Instituto Federal de Rondônia

15 de março também é dia do IFRO

Hoje, 15 de março, é comemorado o Dia da Escola. Indo muito além do sentido tradicional de uma escola, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO) é uma instituição especializada na oferta de educação profissional e tecnológica atuando também na educação básica e superior, na pesquisa e no desenvolvimento de produtos e serviços em estreita articulação com a sociedade. O reitor Uberlando Tiburtino Leite avalia positivamente essa possibilidade de poder atender a uma grande diversidade de pessoas. “É uma instituição bem diferenciada das demais, de ensino pesquisa e extensão. E somente esse ensino já é bastante diferenciado, porque tem uma atuação muito ampla e um público muito diverso, desde a Formação Inicial e Continuada em que podemos ter alunos que nunca tiveram acesso a nenhuma escola formal [trabalho feito com ribeirinhos, assentados, trabalhadores rurais] e, ao mesmo tempo, trabalhamos com cursos regulares de ensino médio, graduação e de pós-graduação”, explica.

O IFRO é uma autarquia federal criada em 2008 a partir da reestruturação das Escolas Técnicas, Agrotécnicas e CEFET’s. Entre os diferenciais ofertados nos campi Ariquemes, Cacoal e Colorado do Oeste está o Regime de Residência Estudantil. Nesta modalidade o aluno permanece a semana toda, às vezes um semestre todo, no próprio campus. O Instituto conta ainda com outros dez programas de assistência estudantil voltados especialmente para estudantes com vulnerabilidade socioeconômica (auxílio alimentação, transporte, moradia, entre outros). Esses auxílios estão implantados em todas as unidades com a finalidade de ampliar as condições de permanência e êxito dos estudantes devidamente matriculados.

Para a mãe do estudante Ailber Santos da Conceição, que tem 15 anos de idade e está cursando o primeiro ano do Curso Técnico em Informática, modalidade Integrada ao Ensino Médio, é muito importante esse suporte oferecido pelo IFRO. “Sem a moradia, ele não teria condições de estudar”, resume a senhora Aledir Santos. Morando a mais de 60 quilômetros de distância do campus, Ailber consegue voltar para a casa apenas aos finais de semana. “É difícil, mas é para o bem dele. Eu agradeço por ter conseguido a vaga. É uma estrutura muito boa a que tem no IFRO”, afirma a mãe.

No cotidiano institucional, a vida nas residências estudantis trabalha uma rotina preparatória para a vida adulta. Tassia Caroline, 17 anos, e indo para o terceiro ano na moradia estudantil do Campus Colorado do Oeste, sabe disso. Ela só consegue viajar para a casa dos pais, em Seringueiras (RO), nas férias ou em algum feriado mais prolongado, porque são 12 horas de viagem. A saudade da família é grande, ela explica que “nunca tinha saído de casa para ficar fora assim. No começo chorei muito, mas vamos aprendendo a conviver com essa saudade, essa falta que faz a família. Vamos amadurecendo ao ponto de ver que a gente consegue ficar longe”. Por outro lado, ela também verifica o quanto é importante esse suporte da moradia estudantil. “Sem dúvida é positivo, tem muita gente que eu conheço que não estaria aqui. É esse diferencial do IFRO que abre as portas para pessoas como nós, entrar e conseguir um futuro, porque pelo tempo que estou aqui e tudo que vivi, sei que não foi em vão. A minha família faz força para me manter aqui, porque eles acreditam que estando aqui eu vou conseguir ser uma pessoa melhor. Saindo daqui já com o técnico. A residência é um ponto muito forte para se escolher o IFRO Campus Colorado do Oeste”, comenta.

Tassia diz que ajudou muito a obtenção dessa assistência, porque mora muito longe e se fosse necessário pagar, a família não conseguiria mantê-la em outro município. Ao receberem a notícia de que seu nome estava entre os contemplados com o período de moradia, choraram juntas, ela e a mãe: “Era o único meio, para eu vir para cá eu tinha que conseguir a residência. Caso não conseguisse, não viria. Era essa a resposta que eu precisava ter. Estar aqui facilita muito a nossa vida como estudante”. A jovem tem mais três irmãos, sendo que uma irmã, ao ver o exemplo dela, também quer ser aluna do IFRO.

Outro estudante que deixou a família no Vale do Guaporé para poder estudar é Carlos Eduardo, 16 anos, também do Curso Técnico em Agropecuária, Integrado ao Ensino Médio de Colorado do Oeste. Ele está completando um ano de residência, vindo de uma família composto pelos irmãos e a avó: “Sem essa residência eu provavelmente não viria”. Carlos Eduardo afirma que a convivência o faz conhecer a história das outras pessoas, facilitando o desenvolvimento de boas amizades.

Estrutura

Atualmente o Instituto Federal de Rondônia conta com 475 professores concursados, 61 professores substitutos e mais 553 técnicos administrativos. Dos professores, 252 possuem mestrado, 37 doutorado e 148 são pós-graduados. O reitor lembra que os institutos foram criados para fazer a inclusão, além de promover e auxiliar no desenvolvimento econômico e sociocultural em estreita relação com os arranjos produtivos e sociais locais. “O nosso desafio no ensino é dar acesso às pessoas que têm poder econômico limitado. Ainda temos que incluir pessoas que nunca tiveram acesso a uma formação. E manter esses alunos após chegarem ao Instituto, porque trabalhamos com uma educação diferenciada, integral - e às vezes integral de tempo - e isso requer uma dedicação e necessidade de complementar a renda dele por meio da assistência estudantil”, afirma.