ideia e percebi que eu era um verdadeiro Robert da vida”. Bruna Nascimento também exaltou o formato da aula, “tive o prazer de conhecer novas maneiras de como resolver questões matemáticas e suas histórias, e que ela não é um bicho de sete cabeças, basta ser amigo dela”.

O aluno Lucas Sales explica que “a peça consistiu em que cada grupo de alunos encenasse um capítulo do livro, facilitando com que os discentes compreendessem melhor a obra, já que todos os grupos foram dinâmicos e utilizaram muitos elementos visuais. Eu atuei como Robert, e me caracterizei para a peça ficar mais dinâmica. O nosso grupo fez um cenário que ficou bem legal, nossa cena se passava no mar. Eu gostei bastante do teatro e nosso grupo teve um resultado legal”. Conforme Dhessy Rodrigues “eu não só li e compreendi o capítulo, eu também era um personagem. Atuar para a turma e lhes mostrar a forma como eu vejo diabo dos números foi algo bem interessante e diferente”.

“O trabalho que tivemos com o teatro do livro ‘O Diabo dos números’ não foi nada mais que uma bela forma de entretenimento para os alunos e uma das melhores avaliações que tivemos. Fora isso, a peça teatral incentivou a leitura, interpretação e criatividade, o que foi necessário durante os ensaios para preparação do cenário e a apresentação. Fazer o papel de Robert incluiu muita criatividade da parte de todos, pois foi preciso uma adaptação para o personagem, que é um menino, mas felizmente conseguimos. Podemos dizer que nos sentimos felizes com resultado do que fizemos durante a apresentação, foi muito divertido e essencial para o grupo”, ressaltou Manuela Bertuci.

A professora Ivana explica como tudo começou: “Para os dois primeiros anos passei o resumo da primeira noite como atividade on-line. Percebi que a grande maioria gostou. Trabalhei o teatro só com o 1º ano vespertino. Na sala temos sete grupos, em cada um escolhi o diabo dos números e o Robert que é o personagem principal. E os demais foram outros personagens que apareciam ou apoio para o andamento das cenas. E de fato, eles realmente aceitaram a proposta. Foi uma atividade que incentivou a leitura e a diversidade (os personagens eram masculinos, mas as meninas encenaram sem nenhum problema), aproximou os alunos da matéria. Além disso, a linguagem é fácil e divertida. Rimos bastante com as apresentações, o que é inesperado para uma aula de Matemática”, conclui a docente.

Resumo da peça

Matemática? Aquela montanha de números sem sentido? Aqueles cálculos que não servem para calcular nada? Não, nem pensar. Robert, o menino do pijama azul, fazia parte dessa maioria que acha os números não só monstruosos, mas também absurdos e inúteis. Um dia, entretanto, ele começa a sonhar com um certo diabo dos números, um diabo que pinta e borda com a matemática . No total, são doze sonhos, e a cada sonho o tal diabo dos números faz malabarismos tão interessantes que os números simplesmente deixam de ser malditos. Ficam claros para Robert. Claros e diabolicamente divertidos.