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Alunos de Eletrotécnica fazem nivelamento em matemática básica

Publicado: Sexta, 05 de Mai de 2017, 13h47 | Última atualização em Sexta, 05 de Mai de 2017, 13h47

Campus Calama

Para compreender conceitos matemáticos mais complexos é necessário antes saber matemática básica. Pensando nesta problemática, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Porto Velho Calama, está desenvolvendo projeto de nivelamento com todos os estudantes do primeiro ano do Curso Técnico em Eletrotécnica Integrado ao Ensino Médio. O projeto iniciou em abril e segue até julho, com temas como frações, sistema decimal, potenciação e radiciação, rotação científica, regra de três, porcentagem, equações de 1º e 2º graus e outros.

A iniciativa teve sua primeira ação no ano passado, quando foram atendidos alunos que estavam no terceiro ano de eletrotécnica. “A ideia surgiu após verificarmos que a turma tinha dificuldades em relação à matemática básica. Na época foram três colaboradores, como os professores da disciplina de matemática estavam sobrecarregados e o projeto foi feito, com autorização do DAPE (Departamento de Apoio ao Ensino), com professores de engenharia”, relembra a pedagoga do Campus Porto Velho Calama, Suelene da Silva Batista.

“Estamos no segundo ano do projeto. Em 2016 fizemos uma espécie de projeto piloto somente com alunos do terceiro ano, em virtude do baixo desempenho deles nas matérias de exatas. Em 2017, estamos trabalhando com os primeiros anos, para tentar evitar que este problema vire uma ‘bola de neve’, e os discentes cheguem ao fim do ensino médio ainda apresentando deficiências em matemática básica. Muitos alunos dizem que o projeto é proveitoso, principalmente pelo fato de ajudar memorizar e fixar aquilo que, em tese, já aprenderam no ensino fundamental. Em 2016, notou-se uma melhora no desempenho de alguns alunos, mas acredito que o objetivo que almejávamos não foi completamente atingido pelo fato de os conteúdos terem sido ministrados num período de tempo relativamente pequeno e em horários inviáveis para alguns estudantes (os reforços ocorriam no período noturno). Neste ano, o projeto irá se estender por cerca de dois bimestres, em horários mais flexíveis para as turmas. Acreditamos e esperamos que desta maneira os resultados sejam mais efetivos, analisa o professor de Engenharia Elétrica/Eletrônica, Vitor Akira Uesugui Costa. Neste ano, também fazem parte do projeto os professores Ariadne Dias de Almeida, Lígia Silvéria Vieira da Silva e Jean Peixoto Campos.

A estudante Fernanda Farias, de 15 anos, é uma das participantes do projeto este ano. Ela diz gostar bastante de matemática e que com o curso é possível obter mais conhecimento. “Aprendemos coisas novas, é muito divertido. Em fração eu tenho um pouco de dificuldade, mas aprendi bastante com a primeira aula que já tivemos, porque relembrei o que esqueci, aí fica bem mais fácil”. Entre os principais pontos que os professores de Eletrotécnica pedem na hora das aulas técnicas e que é importante relembrar, Fernanda elenca: fração, números com vírgulas, potência e outros.

Ainda segundo o professor Vitor, o conhecimento da matemática é fundamental para a vida de qualquer pessoa, mas é necessário levar em consideração as deficiências de nosso sistema de ensino educacional. “Esse conhecimento é constantemente exigido no nosso dia a dia, apesar de em muitas vezes não nos darmos conta disso. O curso de eletrotécnica em especial, exige um domínio considerável da matemática. O conhecimento dos números é aplicado em grande parte das disciplinas técnicas do curso e são essenciais para a formação do profissional desta área, pois o egresso deverá estar apto a realizar projetos, dimensionamentos, manutenções, medições e outras atividades que requerem constantemente o uso da matemática”, ressalta.

Sobre as dificuldades dos alunos dos que cursam os técnicos do IFRO, ele avalia que há um grande número que chega com bases defasadas, provenientes do ensino fundamental de escolas públicas, principalmente. “Estas deficiências na educação, ao meu ver são reflexos de problemas muito maiores atrelados a diversas situações, históricas, políticas e socioeconômicas que não nos cabe discutir aqui. O fato é que grande parte dos alunos chegam despreparados para realizar a transição do ensino fundamental para o médio. No caso, notamos que a maioria dos alunos apresentam dificuldades com conteúdos básicos, não só em matemática, mas nas demais disciplinas. Dou ênfase à disciplina de português e nas disciplinas técnicas do curso, com as quais vivencio e analiso de maneira mais próxima a defasagem dos alunos”, diz o professor.

Nos cursos do Instituto Federal há grande ênfase em disciplinas científicas e em matemática. Com a entrada em vigor da redução de quatro para três anos de curso, e visando que os estudantes avancem para as séries seguintes com esses conhecimentos e sem déficit em conhecimentos necessários na matemática, é que se concebeu o projeto. “Fizemos reunião e deixamos claro para os pais, nós tentamos reforçar, trazer um saber a mais, porque é um conhecimento que deveriam ter, mas sabemos a realidade da nossa educação”, conclui a pedagoga Suelene.

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